Reflexões de um Caracol à Beira da Estrada
Será a experiência estética a experiência do mundo.... o devir é um devir estético... ou será que devo atravessar a estrada?
terça-feira, outubro 28, 2008
Filha, alienação parental e caracter..
Porque os blogs também são uma espécie de confessionário, de técnico de saúde mental, de escape à repressão que estamos sujeitos pelas estruturas sociais, apetece-me expor a relação com a minha filha nestes dois últimos dias.
Ora, depois de eu aceitar uma flexibilização de horários para estar com a minha filha, porque entendo que é o melhor para ela e não transforma o tempo dela numa mercadoria, eis que chegado à experiência de alguns meses nesta situação e verificar que se já partilhava pouco tempo com ela, agora partilho ainda menos. Salve-se a flexibilidade, posso de facto vê-la em outros horários, mas curiosamente em menos tempo e com uma espécie de supervisão constante da mãe (sendo que anteriormente eu e a minha filha tínhamos criado o nosso próprio espaço). Para quem sabe sobre o conceito de Síndrome de Alienação Parental sabe que não é preciso afastar fisicamente uma criança do seu progenitor, basta afasta-la emocional e afectivamente. Uma das técnicas básicas usadas essencialmente pelas mães, visto que em caso de conflito são elas que detêm a guarda em mais de 85% dos casos, é as chamadas actividades extra curriculares. E eu já começo a sentir isso, até porque já me foi dito hoje pela própria mãe que agora que ela estava a entrar nesta idade (4-5 anos) este tipo de actividades iria aumentar. Até aqui tudo bem, não fosse eu ter aceite a flexibilização com o objectivo de tentar dar uma maior normalização às relações entre pais e a minha filha. A flexibilização e o incremento destas ditas actividades traduziu-se em que os fim-de-semana com a minha filha, 15 em 15 dias , desaparecessem. Se os exijo agora só logo acusado como o mau da fita. A título de exemplo ainda, visto que a minha filha fazia alguma resistência de manhã a estar comigo (por alguma razão que me transcende) combinamos que eu iria antes busca-la à escola e estaria com ela. Ontem, fui busca-la, como TODOS os dias o faço e ingenuamente esqueci-me que tinha ginástica. Em vez de a poder ir busca-la às 16h30 já só podia ir busca-la às 17h30. Lá voltei pelas 17h30 mas tive ainda que esperar mais um pouco dado o atraso de terminus da aulas. Mas, para onde íamos a seguir? Ballet às 18h... ainda tivemos que ir a correr para ela poder frequentar logo de seguida a aula de ballet. Pergunta-se: onde está a hora e meia a duas horas que a minha filha tem direito a conviver com o seu pai diariamente? ah.. a flexibilização. Essa, que em vez de permitir um maior convívio tem-se mostrado afinal como forma de redução lenta e subtil do tempo que passamos juntos.
Mas o melhor foi hoje. Amanhã vou para o estrangeiro em trabalho. A minha filha faz anos na 5ªf, ou seja, não vou estar cá nem para festa de anos dela na escola nem para a festa de anos com os amigos no fim-de-semana. Hoje tinha um dia bem complicado, cheio de coisas administrativas a tratar em Lisboa e andei de um lado para o outro aflito para poder conseguir estar despachado às 16h30 para estar com a minha filha. Cheguei a almoçar qualquer coisa só às 15h30 para poder cumprir este horário. Chegado à escola ela brincava com os amigos e ainda fiquei ali com ela e com os amigos da escola mais um pouco. Depois como estava muito frio perguntei-lhe se queria ir para minha casa ajudar-me a fazer a mala, ao qual ela respondeu muito contente que sim. Lá fomos para casa. Estivemos a arrumar a minha mala. Eu escolhia a roupa e ela colocava na mala. Andamos no Popo, até eu cheguei a andar. Aquilo com um adulto em cima anda mais depressa. Ela empurrava-me. Até me ajudou a arrumar os CDs para levar para o estrangeiro. Estavamo-nos a divertir basicamente. É então que recebo o telefonema da mãe que diz que tem que ir buscar a avó dela (bisavó da minha filha) à estação de comboio em Lisboa. Oficialmente tinha sido informado pela primeira vez desta situação (curioso o pai ausentar-se e a bisavó e afins com quem o pai foi e é injustamente marginalizado aparecerem). Mas já estava à espera, visto que mal tinha chegado à escola da minha filha, a mesma tinha-se encarregue de espalhar por todas as amigas da escola que a avó (cuja distinção para bisavó ainda não sabe fazer) vinha hoje. Mas a táctica do facto consumado continua, tal como sempre foi para com a minha pessoa. Pedi à mãe que me a deixasse estar em minha casa a brincar comigo, enquanto ela ia buscar a avó. Um pedido perfeitamente normal para quem vai ficar sem estar com a sua filha quase 1 semana e ainda por cima nos aniversário dos seus 4 anos. Ao meu pedido o tom de voz alterou-se logo, foi-me referido o acordo (pergunto qual acordo? aquele em que fico com as manhãs e os fim-de-semanas 15 em 15 dias?) era entrega-la às 18h e que ela tinha prometido (pelos vistos à avó dela) que a minha filha iria lá estar para a receber na estação de comboios. Ao que voltei a pedir, dada a situação extraordinária, quer esta semana, quer durante o mês de Novembro, no qual dou 9h de formação por dia, além do trabalho que tenho que fazer na minha própria empresa. Convencida do seu poder ascendente sobre a nossa filha resolver dizer-me para eu perguntar a ela o que ela queria. Surpreendentemente para a mãe, a minha filha disse que queria ficar com o pai a arrumar a mala de viagem dele. De um momento para o outro a vontade da filha já não tem importância, quando em tantas outras situações, como as manhãs, ser uma vontade a respeitar e a não contrariar (pergunto-me onde está o agente educativo aqui). A consessão da mãe foi de eu a entregar às 18h15 em vez de ser ás 18h. Digamos que não faltava muito e todo o ambiente já estava condicionado por um tempo, como se tratasse de uma prestação de serviço à hora. Junte-se a isto o significativo vento e frio que já se fazia sentir por volta das 18h.

