Reflexões de um Caracol à Beira da Estrada
Será a experiência estética a experiência do mundo.... o devir é um devir estético... ou será que devo atravessar a estrada?
quarta-feira, dezembro 26, 2007
Sobre a nova relação simbólica de paternidade
Correio Braziliense , 18/03/02

Os pais acima da Justiça
ANAND RAO
Jornalista

Mulheres, parabéns pela emoção e percepção singular com que conduzem a vida. Isto me leva a escrever o artigo, ora em pauta, sobre a participação do homem pai, do novo pai, do novo homem, na criação dos filhos, estando separado do mesmo. A separação, hoje é uma das instituições mais comuns da sociedade; 46% dos alunos matriculados nas escolas públicas são filhos de pais separados portanto, temos que avaliar e analisar a atitude do casal moderno, do “pãe”, que é o pai que supera e moderniza seus limites, e quer participar com suas idéias masculinas na criação, educação, saúde, enfim, toda a emoção e razão que compõe a vida de um filho.
No Brasil a Aspase, Associação dos Pais Separados, e Associação dos Pais para sempre, já devidamente constituídas, têm dado grande suporte psicológico aos marinheiros de primeira viagem, pais separados e que se vêm perdidos neste descaminho, que se visto com outros olhos, é um caminho. Tais associações possuem encontros dinâmicos, proporcionando reuniões de auto-ajuda e apresentando projetos de lei no Congresso para maximizar a atuação do pai com o filho.
Em Brasília, alguns homens, que se encontraram através de endereços eletrônicos (e-mails) fornecidos pelas Associações supra-citadas, têm mantido contato com o intuito de formar a seção Brasília de uma grande Associação Nacional que está sendo formada após a fusão da Aspase com a Associação de Pais para Sempre, gerando a Aspase - Associação de Pais para Sempre, uma só, forte e unida.
Sendo assim, o artigo em questão, é escrito para a mulher moderna, aquela que a cada segundo amplia sua visão de mundo, e através dos seus atos, não quer mais ser a provedora solitária da formação de um filho, mas, quer dividir amigavelmente, de forma madura, com o ex-companheiro, esse desgaste. É bem verdade, que quem fica com o filho após uma separação, tem uma chance enorme de desgastar o relacionamento com o mesmo. Como a Justiça, na maioria de suas sentenças, acredita que a mãe é o celeiro mais próspero para a criação de um filho, muitos pais resumem a paternidade ao exercício de pegar o filho de duas em duas semanas e dormir com o mesmo uma vez a cada quarta-feira.
A percepção feminina é singular, além do amplo desenvolvimento social e profissional que a mulher vem obtendo, ela tem repensado a atuação que o ex-companheiro deve ter com relação à criação do filho. A mulher moderna abre espaço para que o mesmo possa se posicionar e discutir a educação, a saúde, enfim, tudo que envolve uma criança no processo de sua formação. Se formada com as percepções masculina e feminina, a criança, com certeza, estará pronta para enfrentar a alegria e os percalços da vida, e a mulher moderna, madura, sabe disso.
A disputa pelos filhos é prejudicial ao mesmo. É impossível, no final de um Fla x Flu, os ânimos estarem inalterados. Toda disputa provoca no filho tristeza, desequilíbrio, e nos pais, principalmente os antiquados, vitórias, pois, cada um se vangloria quando uma sentença os favorece.
É importante ressaltar que a sentença mais importante está nas mãos do casal, que se moderno em conceitos e atitudes, não leva nem o caso à Justiça, a Justiça passa a ser suporte do nada e a compreensão se faz pela absorção de valores que estão arraigados nos dois que crescem a cada segundo, a cada emoção, a cada razão, vivenciada. Por isso, os dois têm que compreender o raciocínio, o sentimento, a percepção um do outro, ele dela e ela dele, assim, estarão pensando no lado psíquico do filho. Não devem se expor, nem devem expor seu filho, devem simplesmente acordar tudo, e quando não houver acordo, o mais sábio, com certeza, cederá ou enfim, a Justiça, infelizmente, julgará.
Vários leitores dirão que isto é utopia. Eu direi, que tudo na vida, a busca de algo novo, sempre no início é utopia. A relação está nas mãos de vocês, pai e mãe, mas, a sabedoria dos atos está nas mãos da maturidade da relação, que geralmente ao enfrentar a dor, se traduz em desacatos, mas pode ser traduzida num encontro com o novo, com uma macro-visão, uma nova forma de ver a vida, que dará suporte e equilíbrio na formação do novo filho, que verá seus pais separados, unidos por uma nova atitude para consigo.
Este é um artigo, portanto, em homenagem à nova mulher, que é uma mulher de macro-visão, que quer dividir com o pai a responsabilidade e o desgaste de se criar um filho, não necessitando da intervenção da Justiça para endossar seus atos. A nova mulher e o novo homem sabem muito bem o que querem, e nunca deixarão juiz nenhum orientar-lhes pois, eles estão sendo orientados por uma nova concepção de vida, a concepção de fazer o filho feliz, a concepção de não disputar nada pois, os dois são vencedores, vencedores em tudo e o troféu é o filho que estará com tal atitude, equilibrado, maduro, enfim, feliz. Seu olhar, com certeza, eternizará o brilho singular da paz, pois, sua criação será um arcabouço de soluções, sem impasses, com rumo, com norte, enfim, com amor, que é o sentimento que o filho mais quer, mais sente falta, mais vive e mais ama.

