Reflexões de um Caracol à Beira da Estrada
Será a experiência estética a experiência do mundo.... o devir é um devir estético... ou será que devo atravessar a estrada?
segunda-feira, agosto 29, 2005
Passeios dos.... domigos.... :|



Uma primeira ida a Alcoche te e depois o Samouco.. sim, aquela praia e prédios que se vêm da Ponte Vasco da Gama.... :p
posted by Mikasmokas @ 8/29/2005   1 comments
quarta-feira, agosto 24, 2005
PARA QUE A HISTÓRIA NÃO SE REPITA... (curiosidades da História)
PARA QUE A HISTÓRIA NÃO SE REPITA...
...aqui ficam algumas das condições que o Ministério da Educação Popular definiu, durante o Governo de Hitler, para a atribuição de licenças para espectáculos de música de dança.

DEPARTMENT OF POPULAR EDUCATION AND ART

Conditions Governing the Grant of Licenses for Dance Music


NEGROID: Belonging to a Negro race. This includes the African Negroes (and also those living outside of Africa), also Pygmies, Bushmen and Hottentots. NEGRITO: In the wider sense of the term, the short-statured, curly or frizzy-haired, dark-skinned inhabitants of Southeastern Asia, Melanesia and Central Africa.

1. Music: The Embargo on Negroid and Negrito Factors in dance Music and Music for Entertainments.

2. Introduction: The following regulations are intended to indicate the revival of the European spirit in the music played in this country for dances and amusements, by freeing the latter from the elements of that primitive Negroid and/or Negrito music, which may be justly regarded as being in flagrant conflict with the Europeon conception of music. These regulations constitute a transitory measure born of practical considerations and which must of necessity precede a general revival.

3. Prohibition: It is forbidden to play in public music which possesses to a marked degree characteristic features of the method of improvisation, execution, composition and arrangement adopted by Negroes and colored people. It is forbidden in publications, reports, programs, printed or verbal announcements, etc.: (a) to describe music played or to be played with the words "jazz" or "jazz music." (b) to use the technical jargon described below, except in reference to or as a description of the instrumental and vocal dance music of the North American Negroes. Exceptions may Be permitted where such music is intended for a strictly scientific or strictly educational purpose and where such music is interpreted by persons having two or more Negroid or Negritic grandparents.

4. Descripton of The Main Characteristic Features of the Above-Mentioned Music which Differ from the European Conception of Music: The use of tonally undefined mordents, Ostentatious trills, double-stopping or ascendant glissandi, obtained in the Negro style by excessive vibrato, lip technique and/or shaking of the musical instrument. In jazz terminology, the effects known as "dinge," "smear" and "whip." Also the use of intentional vocalization of an instrumental tone by imitating a throaty sound. In jazz terminology, the adoption of the "growl" on brass wind instruments, and also the "scratchy" clarinet tone. Also the use of any intentional instrumentalization of the singing voice by substituting senseless syllables for the words in the text by "metalizing" the voice. In jazz terminology, so-called "scat" singing and the vocal imitation of brass wind instruments. Also the use in Negro fashion of harshly timbered and harshly dynamic intonations unless already described. In jazz terminology, the use of "hot" intonations. Also the use in Negro fashion of dampers on brass and woodwind instruments in which the formation of the tone is achieved in solo items with more than the normal pressure. This does not apply to saxophones or trombones. Likewise forbidden, in the melody, is any melody formed in the manner characteristic of Negro players, and which can be unmistakably recognized.

5. Expressly Forbidden: The adoption in Negro fashion of short motifs of exaggerated pitch and rhythm, repeated more than three times without interruption by a solo instrument (or soloist), or more than sixteen times in succession without interruption by a group of instruments played by a band. In jazz terminology, any adoption of "licks" and "riffs" repeated more than three times in succession by a soloist or more than sixteen times for one section or for two or more sections. Also the exaggeration of Negroid bass forms, based on the broken tritone. In jazz terminology, the "boogie-woogie," "honky tonk" or "barrelhouse" style.

6. Instruments Banned: Use of very primitive instruments such as the Cuban Negro "quijada" (jaw of a donkey) and the North American Negro "washboard." Also the use of rubber mutes (plungers) for wind brass instruments, the imitation of a throaty tone in the use of mutes which, whether accompanied by any special movement of the hand or not, effect an imitation of a nasal sound. In jazz terminology, use of "plungers" and "Wah Wah" dampers. The so-called "tone color" mutes may, however, be used. Also the playing in Negro fashion of long, drawn-out percussion solos or an imitation thereof for more than two or four three-time beats, more frequently than three times or twice in the course of 32 successive beats in a complete interpretation. In jazz terminology, "stop choruses" by percussion instruments, except brass cymbals. There is no objection to providing a chorus with percussion solos in places where a break could also come, but at not more than three such places. Also the use of a constant, long drawn-out exaggerated tonal emphasis on the second and fourth beats in 4/4 time. In jazz terminology, the use of the long drawn-out "off beat" effect.
posted by Mikasmokas @ 8/24/2005   0 comments
Curiosidades do Mundo Animal...