Onde está o superior interesse da minha filha? não é para o bom desenvolvimento e bem estar dela que o convivio quotidiano e de qualidade se faça com os dois progenitores? que se faça o máximo possível com toda a família alargada? sim, porque os meus pais, avós da minha filha, nunca são convidados para nada. Nem para o aniversário da minha filha, na ausência do pai (para quem sabe, alienação parental faz-se por via de todo um lado da família de um dos progenitores). Teriam os avós paternos que lutar pelo direito à convivência da neta com eles? bem, podendo fazer isso, não o querem, porque estão cansados de conflitos sobre uma coisa que deveria ser natural: a partilha de afectos e da vida quotidiana. Como gostam de dizer os juristas, o Direito não tem afectos, mas acha que sabe os efeitos que as suas decisões têm no cidadãos. Pois em matéria de Direito de Família não sabe praticamente nada (não é assunto deste post, mas basta relembrar que em Portugal o Direito de Família é exercido por magistrados cuja visão é do Direito Criminal), muito menos em relação às novas conjugalidades, novos afectos e realidades sociais. Bem, mas os meus pais escolhem as lutas que querem ter e só espero que um dia em breve o convívio normal e frequente da minha filha com os avós (de qualquer dos lados e não só de um) possa ser possível.

Por fim não deixa de me vir à cabeça um pensamento, já que nunca gostei muito de andar de avião (apesar de ter dado os meus primeiros passos em pequenino num deles): e se por alguma razão o avião cair? aquele pequeno e último momento que tive com a minha filha, que deveria ter sido divertido, afectuoso acabou por ficar na minha memória como a necessidade de cumprir horários. Não será de facto por mais uma hora que iria afectar o quer que seja sobre um acidente aéreo, mas iria afectar a minha memória e a da minha filha. Não que isto seja relevante, pois podemos morrer em qualquer lado e a qualquer altura. Mas mais uma razão para podermos partilhar todos os nossos momentos. Os meus e os da minha filha, além das contigencias quotidianas por que todos passamos, como o facto de termos que trabalhar afastados dos nossos filhos, é condicionado, de forma injustificada e moralmente criticável, pela necessidade da mãe em nenhum momento querer prescindir e/ou partilhar os 90% do tempo que a minha filha tem livre com ela, com o pai dela.

E neste momento lá foi a minha filha buscar a bisavó à estação de comboio.. mal cheguei a casa deu-me vontade de escrever isto. Sei quem lê, mas nada disso me preocupa.

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segunda-feira, outubro 27, 2008
Capitalismo: teoria e prática

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domingo, outubro 26, 2008
iPhone

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quinta-feira, outubro 23, 2008
Ateísmo militante no Reino Unido
Associação BHA promove ateísmo na Grã-Bretanha

Cartazes com a frase «Provavelmente, Deus não existe» poderão circular por toda a cidade de Londres, em Janeiro, segundo a BBC.

A campanha ateísta é da British Humanist Association (BHA) e tem o apoio do académico britânico Richard Dawkins, autor do livro «The God Delusion» e conhecido pelos seus documentários que questionam o papel das religiões.

O objectivo da campanha do BHA é «promover o ateísmo na Grã-Bretanha, encorajar mais ateístas a assumirem publicamente a sua posição e elevar o moral das pessoas a caminho do trabalho».

Com o dinheiro obtido através de doações, o grupo quer colocar cartazes em dois grupos de 30 autocarros por quatro semanas.

A frase completa é: «There´s probably no God. Now stop worrying and enjoy your life» («Provavelmente, Deus não existe. Agora, páre de se preocupar e curta a vida», em tradução livre).

«Nós vemos tantos cartazes que divulgam a salvação através de Jesus ou que ameaçam com condenação eterna, que eu tenho certeza que essa campanha será vista como um sopro de ar fresco», disse Hanne Stinson, presidente da BHA.