Publicado em 05/08/2004 na coluna Sem Censura do caderno Educação do jornal Folha Dirigida:

A reinvenção do papel do pai

Por Maria Luisa de Moura Carvalho,
psicanalista e especialista em psicologia jurídica



Começou bem de mansinho. Ele, como quem não queria
nada, afastou a sogra na hora do parto e se fez
presente naquele momento único e inesquecível: a
chegada do filho já amado. O ato lhe possibilitou
construir uma sólida e carinhosa ligação amorosa com
seu rebento, bem diferente da que tivera com seu
próprio pai.

E assim, timidamente e um pouco sem jeito - afinal
estava sob a mira dos olhares incrédulos e críticos
das mulheres (até de sua própria mãe!!!) - banhou sua
cria, aliviou suas cólicas e o pôs para dormir.

Depois, veio o segundo filho. A mulher, aflita e
dividida entre sua profissão e os cuidados com a
prole, não encontrou outra maneira a não ser abrir mão
do poder materno - outorgado pelos médicos higienistas
no século XIX - e, mesmo sentindo-se terrivelmente
ameaçada por ter de dividir seu território, deixou que
este homem passasse a compartilhar a educação dos
filhos.

Assim está surgindo uma nova geração que reinventa o
papel de pai, deixando para trás o modelo de pai
provedor e autoritário desempenhado pelas gerações
anteriores. Estes novos pais começam a ser vistos
sozinhos, nas portas dos colégios, nas reuniões
escolares, passeando com seus filhotes nos parques,
demonstrando carinho e amorosidade antes impensáveis,
derrubando com este novo comportamento o mito de que
só a mulher está apta naturalmente a cuidar de uma
criança.

Nas últimas novelas da TV Globo estes novos pais foram
magnificamente retratados pelos personagens de Edu,
divorciado (Coração de Estudante), Cristiano, viúvo
(Celebridade) e Esteban, pai solteiro (Kubanacan). Os
três demonstraram total aptidão e desenvoltura nos
cuidados cotidianos das crianças. Sem apelar para
ajuda da própria mãe, vizinha ou namorada, resolviam
tudo sozinhos e tinham excelente relacionamento com os
filhos.

Mas apesar das evidências de que os novos pais começam
a se multiplicar, o direito de família tem demonstrado
que não está acompanhando esta evolução dos usos e
costumes de nossa sociedade. Faço tal afirmação porque
nos processos de regulamentação de visitas dos filhos
menores, em casos de separação conjugal, os juízes
continuam seguindo o padrão que já se tornou clássico:
estabelecer as visitas paternas em fins de semana
alternados. Não se percebe nos operadores de direito a
compreensão de que as caraminguadas e jurássicas
visitas quinzenais praticamente impossibilitam a
construção e consolidação dos laços afetivos que devem
existir entre pais e filhos. A intimidade, a
cumplicidade com os filhos torna-se, para os novos
pais, sonho impossível.

Como o filho pode ter intimidade com um pai que só vê
de quinze em quinze dias? Como não estranhar sua casa,
sua eventual namorada ou até mesmo seus pais, irmãos e
filhos, ou seja, a outra linhagem, se são vistos
apenas esporadicamente? Como se sentir em casa se
estes fins de semanas alternados são designados pela
Justiça como visitas? E como, ao tornar-se
adolescente, irá querer passar o fim de semana na
companhia do pai, cuja chance de ter se tornado um
estranho aos olhos dos filhos é tão grande?