Investigadora descobre efeito anti-celulite na baba de caracol
Um estudo recentemente divulgado pelo Instituto Politécnico Nacional (IPN) do México revela que a baba de caracol de jardim pode ajudar a reduzir a celulite, um problema que afecta a maioria das mulheres.
A baba de caracol foi testada em fórmula de gel, durante um mês, por alunas do IPN, que observaram que a sua celulite diminuía e que não havia retrocesso depois de terminarem o tratamento.
A celulite é um termo comum usado para descrever as bolsas de gordura acumuladas por baixo da pele causando covas nas ancas, coxas, nádegas e abdómen.

posted by Mikasmokas @ 8/24/2005   0 comments
terça-feira, agosto 16, 2005
Fórum dos Gatos na Clix

Hoje tive uma discussão surrealista no fórum dos Gatos do Clix...
aqui fica o link para lerem... só lendo...

http://arcadenoe.clix.pt/forum/viewtopic.php?p=342068#342068
posted by Mikasmokas @ 8/16/2005   1 comments
terça-feira, agosto 09, 2005
Pipo



Olá... aqui estou eu, o Pipo ... não queria deixar de aconselhar todos a lerem este MARAVILHOSO blog do meu dono... lolol...
posted by Mikasmokas @ 8/09/2005   1 comments
sexta-feira, agosto 05, 2005
Comunicação Afectiva / Interacção Emocional no Processo Grupanalític
Comunicação Afectiva / Interacção Emocional no Processo Grupanalítico

Resumo
A presente comunicação pretende fazer uma abordar teórica sobre a importância da Comunicação Afectiva /Interacção
Emocional nos fenómenos psicodinâmicos em Ambiente Grupanalítico (na Matriz Grupal, nos Processos Transferencial e Contra - Transferencial, na Ressonância Emocional, nos Momentos de Encontro, nos Processos de Identificação, etc.) e as suas
implicações teóricas, tendo em conta, os mais recentes dados da investigação em Neuro-Ciências dos Afectos e as reformulações teóricas da Psicanálise do Desenvolvimento.


Palavras Chaves: Comunicação Emocional, Emoções, Grupanálise, Psicanálise do Desenvolvimento, Vinculação

Preâmbulo
O presente trabalho pretende abrir uma reflexão sobre a importância da comunicação afectiva/emocional nos
processos terapêuticos analíticos, em particular, em Grupanálise, tendo em conta, os recentes aportes teóricos e clínicos,
provindos de diferentes áreas da investigação, da Psicanálise do Desenvolvimento e das Neuro-Ciências dos Afectos.
Todos nós sabemos que os processos afectivo-emocionais são, na sua maioria, inconscientes e referem-se essencialmente,
aos aspectos não-verbais da comunicação humana.
Trata-se de um assunto de grande actualidade, o qual esteve sempre presente na mente dos teóricos do Movimento
Grupanalítico, mas ele nunca foi tema de uma reflexão sistematizada.
Como o Processo da Comunicação Afectiva/Emocional têm sido pensado pelos Autores Grupanalíticos?
Para já, a comunicação, per si, surge como um dos três processos dinâmicos básicos em Grupanálise, a par da
relação e da configuração e na sua descrição surge desde logo, a componente afectivo/emocional, quando Cruz
Filipe (1969) escreve: “a comunicação é um processo essencialmente dinâmico por meio do qual se dão as trocas de
afectos, pensamentos e necessidades com os Outros.... É imensamente variável – série de processos conscientes e
inconscientes, - comunicação verbal, sintomas. Entre ambos estão todas as formas de comunicação não verbal”... ou
Ponciano Ribeiro (1981) quando se lhe refere como “algo que acontece para além dos limites da palavra” ou “a
palavra vestida de sentimento é comunicação”...
Já em 1953, Foulkes já dava muita importância à comunicação afectiva, quando ele se referiu que: “nas comunicações
de cada membro do grupo existe sempre um nível subjacente de cariz afectivo ou emocional, pois às
comunicações de cada pessoa vão as outras responder de modo instintivo e inconsciente” ou quando ele clarifica um
pouco melhor esta questão, em 1975, ao afirmar que: “cada um dos membros do grupo comunica de acordo com
a sua ressonância (afectiva) particular correspondendo à sua própria psicopatologia ou à sua relação particular para
com aquela pessoa ou para a inferência implicada naquele mesmo momento”...
Este mesmo autor (Foulkes,1964/1968) atribuía um papel fundamental aos Afectos nos processos da comunicação
em grupo, considerando estarem eles profundamente ligados aos factores terapêuticos específicos da situação
grupanalítica. Questão que foi também realçada por Malcolm Pines (1983), no seu livro “The Evolution of Group- Analysis”. Nos factores terapêuticos (a socialização, os fenómenos de espelho e da simbolização e a partilha ou troca)
estariam presentes dimensões afectivas. Por exemplo, na partilha não haveria somente uma troca informações, mas também de vivências (afectivas), “as quais permitiriam a compreensão, em cada um dos membros, dos significados das interacções e dos problemas emocionais em discussão”... Malcolm Pines (1983) acrescentaria que: “isto também
poderia levar ao desencadeamento de “fenómenos em cadeia e à ressonância afectiva”.
Ponciano Ribeiro (1981) relembra-nos que entre os agentes dinâmicos facilitadores da mudança psicológica, “a experiência emocional correctora constitui a capacidade de revivênciar no aqui e agora do grupo, os acontecimentos
traumatizantes passados, sem os conflitos e censuras passadas” e que “esta re-experiência emocional no aqui e agora
do grupo poderá, de facto, fazer com que alguém sinta a significação real do seu problema”...