«Se fizer com que as pessoas sorriam, além de pensar, melhor», concluiu.

Como os organizadores conseguiram arrecadar mais do que planeavam, pretendem colocar os cartazes também do lado de dentro dos autocarros.

A BHA também estuda a possibilidade de estender a campanha a outras cidades, incluindo Birmingham e Manchester, na Inglaterra, e Edimburgo, na Escócia.

«A religião está acostumada a usufruir de benefícios tributários, respeito não merecido, o direito de não ser ofendida e o direito de fazer lavagem cerebral nas crianças», disse Dawkins.

«Mesmo nos autocarros, ninguém pensa duas vezes quando vê um slogan religioso. Esta campanha fará com que as pessoas pensem - e pensar é um anátema perante a religião», concluiu.

Surpreendentemente, a Igreja Metodista agradeceu Dawkins por incentivar um «interesse constante em Deus»

«Esta campanha será uma coisa boa se fizer com que as pessoas pensem nas questões mais profundas na vida», disse Jenny Ellis, reverenda metodista.

«O Cristianismo é para pessoas que não têm medo de pensar sobre a vida e o seu significado», concluiu a religiosa.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=355398&page=0

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História, Ironia e Hipócritas
Áustria: Novo líder do BZOe diz que era amante de Joerg Haider

A conservadora Áustria está em estado de choque depois das declarações do sucessor do líder populista Joerg Haider, Stefan Petzner, que afirmou que mantinha uma relação amorosa com o falecido líder do BZOe, que morreu a 11 de Outubro num desastre de automóvel.

Numa entrevista na rádio, o novo líder confessou que Haider era «o homem da sua vida». Stefan Petzner, 27 anos, que foi ontem empossado como o novo líder da Aliança para o Futuro da Áustria (BZOe) para suceder a Joerg Haider, disse à rádio austríaca ORF que mantinha com o falecido líder uma relação amorosa, confirmando os rumores que há muito circulavam de que os dois homens poderiam ser amantes.

As tentativas do partido de travar a difusão da entrevista acabaram por falhar, embora a rádio pública tenha negado qualquer tentativa de silenciar as revelações de Petzner. As notícias deixaram a Áustria em estado choque. O falecido líder, que votou contra a moção parlamentar para baixar a idade de consentimento sexual para os homossexuais, apresentava-se como um homem de família quase abstémio.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=355390
Porém, depois do acidente de automóvel em que mo0rreu, foi revelado que não só o líder populista – que foi durante anos a face da extrema-direita austríaca – ia em excesso de velocidade, como tinha níveis de álcool no sangue três vezes superiores ao permitido.

Ficou igualmente a saber-se então que Haider tinha passado as suas últimas horas de vida num bar gay em Klagenfurt, capital do estado da Caríntia, de que era governador, segundo o jornal The Guardian.

O novo líder do BZOe confessou ter sentido uma «atracção magnética» pelo líder populista, 31 anos mais velho, admitindo ainda ter sempre receado que a relação entre os dois não sobrevivesse à diferença de idades.

Petzner acrescentou que Claudia, mulher de Haider há 32 anos e mãe das suas duas filhas, estava a par da relação entre os dois e não se lhe opunha.

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posted by Mikasmokas @ 10/23/2008   0 comments
domingo, outubro 19, 2008
Como funciona a poligamia
Como funciona a poligamia
por Ed Grabianowski - traduzido por HowStuff
Works Brasil

Introdução

No popular drama da HBO "Big Love", Bill Paxton faz o papel de um homem com três esposas, que moram uma ao lado da outra e dividem um quintal. É uma série de ficção, mas para muita gente a poligamia é realidade. A Suprema Corte de Utah aprovou a proibição da poligamia no Estado e um líder polígamo de uma igreja, Warren Jeffs, foi preso após estar na lista dos 10 fugitivos mais procurados do FBI por fugir de processos de acusação, incluindo conduta sexual com menor de idade.

Atualmente, a maioria dos ocidentais encara a monogamia como uma forma "normal" de casamento. Mas ao que se constatou, práticas estritamente monogâmicas são minoria. Na verdade, culturas que praticam alguma forma de poligamia excedem, em grande número, as culturas monogâmicas. Alguns críticos sugerem que a prática ocidental de freqüentes divórcios e seguidos casamentos representa uma forma de poligamia. No entanto, a maioria dos antropólogos a considera como monogamia em série, pois ninguém se casa com mais de uma pessoa ao mesmo tempo.

Mais sobre poligamia
A poliandria é rara, mas sociedades que aceitam tanto múltiplos maridos quanto múltiplas esposas são ainda mais raras. A tribo Zo'é, da Amazônia, é um exemplo desta prática.
O povo Nyinba, do Nepal, pratica a poliandria fraterna. Poliandria é uma forma de poligamia em que uma mulher tem vários maridos. Na cultura Nyinbian, quando uma mulher se casa com um homem, ela também se casa com todos os seus irmãos. Todos os irmãos têm igual acesso sexual à esposa e toda a família cuida das crianças, embora reconheçam cada irmão como pai de uma determinada criança. Este tipo de estrutura matrimonial concentra a riqueza e recursos de todos os irmãos dentro da família e também as terras e riquezas de seus pais.