Por outro lado, como o pai pode reconhecer uma
inquietação no filho sem plena convivência com ele?
Como acompanhar o desenvolvimento de sua prole, suas
descobertas, protegê-los de erros e orientá-los em
seus deslizes se são mantidos a distância pela
Justiça?

Quantos pais insistem sistematicamente para
participar mais da vida de seus filhos e são barrados
por ex-mulheres poderosas e controladoras, que
preferem educar seus filhos sozinhas, para não perder
o poder sobre eles? Como saber do comportamento do
filhote na escola, do boletim escolar, se algumas
mulheres se vingam de seus ex-maridos privando-os de
todas as informações? Pesquisas afirmam que muitos
pais acabam se cansando e afastando-se de seus filhos
por não se conformarem em desempenhar o papel de
visitantes na vida da prole.

Curadores e Juízes, despertem! É chegada a hora de
mudar. A psicanálise nos ensina que pai e mãe são
fundamentais na formação do psiquismo de seus filhos.
Não permitam mais a visita quinzenal. Troquem a
fatídica e nefasta palavra visita por convivência
familiar, pois usar as palavras certas pode se
constituir em reforço simbólico na consolidação dos
deveres e direitos entre pais e filhos. Instituam pelo
menos um dia na semana para o pai estar com o filho; e
que o fim de semana comece na sexta-feira e termine na
segunda. Assim teremos crianças e adolescentes mais
felizes, certos do amor que pai e mãe nutrem
igualmente por eles. Vamos, finalmente, criar
condições para que surjam cada vez mais novos pais,
apesar do aumento do número de separações conjugais.
Amor e convivência familiar nunca são demais!



Feliz Dia dos Novos Pais!

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posted by Mikasmokas @ 12/26/2007   0 comments
Mulheres, igualdade e Portugal
Licenciadas aumentaram 60 vezes em meio século, Diário Notícias de 26-12-2007

O peso de mulheres licenciadas na sociedade portuguesa cresceu mais de 60 vezes nos últimos 47 anos. Se em 1960, o total de diplomadas não ia além dos dez mil, no final do ano lectivo em curso esse número deverá rondar as 600 mil. A evolução é muito significativa, mas falta ainda, explicam especialistas em sociologia da educação, conquistar o mercado de trabalho e chegar a lugares de topo.

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posted by Mikasmokas @ 12/26/2007   0 comments
segunda-feira, dezembro 24, 2007
Relação simbólica Pai Natal e Natal vs relação simbólica com a figura paterna

Pais separados

Suprindo a ausência paterna

Nem tudo na vida é perfeito. Infelizmente. Principalmente quando o pai, seja por motivo de separação da mãe ou por outros acontecimentos, não convive integralmente com o filho.

A representação da figura paterna é fundamental na formação, no desenvolvimento e construção moral, social, emocional e psicológica da criança. Mas os filhos de pais separados ou de mães "solteiras" não são mais problemáticos do que os filhos de pais casados. Algumas vezes, observamos na sociedade uma tendência em rotulá-los, que deve ser evitada.

"Os filhos necessitam em qualquer condição de apoio, de carinho, protecção, companhia, cuidados e limites. É fundamental o papel da família no desenvolvimento da auto-estima dos filhos, pois é nela que desenvolvemos os laços afectivos, influenciando questões relacionadas ao ajustamento e às mais variadas situações", explica a psicóloga Patrícia Camargo.

A figura paterna faz parte da estrutura emocional para nos tornarmos pessoas sadias e maduras. A criança que é criada sem referencial masculino pode tornar-se aversivo às ordens dadas por representantes femininos. Porém isso não quer dizer que crianças criadas somente pela mãe vão ter algum transtorno emocional.

Saiba que crescer numa família sem o pai, cada vez mais comuns nas sociedades modernas, pode ser bem saudável! Como? O pai é o representante dos limites, é o que vem quebrar a simbiose mãe-bebê. No entanto, "a figura do pai" pode ser representada por outras pessoas, mesmo do sexo feminino. Algumas mães conseguem definir limites com muito sucesso.

"O papel materno é um factor essencial nas situações de ausência do pai no desenvolvimento da criança, pois a influência do comportamento materno pode levar a surgir uma maior ou menor predisposição para os conflitos associados à falta do pai", completa a psicóloga.