Em Portugal, Mendes Leal, citada por Cruz Filipe (1969) “postulava que o valor terapêutico do processo
grupanalítico, passava pelas re-experimentações das emoções (pulsões procurando descarregar-se) num grupo
actual analítico e pela sua re-experimentação dentro duma rede de grupo”.
A estes aspectos dos processos de comunicação em grupo, Eduardo Luís Cortesão designou-os, em 1989, de
“fenomenologia do processo grupanalítico”.
Num artigo publicado recentemente, César Vieira Dinis (Dinis, 2000) volta a chamar à atenção de que a
Comunicação sempre esteve no cerne da conceptualização grupanalítica conforme, ele ressalta exemplarmente, se considerarmos a definição de “matriz” do grupo, conceito nuclear na teoria e praxis grupanalíticas. Este autor
reportando-se ao entendimento de matriz em Foulkes (1967), como a “teia hipotética de comunicação e relação num dado grupo” e a Cortesão (1989) que a ampliou para a “rede específica de comunicação, relação e elaboração”,
Vieira Dinis, em 1994, acrescenta à definição de matriz, o aspecto de rede de transação emocional, pois para ele: “na situação grupanalítica... estabelecem-se gradualmente inter membros canais de comunicação e transações relacionais
carregadas de teor afectivo” e lhe parecia que: “estas transacções emocionais contemplam no essencial, o que se entende por vínculo, na dimensão inter-subjectiva, enquanto estruturas agregando pessoas”.
Portanto a compreensão de uma parte importante do nosso trabalho, passa pelo nosso entendimento, como os aspectos afectivos dos mecanismos inconscientes presentes na matriz grupanalítica, tais como, a empatia, a identificação,a projecção, a transferência ou a contra-transferência, se desenrolam nas mentes dos pacientes e do terapeuta,
em torno dos fenómenos relacionais em grupo.
Vamos agora abordar, a questão dos afectos e da emocionalidade na estruturação psíquica da Mente, partindo da compreensão de alguns modelos teórico-clínicos recentes, de diferentes áreas de investigação os quais podem ser heurísticamente muito úteis para todos nós, ajudando-nos a pensar por novos caminhos clinicamente úteis e a
estender as nossas linhas de raciocínio nestas áreas.
Os Aportes da Psicologia do Desenvolvimento e das Neurociências
Nos últimos anos, estudos clínicos e experimentais em psicologia infantil têm convergido na centralidade das funções afectivas nos primeiros anos de vida. Em paralelo, estudos em neuro-ciências dos afectos têm descrito
sistemas estruturais lateralizados à direita, os quais medeiam as funções sócio-emocionais não-conscientes do cérebro descritas pelos Psicanalistas do Desenvolvimento.
Num artigo recente, Allan Schore (2003) articulou bastantes dados sobre como a maturação estrutural do cérebro direito é directamente influenciada pelos relacionamentos de vinculação, oferecendo-nos uma oportunidade para compreender a origem, a dinâmica e a estrutura dos conteúdos inconscientes da Mente. Segundo ele, os actuais
modelos psico-neuro-biológicos indicam que o núcleo do inconsciente é um núcleo afectivo psico-biológico (Schore,
1994), já descrito por Emde (1983) quando este identificou a estrutura integrada e primordial do Self, como tendo um “núcleo afectivo” emergente, aonde se mantêm as imagens do Self e os registos de todas as emoções, cognições e memórias associadas que se formaram durante a infância. De facto, Freud (1915) já tinha deduzido que
o sistema inconsciente surge muito cedo na vida, bastante antes das funções verbais conscientes.
Actualmente o desenvolvimento humano não pode ser compreendido fora do processamento da informação sócio-emocional e da transação psico-biológica, considerando-se que o desenvolvimento das capacidades de experiênciar, comunicar e regular as emoções são, momentos chaves da nossa infância.
Existe um corpo de evidências científicas que indicam que o desenvolvimento destas capacidades é uma experiência dependente de processos maturacionais do hemisfério direito, a que o neuro-cientista Robert Ornstein designou de “mente direita”. Sabe-se que o hemisfério direito matura antes do esquerdo e que o seu crescimento é bastante
intenso no primeiro ano e meio de vida e dominante para os 3 primeiros anos (Chiron et al., 1997), um dado, na linha da assunção de Freud de que o processo primário precede ontologicamente às funções dos processos secundários.
Sabe-se que as experiências interactivas precoces entre o cérebro e o ambiente social são mediadas pelas comunicações afectivas e pelas transações psico-biológicas e que as influências do meio social são imprimidas nas estruturas
biológicas em maturação durante as fases iniciais do crescimento cerebral, através de um impacto directo sobre os sistemas genéticos que programam o crescimento cerebral (Schore, 1994, 2003a, 2003b) e que o meio ambiente social tem poderosos efeitos na estrutura do cérebro, o que está de acordo, com a concepção de Anna Freud (1965)
de que a estruturação psíquica resulta por um lado, de sucessivas interacções entre as sequências maturacionais
biológica e geneticamente determinadas na criança, por outro, as influências experiênciais e ambientais.