Por outro lado, a poligamia contempla homens que têm acesso a mais dinheiro e recursos do que outros. É preciso muito trabalho e dinheiro para sustentar várias esposas e filhos. Em termos biológicos, este homem é uma ótima opção para reprodução e transmissão de genes para a próxima geração, que, provavelmente, também seria bem-sucedida. Um homem pode ter muitas crianças em pouco tempo, enquanto uma mulher é limitada a uma gravidez a cada nove meses. Se o homem de sucesso tiver muitas mulheres, ele pode transmitir seus genes mais freqüentemente. Isto é uma vantagem em sociedades em que a reprodução rápida e freqüente é vital para a sobrevivência. A doutrina judia antiga encorajava a poligamia porque os judeus eram minoria e precisavam aumentar seus números rapidamente. Atualmente, alguns grupos de judeus ortodoxos defendem a poligamia, e alguns estudiosos acreditam que o Talmude contém passagens sugerindo a tolerância e até mesmo encorajando a poligamia.

No Brasil, o regime de casamento é monogâmico e não poligâmico. Mas, pela primeira vez na história brasileira, a poligamia foi reconhecida judicialmente, em 2005, no caso que envolveu o interesse de três viúvas que - pelas "leis dos silvícolas" - casaram, quase ao mesmo tempo, com o mesmo homem, o índio Parara Waiãpi. As irmãs Massaupe, Anã e Sororo, todas filhas do cacique Kumaré Waiãpi eram as esposas de Parara e dessas relações nasceram quatro filhos.
Em 2005, quase cinco anos depois do falecimento do índio Parara, a Justiça Federal no Amapá reconheceu que as três viúvas têm direito à imediata liberação do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, depositado em nome do índio e à pensão por morte, cujo valor deve ser dividido entre elas e os filhos.

Tradições islâmicas discutem diretamente a poligamia. O Corão determina que um homem pode ter até 4 esposas, mas somente se puder sustentá-las e tratá-las igualmente. Muitas sociedades islâmicas continuam a permitir a poligamia, mas normalmente apenas os homens de maior poder aquisitivo conseguem dar conta de várias mulheres. A ocidentalização tem levado muitos jovens muçulmanos a encarar a poligamia como fora de moda.

No Vietnã, a poligamia é ilegal, mas existe uma razão prática para isso: décadas de guerra desgastaram seriamente a população masculina. A poligamia também era comum na China antes do Confucionismo, que apoiava a prática, mas acabou caindo em desuso. Muitas tribos africanas, tribos indígenas americanas e celtas pré-cristãos praticavam a poligamia, normalmente sem restrições conservadoras em relação aos aspectos sexuais que caracterizam a poligamia dos mórmons.

A seguir, daremos uma olhada nos mórmons, na poligamia e no sistema legal americano.

Poliamor, bigamia e "swingers"

A poligamia é normalmente confundida com poliamor e bigamia. A bigamia ocorre quando um homem se casa ilegalmente com mais de uma mulher. Por exemplo, ele pode se casar com uma segunda mulher antes de concluir seu divórcio. Em raros casos, homens têm vida dupla, casando com duas mulheres e sustentando duas famílias, sem que uma saiba a respeito da outra. Praticar poligamia em um país com leis que a proíbe é tecnicamente bigamia.

Poliamor é o conceito de estar apaixonado por mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Polígamos praticam poliamor, mas poliamoristas não necessariamente praticam poligamia. Podem viver de forma que vários adultos formem uma família, dividam os gastos, cuidem das crianças e façam sexo uns com os outros. No entanto, normalmente não tentam formar um casamento de acordo com a lei. Existe uma linha tênue entre uma família poliamorosa e uma poligamista. Poliamoristas tendem a ter visão comunitária e liberal, enquanto polígamos normalmente vêm de ambientes de religiões conservadoras.

Swingers são pessoas casadas que praticam sexo abertamente com outras pessoas, além de seus parceiros. Normalmente não entram em relacionamentos duradouros, além de amizades, nem mesmo formam estruturas familiares: o foco é somente no sexo.



http://pessoas.hsw.uol.com.br/poligamia.htm

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posted by Mikasmokas @ 10/19/2008   0 comments
Gafanhotos podem salvar vidas

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posted by Mikasmokas @ 10/19/2008   0 comments
Relações em "V" e em triângulo / Poliamor é um novo modelo de relação

Relações em "V" e em triângulo

00h30m

"Tento não esconder nada a ninguém. É a forma mais eficaz de sermos aceites e respeitados." Álvaro Maia assume, com uma abertura desconcertante, um estilo de vida muito pouco convencional. Mas nada é convencional no percurso deste homem de 38 anos.

Da geração beat ao movimento hippy, do anarquismo à ecologia e ao vegetarianismo, muitas são as influências que integrou no seu percurso. O poliamor surgiu naturalmente quando percebeu que, depois de a sua namorada de longos anos o ter deixado, sentia-se "estranhamente feliz". Foi o fim da monogamia.