Alguns cuidados - Para que a "supermãe" obtenha êxito na função também de pai, cabe a ela toda a responsabilidade pela formação infantil - sem estar se queixando do parceiro, evitando brigas na frente da criança, e não usar a criança para se vingar ou ficar falando mal do pai para a criança.

Mesmo assim, proporcione à criança a presença de uma figura masculina: um avô, um tio ou mesmo um amigo confiável, mesmo que o contacto seja esporádico. O importante é que haja muito envolvimento afectivo, atenção, carinho e amor.

Como bem lembra Patrícia Camargo: "as ligações de emoção entre pai e filho são formadas nas relações de afeto e cuidado no dia-a-dia, e não com a parte biológica".

Sempre que possível, o pai ou figura paterna deve estar presente na vida dos filhos, acompanhando e participando de atividades cotidianas, fortalecendo assim uma ligação que, quer queiramos ou não, é para sempre.

Respeito pela figura paterna ou pela figura masculina é fundamental para a integridade da criança. Quando a mãe denigre o pai ou o sexo masculino por qualquer motivo, a criança cresce com uma identidade mutilada.

"Essa presença é muito importante para o bom desenvolvimento da criança. Tanto é que na ausência do pai biológico, cabe a mãe administrar a ausência do pai, de forma a não prejudicar sua imagem, tão importante para a formação do caráter da criança".

Bruno Thadeu

Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/bb5a6/suprindo_a_ausencia_paterna.htm


Ver também este interessante texto fundamentado (e não ideias do senso comum) sobre os significados simbólicos entre as figuras paterna e materna: Variações em torno da Metáfora Paterna


Significados do mundo simbólico do Natal

25 de Dezembro
A Igreja católica toma esta data, a partir do século IV, como aniversário do nascimento de Cristo. O dia 25 apareceu pela primeira vez no calendário de Philocalus em 324, opção feita pelo Papa Júlio I, para cristianizar as grandes festas pagãs realizadas neste dia.

Natal
A palavra Natal quer dizer nascimento, e é de origem do latim. Natal, Noel, expressam o mesmo evento. É uma festa sem fronteiras. É o culto do nascimento, da bondade, da ternura, da vida e da reflexão. Muitos comemoram o Natal com mesa farta, gulodices, esbanjando e troca da presentes. Natal é mais, muito mais do que isso.

Advento
Antes da vinda. Tempo de preparação do Natal, para a vinda do Cristo-Menino. Compreende os quatro domingos que antecedem o Dia de Natal. As famílias cristãs costumam fazer a preparação do Natal com a Coroa do Advento. Monta-se uma coroa de ramos de pinheiro adornada com fitas vermelhas, com quatro velas equidistantes, simbolizando Jesus Cristo, a luz do mundo. A cada domingo, até o Natal, uma vela de cada vez é acesa por um membro da família, à hora do jantar. No quarto domingo todas as velas estarão acesas.

Coroa do Advento ou Guirlanda
Guirlanda, grinaldas, festões e arranjos com folhagens nasceram com a superstição de que heras, pinheiro, azevinho e outras plantas ofereciam protecção, no Inverno, contra bruxas e demónios. Os seus ramos eram usados para afugentar a má-sorte. Representa a mandala, um diagrama em círculo lembrando que a nossa vida é um ciclo de nascimento e morte. Simbolizando a vida eterna e a paz, a guirlanda está presente na decoração natalícia actual. Diz a antiga lenda que se as pessoas passarem sob ela atrairão sorte para si. Ela é sinal de esperança e vida; a sua fita vermelha representa o amor de Deus que nos envolve, e as velas acesas, a fé e a alegria.