Estas experiências interactivas precoces são, essencialmente, as comunicações sócio-emocionais envoltas num relacionamento de vinculação regulatória dos afectos entre a criança e a sua mãe.
Os produtos do crescimento emocional são: a emergência de capacidades cada vez mais complexas de regulação dos afectos, a mudança da regulação externa para uma regulação interna e a obtenção de uma capacidade essencialmente adaptativa para a auto-regulação dos afectos.
A neurobiologia do desenvolvimento emocional refere-se a uma “construção social do cérebro humano” (Eisenberg, 1995) que é uma tarefa desde o nascimento e que se desenrola essencialmente no 1º ano da vida do bebé. O recém-nascido utiliza desde logo, as suas capacidades sensórias, em particular, o cheiro, o paladar e o toque, para
interagir com o meio social. Aos 2 meses de idade, ocorre o início de um período crítico de maturação do córtex occipital (Yamada et al., 2000), o qual está ligado à visão, que permite uma mudança e progressão dramáticas das suas capacidades sociais e emocionais. A partir de então, a face expressiva e emocional da mãe, passa a ser de longe, o estímulo visual mais potente e a criança começa a revelar um intenso interesse pela face e, em particular, pelos olhos
da mãe, seguindo-os no espaço e envolvendo-se ambos, em períodos de intensa fixação mútua. Desde logo, surge um processo de aprendizagem para cada parceiro da díade mãe-filho, da estrutura do Outro e de modificação do seu
comportamento no sentido de se ajustarem a este processo se designa de sincronia.
Allan Schore (2003) descreve o modo como a mãe intuitiva, sintoniza e ressoa com o estado psico-físico da criança, designando este processo como sincronização afectiva, no qual o bebé é activado (ou desactivado ou hiperactivado) dinamicamente e a mãe corrige a intensidade e a duração da sua estimulação afectiva com a finalidade de manter uma situação positiva na criança. De facto, segundo este autor, a coordenação das respostas é tão rápida,
o que lhe sugere a existência de um elo ou vínculo de comunicação inconsciente, numa matriz interactiva promotora da expressão dos afectos internos da criança.
A mãe ou o cuidador primário também participam no restabelecimento interactivo da regulação dos estados de tensão induzidos na criança, sendo a tensão, definida como, uma assincronia numa sequência de interacções.
seguindo, um período de restabelecimento da sincronia que permite a recuperação da tensão. Havendo um padrão de correspondência entre a disrupção e a reparação do cuidador “suficientemente bom”. De facto a sintonia
psicobiológica, a ressonância interactiva, a sincronização mútua e o abarcar dos ritmos psico - biológicos são os processos fisiológicos que medeiam a formação dos elos de vinculação e estes processos regulatórios são precursores da vinculação psicológica e das emoções associadas.
Ele conclui que a Vinculação é um processo interno que promove a transferência dos afectos entre mãe e criança, pois a mãe sincroniza e ressoa com os ritmos dos estados internos da criança e regula o nível de estimulação não só minimizando os afectos negativos, mas também a maximização das oportunidades para o afecto positivo. Aliás
Stroufe (1996) já considerava que a Vinculação é a regulação diádica (interactiva) da emoção.
Alguns dos importantes resultados de uma Vinculação segura são aqueles que estão ligados ao surgimento das sensações internas de segurança e de resiliênçia, baseadas no conhecimento intuitivo de que podemos regular os nossos fluxos afectivos e as mudanças de estados emocionais do nosso corpo e no desenvolvimento de uma função
reflexiva, a operação mental que permite a percepção do estado emocional do Outro (Fonagy e Target, 1997).
Por oposição, quando se cresce em ambientes perturbadores para a Vinculação e para a formação da Personalidade apresentam-se défices ligados a perturbações da empatia, isto é, capacidades limitadas na percepção dos estados
emocionais ou falhas na atribuição dos estados emocionais ou na interpretação das intenções dos outros ou ainda capacidades limitadas para modular a intensidade e duração dos afectos, especialmente os primários, isto é, sob tensão psíquica, não se experiênciam afectos diferenciados ou discretos, mas antes, estados difusos, não-diferenciados
e caóticos acompanhados por esmagadoras sensações viscerais e somáticas. A estas capacidades restritas para reflectir sobre os seus estados emocionais, Fonagy e Target (1997) designaram de falta de mentalização.
Como as Relações Primárias se tornam internalizadas e se transformam em Estrutura Psíquica?
A Teoria Regulatória da Vinculação de Allan Schore (2003a) afirma que: “as interacções face a face estão
sincronizadas e sintonizadas psico-biologicamente, no hemisfério direito da criança, o qual é dominante para o reconhecimento da face maternal e para a percepção da estimulação induzida das expressões faciais afectivas, da
informação visual emocional e da prosódia da voz da Mãe”... e é “regulada pelos estímulos do cérebro direito da Mãe”, sugerindo que “a Vinculação é, na sua essência, a regulação de sincronismos biológicos dos Cérebros direitos
entre organismos”(mãe e filho) e o seu mecanismo de aprendizagem será o “imprinting”.