Pouco tempo depois, ouviu falar da ecocomunidade Tamera, no Alentejo, e foi lá que descobriu o poliamor. Desde então, já teve várias parceiras e, actualmente, vive com a Caren, uma alemã de quem tem uma filha de dois anos. Caren "destronou" a holandesa Petra da condição de parceira principal, o que não significa que a relação tenha terminado.

Com Petra, Álvaro tem um filho, que nasceu 15 dias antes da menina que gerou com Caren. Nos primeiros tempos, a situação não foi pacífica, mas agora os três têm uma boa relação e a hipótese de Petra deixar Amesterdão para passar a viver, em Sintra, com Álvaro e Caren e as três crianças (duas da alemã e uma da holandesa) está a ser ponderada. A acontecer, será um triângulo aberto (os três elementos relacionam-se intimamente com os outros dois e têm liberdade para viverem relacionamentos com pessoas exteriores à rede).

A família de Álvaro bem como os moradores da aldeia de Penedo - Espírito Santo sabem do seu estilo pouco convencional de vida. E aceitam. Álvaro não esconde que não foi fácil aos seus pais aprovarem o modelo de conjugalidade que escolheu, mas acabaram por compreender e desistiram de se opor às escolhas de Álvaro. Já aconteceu aparecer com duas mulheres nas reuniões familiares e a situação foi pacífica. "Ao longo da vida, sempre assumi as minhas escolhas, mesmo quando não eram convencionais. Não escondo quem sou."

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1031178



Poliamor é um novo modelo de relação

HELENA NORTE

Relações múltiplas, simultâneas e consentidas. Não é só sexo. Sexo e afecto. Amores múltiplos. Poliamor. Um conceito novo para uma prática que sempre terá existido e que desafia um dos tabus maiores da nossa sociedade: a monogamia.

Uma nova forma de conjugalidade, sem exclusividade afectiva e sexual e com igualdade de direitos. O que significa que não há lugar para traições, ilusões ou infidelidades. Porque ninguém é enganado.

Não se trata de apenas sexo, como acontece com o swinging ou a infidelidade sexual consentida, em que os envolvimentos emocionais estão proibidos. No poliamor (ou polyamory), a afectividade é a dimensão mais importante.

"O poliamor retira o peso excessivo ao sexo", defende Ana ou Antidote como é conhecida no activismo do poliamor ou da não monogamia responsável. E acrescenta: "O mandamento da monogamia, da exclusividade, é substituído pelo mandamento da honestidade: não pode haver ninguém enganado".

Difere também da poligamia - prática em que um dos cônjuges (normalmente o homem) tem vários parceiros - pela democratização dos direitos. "A não fidelidade masculina era socialmente aceite, enquanto a infidelidade feminina sempre foi, e ainda é nalgumas culturas, severamente punida. O poliamor é uma estratégia de democratização das relações íntimas", sublinha João Oliveira, sociólogo e docente do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (Lisboa).

Não se sabe quantos poliamorosos existem em Portugal. A introdução do conceito, no nosso país, é relativamente recente. A mailing list poly_portugal conta com cerca de 60 participantes, número que não traduz a real dimensão da comunidade de poliamorosos em Portugal, explica Ana, uma das moderadoras do fórum.

Lara criou, há cinco anos, o site poliamor.pt, que recebe cerca de 170 visitas por mês. Mais recentemente, começaram a organizar-se, em Lisboa, encontros semanais de pessoas interessadas nesse estilo de vida.

O facto de agora começar a ser divulgado um conceito que traduz o que muitos já sentiam como sendo a sua forma de estar nos relacionamentos, mas não sabiam como designar, pode "facilitar a que apareçam mais pessoas que se identifiquem com essa prática", considera o sociólogo.

Neste modelo, não são os papéis de género que organizam a relação nem é a tradição que regula o que é ou não permitido. "É uma proposta com o objectivo de libertar as pessoas de formas de relacionamento que as limitam", sublinha o investigador.

Para Gabriela Moita, psicóloga clínica especializada em sexualidade e docente universitária, "o ser humano não é monogâmico ou polígamo por natureza". "É a socialização que nos ensina a forma de pensar e seleccionar os sentimentos, levando-nos a reprimir ou a permitir certo tipo de emoções", acrescenta.

"Quase todas as pessoas já sentiram emoções por várias pessoas ao mesmo tempo. Mas, o que normalmente acontece é a pessoa colocar-se em causa, considerando que há algo de errado consigo ou com a relação que tem. E, como é socialmente condenado, acaba por escolher um dos sentimentos", explica a psicóloga.

Este é o comportamento mais habitual, o que não significa que seja o mais saudável. "Tudo o que traga liberdade aumenta a saúde mental", frisa Gabriela Moita, acrescentando que o que causa problemas é o "amor dependente". Ou seja, "esperar que o outro nos complete e seja tudo para nós".