Presépio
É a representação do local do nascimento de Cristo com as figuras do Menino Deus, de José, Maria, animais, pastores e magos. É montado em igrejas, residências, casas comerciais e lugares públicos. O primeiro presépio foi feito em 1223 por São Francisco de Assis, nas redondezas de Greccio, Itália. Dizem que, ao passear por uma floresta, encontrou um estábulo abandonado. No outro dia trouxe para ele uma estátua de criança, colocando-a sobre a palha. Os animais que acompanhavam o santo ficaram em volta da estátua. As pessoas da região foram ver o que estava a acontecer e entoaram cânticos natalícios. Como São Francisco via que as igrejas ficavam desertas na Noite de Natal, pediu ao papa para fazer uma réplica de gruta nos templos. Autorizado, montou o primeiro presépio com figuras humanas verdadeiras. O costume difundiu-se até chegar ao ponto de se reduzir o seu tamanho e poder ser montado dentro das casas. O gesto de montar o presépio deverá vir acompanhado do propósito de reconhecer no Jesus-Menino de gesso, madeira ou outro material, uma lembrança do Filho de Deus, que veio libertar-nos dos pecados. O presépio é uma linguagem visual para nos lembrar a vinda de Jesus para o meio de nós. A palavra “presépio” vem do latim e também significa estábulo, manjedoura. O presépio lembra-nos que Jesus escolheu um ambiente pobre e rude para nascer. Poderia tê-lo feito num palácio. O ensinamento que podemos tirar desse facto é o valor da simplicidade, docilidade e fé acima de tudo.

Fios de prata
Conta uma lenda que, num determinado tempo e lugar, quando a Árvore de Natal ficou pronta, foi admirada pela família e os animais da casa. As aranhas que habitavam o celeiro também quiseram vê-la, mas foram impedidas. Durante a noite, quando todos dormiam, elas entraram por baixo da porta e não só viram a árvore, como subiram pelos seus ramos. Ao amanhecer, o Menino Jesus veio abençoar a árvore, e para sua surpresa viu que ela estava coberta de teias de aranha. Jesus, com seus dedos milagrosos, tocou nos fios da teia e eles ficaram prateados. Por isso, hoje é costume ornamentar a árvore com fios prateados.

Bolas coloridas
É o enfeite tradicional da Árvore de Natal. Existem em várias cores, e geralmente são feitas de vidros. Representam os frutos da árvore, que é Jesus. São os talentos, os dons, as boas acções, o amor, o perdão, a esperança e a compreensão. Nossas atitudes sãos os frutos de nossa vida; como as bolas, reflectem o que somos. Elas também simbolizam as graças que diariamente recebemos. A cada ano se desgastam no brilho, mas estarão cada vez mais cheias de lembranças e emoções acumuladas.

Sinos
Os sinos emitem sons agradáveis e audíveis à distância, e são tocados em ocasiões geralmente festivas. Fazem parte do campanário das igrejas e também têm uso particular. Servem para enviar mensagens pelo ar. De modo geral, o seu toque é festivo. Tocado por ocasião do Natal, lembra-nos o facto de termos um Salvador que se fez homem, habitou entre nós e partiu deixando sua mensagem de amor e paz.

Estrela
É usada na ponta da Árvore de Natal para nos lembrar da Estrela de Belém, que guiou os reis magos até a manjedoura de Jesus. Tem quatro pontas, representando o norte, o sul, o leste e o oeste. A misteriosa Estrela de Belém é citada na Sagrada Escritura em Mateus, capítulo 2, versículos 2, 9 e 10 (Mt 2, 2.9.10). É sempre usada como símbolo de alegria, de guia, para despertar e atrair. A estrela é luz permanente. Representada com cinco pontas lembra o ser humano: braços e pernas esticadas e a cabeça, onde está a vontade. Também é encontrada com seis pontas, que é sinal de paz.

Velas
Elas simbolizam Cristo, a luz do mundo, que devemos imitar. É uma tradição nórdica. No início as famílias fabricavam artesanalmente as suas velas, usando a cera pura fabricada por abelhas, conservando a sua cor natural. A chama cintila, serpenteia, atrai e ilumina o nosso ser.

Pai Natal
A origem do Pai natal é incerta e cercada de histórias. A mais conhecida vem do século IV e fala sobre Nicolas, nascido em 281, que tornou-se bispo de Myra, na Ásia Menor. Conta-se que os seus pais tiveram dificuldades para ter filhos, até que nasceu Nicolas. Dando graças pelo facto, eles passaram a distribuir alimentos, roupas e dinheiro aos pobres, até que vieram a falecer devido a uma epidemia. Nicolas herda a grande fortuna de seus pais, torna-se bispo e continua o trabalho de ajuda aos necessitados. Nicolas viveu na época do Imperador Diocleciano, em Roma, e é representado ainda hoje, na Europa, usando vestes de bispo, com um bastão numa das mãos e um saco de presentes na outra. Morreu no ano de 350 d.C. Passou a ser conhecido por S. Nicolas. À medida que a lenda sobre os seus feitos foi sendo passada através das culturas alemã e holandesa, o bispo tornou-se Sinterklass, Saint Nicoleses e finalmente Santa Claus ou Santa Klaus. O Pai Natal é amado pelas crianças e respeitado pelos adultos. O Pai Natal não pode ser visto pelo prisma científico ou religioso. Ele é mágico. Não é branco, negro ou oriental. É um ser capaz de unir a humanidade em torno de coisas boas: amor, ternura, paz, sentimentos, carinho, gestos.