Estudos neurobiológicos recentes revelaram que é o córtex órbito-frontal, a estrutura que está envolvida “ao mais alto nível no controlo do comportamento, em particular, em relação à emoção” (Price et al., 1996) e que joga “um papel particularmente proeminente na modulação emocional da experiência” (Mesulam, 1985). Esta estrutura é
descrita como a região cortical nodal para a junção e monitorização do passado relevante e as actuais experiências, inclusive, as afectivas e os valores sociais” (Cavada e Schultz, 2000) e que está “envolvida em funções humanas críticas, tais como, a adaptação social, o controlo do humor, as pulsões, e a responsabilidade, traços que são cruciais na definição da “personalidade” de um indivíduo” (Cavada e Schultz, 2000).
Estas regiões órbito-frontais não são funcionais à nascença, mas entram em funcionamento, no decurso do último trimestre de 1º ano de vida, (Shore, 2003) .
Estes sistemas órbito-frontais têm uma função de controlo executivo sobre todo o cérebro direito no qual se pensa “existir um “léxico afectivo não-verbal”, um vocabulário para sinais afectivos não verbais, tais como, expressões
faciais, gestos e tonalidades vocais” (Bowers et al.,1993; Snow, 2000). No cérebro direito está sendo associado para além, do processamento emocional, com o processamento dos pensamentos contextual, espacial e global, assim como com a informação não-verbal e sócio-emocional e a integração da informação a partir do corpo.
Em apoio ao seu papel, no sincronismo biológico, sabe-se que a actividade do hemisfério direito é instrumental para percepção empática dos estados emocionais dos outros seres humanos (Schore, 1994, 2003). Allan Schore (2003) considera que a regulação interactiva do cérebro direito será possivelmente, o substracto da empatia e no qual se armazena um modelo operativo interno do relacionamento vinculativo, o qual codifica as estratégias da regulação
afectiva que mantêm a regulação básica e o afecto positivo mesmo perante as mudanças envolventes (Schore, 1994).
Este modelo inconsciente, estará guardado, segundo Fink e colaboradores (1996), nas memórias implícitas procedurais que fazem parte do substracto da memória autobiográfica carregada afectivamente.
Será no córtex órbito-frontal, responsável “pelas interacções cognitivo-emocionais”, a área aonde se geram os modelos de trabalho interno que contém as representações dos componentes afectivos e cognitivos que geram linhas não-conscientes que guiam o comportamento antes que o conhecimento consciente ou reflexivo o faça (Bechara etal., 1997) e que codificam a possível significância das opções comportamentais futuras (Dolan, 1999) representando
um importante sítio de contacto entre a informação emocional e os mecanismos de selecção da acção (Rolls, 1996).
Tudo isto parece estar, de acordo, com a assunção de Bowlby (1981) de que os modelos operativos internos inconscientes são usados como guias para a acção futura.
Um outro autor (Brothers,1995) descreveu um circuito límbico a partir do córtex órbito-frontal cuja funções funcionariam como um ““editor” social especializado no processamento das intenções sociais dos outros “através da
avaliação dos significados dos gestos e das expressões “ e que “encorajaria o resto do cérebro a relatar sobre acontecimentos do ambiente social”. Este editor agiria como um sistema unitário “especializado para responder a
sinais sociais de todo o tipo, um sistema que iria construir, em última instância, “as representações na mente”.
Neste córtex órbito-frontal que se encontra maturado, a meio do 2º ano de vida, é aonde se começa a consolidar um núcleo de Self não verbal e inconsciente, apoiado em padrões de regulação afectiva. Este núcleo de Self terá progressivamente a capacidade de corrigir de modo flexível os estados emocionais através das interacções com os
outros seres humanos via contextos inter-conectivos (regulação interactiva) ou via contexto autónomo (autoregulação)
e com a capacidade de mudar entre estes dois modos regulatórios, dependendo do contexto social.
Algumas Implicações para um Modelo Psico-Neurobiológico em Grupanálise
Esta série de dados clínico-teóricos apresentados permitem-nos fundamentar a possibilidade de existirem processos neuro-biológicos e psico-biológicos na comunicação afectivo/emocional e na dinâmica relacional dos processos grupanalíticos.
Nesta nova perspectiva de compreensão das interacções analíticas em grupo, podemos afirmar que estas são relacionamentos emocionais com origem em processos primários de vinculação, onde as comunicações afectivo/emocionais são essencialmente, sinais sobre a qualidade das relações infantis e que estão ligadas a representações interactivas codificadas nas memórias implícitas-procedurais (Amini et al.,1996).
Estes relacionamentos emocionais ocorrem dentro da aliança terapêutica, sendo esta, um contentor e um activador dos afectos e das emoções experiênciados em todos os outros relacionamentos anteriores, com a sua intensidade determinada, pelo grau de vinculação e de intimidade experiênciados no relacionamento terapêutico actual.