Trata-se, porém, de uma opção que não é fácil de assumir. À excepção de um caso, todas as pessoas que falaram ao JN solicitaram o anonimato. Por receio de sanções familiares, sociais e até profissionais. Colocar em causa a monogamia é encarado como um ataque à instituição do casamento e espoleta reacções extremas.

Mas será que as novas formas de conjugalidade são uma ameaça social? "O poliamor é uma alternativa de estilo de vida, um outro modelo de relacionamento. Não ameaça nem substitui o que já existe", defende o sociólogo João Oliveira.


http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1031151


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posted by Mikasmokas @ 10/19/2008   0 comments
Amores múltiplos sem tabus

afinal, em Portugal, já há, de forma significativa (caso contrário os jornalistas não fariam artigos sobre isto) seres humanos que fazem do seu modo de vida aquilo que é o meu discurso sobre o ser humano e as suas relações sexuais e afectivas ao longo da História da Humanidade....

Amores múltiplos sem tabus

Histórias de portugueses que assumem o fim da exclusividade e vivem relações abertas com vários parceiros. Sem fidelidade e sem enganos

HELENA NORTE, JOSÉ ANTÓNIO DOMINGUES

Lara e Jorge estão juntos há 12 anos. Logo no início da relação, descobriram que não sentem ciúmes e que ficavam felizes por ter outros relacionamentos. Alex tem uma namorada há oito meses e, embora não ande à procura de outros relacionamentos, não exclui essa possibilidade. Michael vive sozinho, mas mantém, actualmente, três relações. Ana vive com o companheiro e tem duas namoradas, uma delas deverá ir viver com o casal e formar um "V" aberto.

"Se um pai tem um filho e, depois, nasce um segundo filho, o amor que tinha pelo primeiro não fica diminuído. E se nascer um terceiro filho, o pai vai amar os três, sem que o amor por cada um diminua. Nós somos capazes de amar várias pessoas em simultâneo, sem que isso signifique dividir o amor", defende Lara. Jorge, o companheiro, concorda: "Há menos stresse na relação porque não há a pressão de sermos tudo para a outra pessoa".

Lara e Jorge são predominantemente heterossexuais, embora ambos já tenham tido experiências com pessoas do mesmo sexo.

Família alargada e aberta

As várias relações que mantêm não colocam em causa a sua união e gostariam de alargar a família a outros elementos. Foi o que aconteceu, durante algum tempo, com outro casal. Viviam em casas próximas e partilhavam as suas vidas e as suas camas, mas uma mudança de cidade ditou o afastamento. "A situação ideal era que mais pessoas entrassem para a nossa família e que partilhássemos tudo, sexo incluído", sublinha Jorge. O casal gostaria de ter filhos e de os educar no seio desse modelo de família alargada.

Alex considera que "não há satisfação plena com uma pessoa", pelo que está sempre aberto à possibilidade de ter várias relações em simultâneo. "Cada pessoa desperta uma faceta diferente", explica este brasileiro de 31 anos a residir em Portugal há sete. "Se tudo na Natureza é cíclico, porque há-de o amor ser eterno?", questiona.

Ana percebeu muito cedo que era capaz de amar várias pessoas ao mesmo tempo. Mais: que ficava feliz se o companheiro também o fizesse. Essa descoberta permitiu que ambos aprofundassem uma vivência que sai dos parâmetros da tradicional exclusividade monogâmica, mas que, aparentemente, resulta: estão juntos há 15 anos. E até resistiu a uma revelação que poderia ser fatal para um casal convencional - ela descobriu que, afinal, é lésbica.

Sexo não define relação

Os rótulos são manifestamente estreitos para compreender um estilo de vida que desafia algumas das mais enraizadas tradições da nossa sociedade. Ela sente-se lésbica, mas não prescinde da sua relação com Miguel, porque considera que não é o sexo ou a atracção e intimidade físicas que definem uma relação. Diz que é o "desejo e a capacidade de fazer planos em comum, a longo prazo" que caracterizam uma relação.

E é uma relação que tem com Miguel, que considera seu companheiro, não obstante ser lésbica. Ele, por seu lado, também mantém relações com outras mulheres, algumas das quais também já se relacionaram, de forma íntima, com Ana, mas tal "não é obrigatório".

De casal para "V" aberto

Miguel também já partilhou as parceiras de Ana. O que não acontece agora. Ela tem duas namoradas. Uma delas vai mudar-se lá para casa e constituir um "V" (relação em que apenas um dos elementos se relaciona intimamente com os outros dois). Um "V" aberto, o que significa que todos têm liberdade de se relacionarem com outros parceiros exteriores à constelação. Ana, Miguel e outra mulher já viveram num "V" fechado ou em polifidelidade (fiéis entre si), mas este modelo não colhe as preferências do casal.