Ceia Natalícia
Ceia é uma reunião festiva entre os familiares e amigos para se comemorar algum evento importante. A ceia natalícia é uma reunião ainda mais familiar, íntima e carinhosa, quando afloram nos corações das pessoas os sentimentos mais variados. Haverá a alegria do encontro, a saudade de quem partiu, a presença de um novo membro, mesclando emoções diversas, pois todos ficam predispostos a se entregar afectivamente, trazendo a mensagem de que Cristo quer renascer no coração de cada um de nós. A tradição conta-nos que após a Missa do Galo, celebrada à meia-noite do dia 24, era servida uma refeição frugal aos presentes. Com o passar do tempo essa refeição foi transferida para as casas dos fiéis e tornou-se mais sofisticada. Iguarias deliciosas, assados, bolos, pudins, passas, nozes, castanhas, tâmaras, frutas cristalizadas… tornaram-se indispensáveis. Na ceia natalícia não falta uma vela acesa, lembrando-nos a fé das pessoas em Jesus Cristo, que continua a brilhar através dos tempos.

Árvore de Natal
Sendo uma planta que cresce em sentido vertical, apontando para o céu, a árvore é considerada por muitos como “intermediária entre o céu e a terra”. A árvore luminosa, colorida, enfeitada, é uma das tradições do Natal. É costume da Antiguidade e vem de rituais pagãos, bastante sedimentados e absorvidos pelos cristãos. Há inúmeras versões sobre sua origem. Quando o mundo foi criado, diz-nos a lenda, Deus deixou o pinheiro com folhas ásperas, fazendo-o sempre lamentar-se. Para reparar o mal e para que a árvore parasse de se queixar, fez com que ela fosse o único vegetal que conserva suas folhas no Inverno e que pelo menos uma vez ao ano teria o brilho das luzes. - Isso lembra-nos a vida e a imortalidade. É Natal! Há árvores decoradas por toda parte: nos centros comerciais, nas ruas, nas residências… enfim, onde existam corações abertos para comemorar o aniversário de Jesus. Ele é o tronco da árvore da vida, nós os ramos; os ramos darão frutos se permanecerem unidos ao tronco, que lhes fornece a seiva da vida divina.

Pé de meia
Como já vimos, São Nicolau, precursor do Pai Natal, era de família rica e ajudava os pobres. Na região onde morava havia três moças pobres, que por falta de dote não conseguiam casar. São Nicolau deitou sacos de moedas pela chaminé das suas casas, que seriam usados como dote. Numa das casas, o saco de moedas caiu numa meia que secava na lareira, nascendo o hábito de se colocar presentes no pé de meia. Outra versão diz que o bispo São Nicolau não gostava de ser percebido quando presenteava, motivo pelo qual colocava os presentes nas chaminés das casas. As crianças perceberam seu método e passaram a deixar ali as suas meias. Hoje o costume é usar meias ou botinhas com fins decorativos. São feitas de feltro, possuem aplicações ou bordados e tornaram-se um símbolo natalício.

Presentes
Presentear é tão antigo quanto a própria humanidade. É uma reacção que acompanha importantes rituais em todas as sociedades. Os pagãos presenteavam as divindades, e nós presenteamos nos aniversários, casamentos, formaturas… e por ocasião do Natal. O presente natalício é uma tradição que tem raízes cristãs, inspiradas na visita dos reis magos, que levaram oferendas ao Menino Jesus. Melchior, Gaspar e Baltasar ofereceram-lhe ouro, incenso e mirra, e nós oferecemos presentes aos familiares e amigos. É uma expressão silenciosa do nosso bom sentimento para com eles. Para muitas pessoas, esta época é marcada pelo consumismo. O costume de colocar presentes sob as árvores de Natal começou durante o reinado de Elizabete I, filha de Henrique VIII, na Inglaterra, no século XVI. Ela promovia festas natalícias e recebia muitos presentes. Como era praticamente impossível receber directamente todos os presentes que lhe eram dados, adoptou-se o costume de deixá-los sob uma grande árvore natalícia, montada nos jardins do palácio. Deus deu-nos o maior e melhor de todos os presentes: Jesus Cristo. Sejamos também um verdadeiro presente para as pessoas!