Durante a criação da aliança terapêutica, o terapeuta empático e intuitivo deve experiênciar um estado de sintonia vitalizante em relação ao paciente (Schore, 1994, 2003a), isto é, deve existir entre ele e os pacientes, estados de sincronia afectiva não-verbal e de ressonância afectiva não somente para com os estados mentais (cognições), mas
também para com os estados psicobiológicos (afectivo-corporais) deles. O terapeuta empático deve estar atento a nível consciente às verbalizações de modo a diagnosticar objectivamente e a racionalizar a sintomatologia de desregulação dos pacientes. Simultaneamente, ele estará em escuta e em interacção num outro nível de experiênciação
subjectivo, abaixo do discernimento, onde ele processa a informação sócio-emocional. O terapeuta deverá estar imerso de modo empático e “sintonizado para o fluxo contínuo e para as mudanças nos sentimentos e experiências dos pacientes” como descreveu Kohut (1971) ou em situação de “eventual atenção flutuante”, como afirmava Freud, em 1912, sobre este estado de disponibilidade receptiva ou ainda em situação de “rêverie” ou “estado de sonho
(consciência) alfa”, segundo a conceptualização de Bion (1962).
Desde o primeiro momento do contacto, o terapeuta deve apreender as estruturas rítmicas não-verbais dos estados internos dos pacientes, modificando o seu comportamento de modo relativamente flexível e fluído, a fim de se sincronizar com tal estrutura, criando assim, um contexto para a organização de uma aliança terapêutica.
Esta aliança terapêutica é estruturada numa aprendizagem implícita e procedural (inconsciente) (Hugdhal, 1995, Rolls, 1996), dos processos não-verbais (Schore, 1994) e ligados à emoção (Rolls et al., 1994), a fim de criar um tal “conhecimento relacional implícito” a que Stern e Colaboradores (1998) consideraram estar no “centro da mudança terapêutica” e na “organização de uma nova aprendizagem”.
Durante o encontro terapêutico, o analista deverá tomar consciência dos seus estados mentais psico-biológicos e das impressões contra-transferênciais obtidas através das comunicações transferenciais inconscientes dos pacientes.
Estas comunicações são expressas nos “momentos afectivos intensificados” quando os modelos internos de funcionamento do paciente são acedidos e assim revelados os modos transferenciais e as estratégias de “coping” da regulação dos afectos dos pacientes (Schore, 2003a).
O terapeuta psicobiologicamente sintonizado terá a oportunidade para actuar como um regulador afectivo e interactivo dos estados des-regulados dos pacientes (Schore 2003a), pois uma das suas finalidades, é a promoção da regulação dos afectos.
Em relação aos fenómenos da transferência (Wallerstein, 1990) e da contra-transferência (Gabbard,1995), estas podem ser descritas, em termos emocionais, da seguinte maneira: A reacção transferencial, como o aparecimento de emoções deslocadas, envolventes e emergentes que expressam os significados das relações interpessoais da mais
afastada infância. Aliás, Freud já tinha constatado que a emoção aparecia repetitivamente na situação de transferência e mantinha-se aí, até ao instante, em que podia ser reconhecida ou assumida. Quando o paciente a aceitava,distanciava-se face à emoção revivida e o discernimento (insight) tornava-se possível e útil.
Nas actuais perspectivas psico-neurobiológicas, os fenómenos transferenciais, podem ser encarados, como processos interactivos de regulação emocional, baseados na re-experienciação de momentos emocionais projectados no analista ou nalgum dos participantes do grupo, de conflitos e/ou vivências particulares reportadas à infância de cada
um. Estes momentos emocionais transferenciais ocorrem durante momentos de excitação (estimulação) emocional, em que a atenção está alterada e existe “uma elevação da sensitividade para as disposições relacionadas com o estado emocional do momento” (Lane et al., 1999).
Em relação ao fenómeno da Identificação, expressão mais precoce da relação afectiva com outra pessoa, a base deste processo consiste essencialmente em certos aspectos de um Ego se transformam por influência de outro Ego.
Este fenómeno permite verdadeiras catarses com o desencadear e aflorar de emoções e sentimentos reprimidos durante anos, perante as pessoas significativas do passado, sendo através dos mecanismos da Identificação que os
elementos do grupo conseguem expressar, exteriorizar e modificar as emoções e sentimentos ou os seus padrões primitivos de conduta os quais se tornam disponíveis para a clarificação através da interpretação do grupanalista.
Quanto à Interpretação, esta deve ser feita sobretudo em momentos de transferência positiva ou em momentos vivênciais profundos do grupo, quando o Grupanalista tenta fazer uma regulação emocional correctiva, colocando,às claras, os processos de resistência (situações de des-regulação emocional) e os mecanismos de defesa (reacções ao
stress emocional) que estão a ser despoletados pelas vivências emocionais do momento transferencial.
Da parte do terapeuta, as Interpretações mais efectivas devem estar baseadas, segundo Boyer (1990), no “discernimento das suas próprias respostas físicas, emocionais e ideacionais às mensagens veladas do paciente” e da parte dos pacientes, os “entendimentos mais adequados” ocorrem quando eles sentem o analista sintonizado para o seu
estado psico-biológico, no momento em que a interpretação é oferecida.