Confuso? A rede pode ainda ser mais complexa. O limite é o tempo. "O meu coração é elástico, mas o tempo não. Por isso, não começo relações de que depois não posso cuidar", sublinha esta activista de poliamor ou da não monogamia responsável, como prefere designar. Na sua opinião, a prática consentida de relações múltiplas e simultâneas "retira o peso excessivo do sexo numa relação". "Podemos ter uma pessoa com quem nos queremos relacionar para o resto da vida, mas o sexo não é bom. Se for possível ter sexo com outra pessoa, com total honestidade e sem magoar ninguém, é muito melhor", garante.

Embora encarado sem tabus, o sexo não define as relações, muito menos os sentimentos. Michael confessa ainda amar duas das mulheres com quem se relacionou no passado. Uma delas é mãe de um dos seus filhos e uma das suas melhores amigas. "Amo-a e não temos sexo há muitos anos." Noutros casos, a relação passa pela cama. Actualmente, relaciona-se de forma íntima com três mulheres - todas sabem que não são exclusivas. Afirma que sente amor por todas, mas assume que o sentimento não é igual, porque o "amor constrói-se, solidifica-se com o tempo".

Gestão dos ciúmes

Mesmo assumindo que o amor não se divide, antes multiplica-se, a questão dos ciúmes não é fácil de gerir. Ana assume-os, mas entende que são uma manifestação do medo de se perder o outro e não um sinal de posse. "Consegui desconstruir o sentimento de posse associado ao ciúme e percebi que, no meu caso, significa o medo de perder, que surge quando me sinto insegura".

Para Lara, o facto de o companheiro encontrar outras pessoas com quem se sente bem a partilhar a sua intimidade é motivo de alegria. "Sinto prazer ao ver que as pessoas de quem gosto estão bem", garante. "Escolho todos os dias estar com Jorge tendo a liberdade de saber o que é amar outras pessoas. E com ele passa-se a mesma coisa. Dá-me mais confiança saber que ele, tendo a liberdade de estar com outras pessoas, escolhe todos os dias estar comigo. "O resultado é uma relação mais sólida, profunda e verdadeira, asseguram.

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segunda-feira, outubro 13, 2008
Olha.. vou ali ao Deixa o Resto e já volto....

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sexta-feira, outubro 10, 2008
Eleições Presidenciais nos EUA... ou talvez não..

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posted by Mikasmokas @ 10/10/2008   0 comments
Petição para a alteração da data de exigibilidade do IVA - recolha de assinaturas de 7 a 31 de Outubro 2008
Iva com recibo

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quinta-feira, outubro 09, 2008
Il sorriso della Gioconda dei Cohen. Con Steve Buscemi!

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terça-feira, outubro 07, 2008
Em nome de todos...
O que a sociedade, os tribunais e a cultura deste país me pedem é que eu vir as costas à minha filha. Como ser de afectos e profundamente humanista não consigo, no meu âmago, aceitar isto....

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posted by Mikasmokas @ 10/07/2008   0 comments
segunda-feira, outubro 06, 2008
A vida imita a arte.... da comédia..

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posted by Mikasmokas @ 10/06/2008   0 comments
os cruzamentos do quotidiano...

Papa aponta culpas a nações sem fé

00h30m

O Papa afirmou ontem que as tentativas para "varrer Deus" levam à arrogância do poder, egoísmo, injustiça, exploração e violência. Bento XVI dirigia-se em Roma a uma assembleia de bispos idos de todo o Mundo.

Muitas nações estão a perder a sua identidade e a cultura moderna está tão desprovida de fé que há pessoas a afirmar que Deus está "morto". Esta a interpretação da actualidade religiosa feita pelo Papa, ontem, na homilia dedicada à abertura do sínodo que vai reunir ao longo de um mês 253 bispos e cardeais da Igreja Católica.

Bento XVI traçou um quadro sombrio da perda de influência do catolicismo na Europa e evocou a "expiação" que Deus impôs às comunidades cristãs rebeldes ou incoerentes. "Nações antes ricas de fé e vocações estão agora a perder a sua identidade própria, sob a influência deletéria e destrutiva de certa cultura moderna", afirmou o Papa. Contudo, fez notar, "apesar de em certas regiões a fé enfraquecer até à extinção, haverá sempre outros povos a abraçá-la".

O chefe da Igreja Católica acrescentou que "o mal e a morte nem sempre têm a última palavra".

O tema deste sínodo centra-se na forma como o mundo recebe "a palavra de Deus" através da Bíblia. O documento preparatório evoca os problemas do fundamentalismo cristão, as relações entre religião e ciência e o diálogo com o judaísmo, bem como o aumento da indiferença religiosa.

Numa iniciativa inédita, a televisão pública italiana, RAI, decidiu acompanhar o sínodo com a leitura pública integral da Bíblia por membros do clero, artistas, políticos ou anónimos, que se vão suceder frente às câmaras ao longo desta semana. Bento XVI gravou a sua prestação, tendo escolhido as primeiras páginas do Génesis.