Cartões de boas festas
Surgiram, segundo alguns, em 1843, para outros em 1845, época mais aceita, havendo ainda referências ao ano de 1853. Foram criados por um artista plástico inglês, por encomenda de Sir Henry Cole. Este, director do Museu Britânico, percebeu que não teria tempo para escrever à mão as felicitações natalícias, que eram moda na época, e mandou fazer um desenho natalício com um espaço onde escrevia breves palavras.

Luzes
Cintilam simbolizando o fogo da vida eterna e saúdam a festa do sol, a vinda de uma nova era. As velas na Árvore de Natal, por serem perigosas, foram substituídas pelos pisca-piscas que decoram as árvores dos jardins e das ruas, as fachadas das residências, das lojas… dando alegria e causando admiração nas pessoas.

Anjo
Ocupa espaço na parte superior do presépio, presente na maioria deles. Representa o Anjo Gabriel, o anjo da Anunciação, que levou a mensagem do nascimento de Jesus a Maria.

Missa do Galo
No início havia três missas: ao pôr-do-sol do dia 24, à meia-noite e a Missa de Natal, dia 25 pela manhã. Foi o Papa Telésforo quem teve a ideia na escolha do horário de meia-noite, a hora do cantar do galo. Ir à Missa do Galo é uma manifestação de fé cristã e de união familiar. É o compartilhar deste dia especial.

Flor do Natal
Euphorbia pulcherrima, flor-de-papagaio ou espírito santo, possui brácteas vermelhas e folhas bem verdes. É decorativa, ilustra cartões natalícios. Foi encontrada no México em 1828 e depois introduzida na América Latina. Conta-se que uma humilde camponesa desejava oferecer um presente ao Menino Jesus e não tinha o que dar. Surge um anjo e sugere-lhe que leve uma planta que existia junto à estrada. Feliz, ela vai entregá-la ao Menino Jesus. As pessoas que presenciavam a cena começaram a rir da pobre senhora, que começou a chorar. As suas lágrimas, ao caírem sobre as folhas, tornaram-nas vermelhas, para espanto de todos. A poinsettia ou espírito santo é uma planta que, exposta ao sol, é verde. Se estiver à sombra torna-se vermelha: é fato científico.

Cores
O verde e o vermelho são cores dominantes no Natal. O verde é renovação, esperança, regeneração. O verde das plantas capta a energia solar e pelo processo de fotossíntese transforma-a em energia vital. O vermelho está ligado ao fogo e ao poder, tanto que aquecer como de destruir, e também ao amor divino. O dourado também é utilizado, e está associado ao sol, à luz, à sabedoria e principalmente à luz da Ressurreição de Cristo, como uma espécie de transformação do material para o espiritual.

Cânticos natalícios
A época natalícia é sempre alegrada com cantigas típicas. As primeiras datam do século IV, sendo Jesus refulsit omninum, de S. Hilary Poitiers. Depois as melodias tornaram-se mais alegres, e até hoje a mais famosa é Silent Night, ou Noite Feliz, de Joseph Mohr e Franz Gruber, escrita em 1818.

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posted by Mikasmokas @ 12/24/2007   0 comments
quinta-feira, dezembro 20, 2007
Pergunto-me....
amanhã..
posted by Mikasmokas @ 12/20/2007   0 comments
sábado, dezembro 15, 2007
Um Congresso Feminista em 2008: para desafiar as estruturas patriarcais



Escrito por Maria José Magalhães

Em Junho de 2008, celebram-se os 80 anos do último congresso feminista que se realizou em Portugal: o 2º Congresso Feminista e da Educação. Organizado pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, coube a uma nova geração de mulheres da época fazer a abertura pela voz de Elina Guimarães.

Tal como então, a necessidade de desafiar as estruturas patriarcais da sociedade que ainda mantêm as amarras das mulheres a situações de discriminação e opressão e a importância de construir um "outro mundo possível" também feminista constituem a essência deste impulso de criar um forte movimento que conduza à realização de um Congresso Feminista em 2008.