Num “diálogo genuíno” com o terapeuta, os pacientes levantam a partir dos mundos internos e depois em palavra falada, o que eles necessitam dizer num momento particular mas que eles ainda não possuem como discurso. Os pacientes precisam de experiênciar esta descrição verbal dos seus estados internos, como ouvidos e sentidos por um
Outro empático. Desta maneira, os aspectos emocionalmente responsivos das intervenções do terapeuta são transformadores, isto é, tornar “os sentimentos crus em símbolos”, o que permite, segundo Holmes (1993), uma conecção entre dois domínios representacionais, o não-verbal implícito e o verbal explícito. De acordo, com Stolorow e Atwood (1992), iria facilitar a “evolução dos afectos a partir da sua forma primitiva, na qual eles eram experienciados como sensações corporais, em estados subjectivos que podem ser gradualmente articulados verbalmente”.
Os mecanismos essenciais que regulam, em tempo real, as conecções, disconecções e re-conecções dos mundos internos dos pacientes e do terapeuta são mediados pelas transacções da transferência – contra – transferência nãoverbais.
Enfim o processo grupanalítico pode ser um meio para o desenvolvimento afectivo do adulto que serve o propósito da reflexão consciente sobre os seus processos afectivos, permitindo o desenvolvimento de uma “parte pensante do cérebro emocional” (Goleman,1995) ou “de uma agência organizadora e auto-reflexiva da mente”
(Karen Kaplan-Solms e Mark Solms,2000), com a finalidade de “integrar e atribuir os significados emocionais e motivacionais às impressões cognitivas ou fazer a associação da emoção com as ideias e os pensamentos” (Joseph,
1996), cujo papel é o de elaborar o conhecimento reflexivo do Self, o qual permite às pessoas reflectirem sobre os seus estados emocionais, assim como, os dos Outros.
Para terminar esta reflexão ainda incompleta sobre a Comunicação Afectivo/emocional em Grupanálise, o autor gostava de realçar que esta questão também passa pela compreensão da intersubjectividade relacional inscrita na matriz grupal apoiada no exercício das nossas capacidades empáticas e no facto de ter de estarmos atentos às nossas intuições sobre tudo aquilo que os nossos analisandos nos suscitam dentro dos relacionamentos íntimos que aí se
desenrolam.


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posted by Mikasmokas @ 8/05/2005   1 comments
Gorbachov e a URSS...
Ontem estive a ver naqueles cais do cabo capitalista um documentário sobre o Gorbachov, desde que nasceu até quase os dias de hoje.
Ao ver o percurso dele há de facto coisas para mim que não batem certo e gostava que partilhassem comigo:
- Gobarchov era de facto um funcionário carreirista
- Tinha no Popov, chefe da KGB, um dos seus padrinhos no PCUS, resultado de ir passar férias lá à terreola dele onde ele era 1º secretário do partido local.
- 1ª questão: sendo ele um devoto funcionário carreirista e com ideias de reforma profunda do sistema porque andou durante décadas sem dizer nada?! E se não disse nada porque achava que 1º tinha que chegar ao topo (que é a ideia que sempre passou) como é que uma dada cultura de organização não produziu efeitos sobre aquele homem?
- 2ª questão: aquando das mudanças que ele iniciou na URSS e no PCUS não era de prever que ao transmitir um congresso do PCUS pela televisão o choque fosse grande, visto que nunca tal se tinha visto? Para mim das duas uma: ou foi permeditado ou foi incompetente na gestão da mudança
- 3ª questão: porque é que se foi rodear de ortodoxos, mantendo-os em áreas de influência política? o objectivo era tê-los por perto? o resultado já sabemos que deu em golpe...
- 4ª questão: Se iniciou o desarmamento porque é que ainda hoje na Visão demonstra que as ogivas nucleares operacionais da URSS estiveram sempre a aumentar até 1990/1991 ?! E também sabemos quais as consequências que isso trás para a economia nacional....
- 5ª questão: Como é que ele não soube gerir a abertura, em muitos casos passava do 8 ou 80 e com as consequentes incoerencias (ex: Chernobil), permitindo que os nacionalismos voltassem a ficar descontrolados, acabando por levar à desagregação da União?
Estas minhas dúvidas sobre um homem que representou a mudança de uma geração não põe de lado claro a análise estrutural da questão, tal como nós (os marxistas e afins) a gostamos de a fazer. A História como sabemos não é feita por um homem. A questão é que ele foi de facto a figura de uma geração que quis mudar algumas coisas na URSS e que acabou por não conseguir. Agora, o comportamento dele em momentos chave da História da URSS para mim e ao ver aquele documentário deixa-me com muitas dúvidas. Mesmo depois do Golpe 91 ter fracassado não percebo como ele não tentou, e digo pelo menos tentou, reassumir o poder?!
Aguardo reflexões ...
posted by Mikasmokas @ 8/05/2005   0 comments
terça-feira, agosto 02, 2005
Políticas culturais no sector musical: Privado vs Público