Pela primeira vez, um representante do judaísmo (o grande Rabino de Haifa, Israel) usará da palavra perante o sínodo, para expor a visão judaica dos textos bíblicos. Nesta cimeira dos bispos católicos participam também, a título de especialistas ou auditoras, 25 mulheres laicas e religiosas.


http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1022625


A religião é o ópio do cérebro

Ontem

"A religião é o ópio do povo", célebre expressão de Karl Marx, ganha uma nova dimensão. Um grupo internacional de investigadores, em que participou um psicólogo português, comprovou que os crentes suportam mais a dor do que os não crentes.

Num estudo pioneiro a publicar na próxima edição da revista "Pain", estes investigadores de universidades britânicas simularam uma experiência religiosa para provar que esta desencadeou no cérebro de católicos praticantes um alívio significativo de sensações de dor física.

"Trata-se do primeiro estudo em que se demonstra o que se passa no cérebro de pessoas bastante crentes quando estão a viver experiências religiosas e ao mesmo tempo a ser sujeitas a estímulos dolorosos", disse, por telefone, à agência Lusa Miguel Farias, investigador em teologia e psicologia nas universidades de Oxford e Cambridge.

Neste estudo, os investigadores submeteram a pequenas descargas eléctricas dois grupos de voluntários (12 católicos praticantes e 12 ateus e agnósticos) ao mesmo tempo que lhes mostravam duas imagens alternadas, uma religiosa e outra não religiosa, e lhes registavam a actividade cerebral por ressonância magnética.

A imagem religiosa escolhida foi a do quadro "Virgem Anunciada" de Sassoferrato (sec. XVII), e a outra a "Dama com um Arminho", de Leonardo da Vinci (sec. XV), sendo as descargas exercidas através de um dispositivo colocado numa mão de cada participante.

"Em termos de estimulação eléctrica foi como se fossem picadas de agulha na palma da mão, ou bicadas de pica-pau, durante 12 segundos de cada vez" - explicou Miguel Farias. "Depois havia um descanso e a experiência prosseguia durante cerca de 45 minutos".

Antes de cada estimulação eléctrica foi pedido às pessoas que se concentrassem o mais que pudessem durante 30 segundos nas imagens, que continuavam a ver durante os 12 segundos seguintes, e que avaliassem a intensidade da dor durante os impulsos eléctricos e o que sentiam ao verem as imagens, de valor estético semelhante.

O resultado foi que os crentes sentiram menos dor ao verem a imagem religiosa do que ao verem a outra e menos dor do que o outro grupo, tendo a ressonância magnética revelado uma alteração da actividade cerebral apenas enquanto viam essa imagem.

Em contraste, os ateus ou agnósticos não sentiram nenhum alívio das sensações dolorosas ao verem a mesma imagem religiosa, nem ao verem a outra, de que disseram gostar mais.

"O que se passa é que as pessoas religiosas ao olharem para a imagem estavam de certo modo a reinterpretar a dor de uma forma positiva: a lembrar-se de quem é a Virgem Maria, a pensar em episódios dos evangelhos que lhes dizem alguma coisa ou a rezar para elas", referiu o investigador português, radicado há oito anos no Reino Unido.

Na experiência, os católicos disseram sentir-se mais seguros e mais apaziguados ao contemplarem a Virgem Maria, e os investigadores verificaram que nesses momentos era activada uma parte do córtex préfrontal do cérebro, o que não aconteceu com o outro grupo, em que os níveis de dor e ansiedade permaneceram praticamente idênticos.

"Em termos de como é que as crenças, e em particular as religiosas, podem afectar a percepção de dor há ainda muita coisa para fazer e este é apenas um primeiro estudo, pioneiro", salientou.

Doutorado em Psicologia Experimental pela Universidade de Oxford (2005), Miguel Farias, 34 anos, coordena uma rede de investigadores que estudam diversas peregrinações, católicas e pagãs.

"Neste momento estamos a comparar Fátima e Lourdes, que são os grandes santuários católicos, mas também Stonehenge e outro local no Reino Unido associado às lendas do rei Artur e que nos últimos 20 anos se tornou também um local de peregrinação pagã", afirmou.

O objectivo, acrescentou, "é tentar ver de que modo é que as expectativas que as pessoas levam para as várias peregrinações afectam as experiências que têm, como é que isso influencia os seus estados afectivos e emocionais, e o que é se passa em termos de diferenças psicológicas, idades e tipos de personalidades".

Miguel Farias, que há três anos estuda as bases neurológicas da crença religiosa e o modo como esta modula a experiência da dor, licenciou-se na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Mantém um trabalho de colaboração em Portugal com um centro de investigação em ciências sociais humanas chamado Númena, com sede no Taguspark (Oeiras).

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posted by Mikasmokas @ 10/06/2008   0 comments
domingo, outubro 05, 2008
Viva a República!

um exemplo de um bom ideal implantado e construído à custa de sangue, desvios ideológicos, abuso de poder, interpretações erradas e falhanços históricos.. no entanto, não deixa de ser um bom ideal para vivermos e lutarmos por ele

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posted by Mikasmokas @ 10/05/2008   0 comments
quinta-feira, outubro 02, 2008
Capitalismo e redes sociais... Weber está vivo!

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posted by Mikasmokas @ 10/02/2008   0 comments
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