Antes de tentar publicar este artigo num jornal queria que dessem um feed-back sobre o mesmo e já agora me corrigissem os habituais erros .... lol..

Políticas culturais no sector musical: Privado vs Público

A recente decisão da Fundação da Calouste Gulbenkian veio pôr a nú mais uma vez a concepção limitada dos sucessivos Governos nos últimos 25 anos sobre o papel da Política Cultural. A Política Cultural não pode e não está resumida a uma dictomia Público/Privado. Este artigo, mais do que explicitar o que deveria ser uma Política Cultural posta ao serviço das populações pretende ser um levantar de questões que grande parte dos agentes culturais injustiçados falam nos seus meios mas raramente o publicitam. Eu, como gestor cultural e pequeno empresário na área da cultura pretendo que estas questões que levantarei sejam um alerta para a consciêncialização de problemas de organização do sector cultural (e aqui note-se, em nada me refiro às necessidades de financiamento, mas antes de organização, que é, a meu ver, o grande problema deste sector).

De facto, tornou-se claro com o ‘caso Gulbenkian’ que as dicisões privadas têm claro impacto nos públicos, na comunidade onde se insere e no sector profissional onde actua. Será que o Estado não terá uma responsabilização em todas estas matérias enquanto garante da coesão social e profissional de sectores sócio-económicos? Mesmo as visões liberais da sociedade não enjeitam a necessidade de regulamentações e vigilância de abusos. Não será da responsabilidade do Estado lutar contra a corrupção em todos os sectores da vida social? Será admissivel que a política de apoios privada seja com base no claro tráfico de influências e corrupção (o Brasil, por exemplo, tem um sistema de atribuição de apoios privados muito mais claro que a nossa Lei do Mecenato)? Será que não é da responsabilidade do Estado evitar que a atribuição de dinheiros públicos (quer por via local, quer central e/ou regional) seja feita por compadrios e mais uma vez por critérios que em pouco têm a ver com a elevação cultural das populações, mas sim com elementos de corrupção de ou sem base político-partidária? Será que a luta por um Direito de Autor moderno tenha que estar sujeito a estruturas corruptas quem defedem apenas os interesses de meia dúzia de artistas? Será que o interesse da defesa de um Direito de Autor moderno virado para o artista e para o público/comsumidor só diz respeito à esfera privada? Não será a época digital da música um «choque tecnológico» e económico-social importante para o Estado se preocupar com ele? Será que não é interesse do Estado que todos os agentes culturais se organizem de forma participativa e democrática e possam participar em todas as dimensões da Política Cultural? Será que as verbas da União Europeia só são aplicadas de acordo com a organização de grupos de interesse político e económico? Será que as poucas estruturas culturais estáveis neste país têm que estar sujeitos a grupos de interesse económico e de género sexual fechados? Não é da responsabilidade do Estado contribuír para canais de distribuição da música nacional de forma mais eficaz (rádios, lojas, internet, internacionalização, etc) ? Não será óbvio que um sector musical forte significa uma mais-valia cultural clara na competitividade internacional do nosso país? E contribuír para um jornalismo cultural de qualidade, independente e verdadeiro? Não será do interesse do Estado criar condições materiais objectivas para que o processo de criação artística tenha mais condições de vingar? Não será do seu interesse que a edição de artistas portugueses esteja cada vez mais limitada por critérios estéticos e financeiros ditados de Madri ou dos EUA? Não será do interesse do Estado que os produtos culturais tenham um preço mais acessível a todos os cidadãos? Deverá a intervenção do Estado maioritariamente limitada ao Património? Não será de interesse do Estado promover a troca de experiências e contactos internacionais dos diferentes agentes culturais? Estas são apenas algumas das questões que levanto.... muitas mais ficaram, com certeza, por fazer.

Mas não nos podemos esquecer, que fazemos todos parte do problema, mas não faremos parte da solução se não agirmos! Se o Estado não assumir o seu papel histórico cultural sem complexos e se o sector cultural não tomar consciência do seu papel colectivo em vez de um papel espartilhado por grupos de interesses particulares. A colocação de problemas é uma das funções imprescindiveis da Cultural para a compreensão das nossas sociedades. E não há problema que a humanidade não coloque a si mesma que não contenha em si mesmo a sua solução....

Ricardo Simões

Gestor Cultural

1-8-2005

posted by Mikasmokas @ 8/02/2005   1 comments
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