No início do séc. XX, foi o direito de voto, o direito à educação e ao trabalho que mobilizaram intelectuais, progressistas e feministas (homens e mulheres) pelos direitos de igualdade entre homens e mulheres. O meio século do regime fascista foi um retrocesso imenso nesse caminho para a igualdade: regrediu-se em termos de educação (maior retrocesso para as mulheres, embora também tenha regredido para os homens), em termos do direito ao trabalho, à sua independência económica e aos direitos de participação política e cidadã (igualmente restringidos para os homens). Algumas organizações feministas resistiram ainda algumas décadas no fascismo como foi o caso do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e da AFPP ­ Associação Feminina para a Paz, mas o regime acabaria por proibir as suas actividades, fechar as suas sedes e perseguir as suas dirigentes.

O início da década de 1970 marca um avanço para as mulheres no que se refere à educação: é reinstaurada a coeducação e as raparigas vão fazendo [aliás desde a década anterior] um investimento na educação liceal e, mais tarde, na educação média e superior (esta já depois do 25 de Abril) e este investimento na educação formal abre portas às mulheres no trabalho nos sectores dos serviços, nomeadamente no ensino, enfermagem e função pública o que tem um enorme significado para a independência dos segmentos femininos de classe média. No entanto, os seus direitos de cidadania continuam significativamente cerceados dado que ela só pode trabalhar com autorização do marido, o marido pode ir receber o seu salário, a família constitui um reino patriarcal exacerbado, as mulheres não têm direito universal de voto, e a sua participação política só é possível se fôr em prol do regime.

O 25 de Abril abre portas à participação política e cidadã das mulheres e tem um enorme significado no que se refere ao direito ao trabalho para as classes trabalhadoras "a trabalho igual, salário igual" no apoio às mães trabalhadoras com o incremento de creches, infantários e outras medidas de
apoio à maternidade.

Também na esfera doméstica e familiar, se verificam mudanças significativas: a alteração do código Civil significou o fim do chefe de família, se bem que a violência contra as mulheres na família só tenha entrado na agenda política nos finais do séc. XX.

Em termos da vida afectiva e sexual, assistimos igualmente a um enorme avanço no que se refere ao planeamento familiar e contracepção, embora as questões dos direitos sexuais e reprodutivos ‹ aborto, educação sexual e orientação sexual ‹ não tivessem avançado.

O 25 de Abril significou um grande avanço dos sectores femininos das classes trabalhadoras mas a longa repressão do feminismo no fascismo e a ausência de uma consciência feminista na esquerda portuguesa significou uma grande paralisia em algumas dimensões da vida das mulheres, nomeadamente as da vida familiar, afectiva, sexual e reprodutiva.

O início do séc. XXI mostra um grande avanço no que se refere à violência doméstica, com a sua definição jurídica como crime público e sete anos depois uma vitória esmagadora no SIM no referendo do aborto abrem uma nova etapa no feminismo português.

Assim, se a memória histórica dos feminismos se foi apagando ao longo da década de 1950 e o "feminismo" foi considerada expressão "mal-amada", acabando por deixar de fazer parte do vocabulário político, mesmo no Portugal democrático, algumas organizações pioneiras, mulheres protagonistas foram segurando o testemunho de levar por diante os ideiais e as causas feministas até aos dias de hoje.

Também a conquista da paridade na política foi um avanço importante, já neste século, mas este avanço legislativo só poderá ter concretização se completado com a paridade em termos da vida privada e profissional.

Uma nova etapa se abre às mulheres em Portugal com a vitória histórica do SIM no referendo da interrupção voluntária da gravidez enquanto uma das dimensões importantes na determinação dos nossos destinos enquanto mulheres. Esta vitória do SIM no referendo sobre a despenalização do aborto representou o alcançar de um direito de cidadania até aí vedado às mulheres: o de poderem decidir sobre a sua maternidade. O direito de opção das mulheres foi a questão que mais incomodou as forças conservadoras que estiveram pelo ³não². Quebrou-se, deste modo, um dos redutos da dominação sobre as mulheres e daí falarmos de um novo quadro político com melhores condições para que se dê expressão e maior visibilidade às lutas das mulheres pelos seus direitos e pela sua afirmação social.

Talvez possamos afirmar que, em termos sociais, o termo feminismo deixou de ser uma palavra maldita. Todavia, ainda não lhe é reconhecido o verdadeiro significado, na sua tripla dimensão, quer como perspectiva epistemológica (de investigação científica), quer como filosofia (conjunto de ideias e princípios de orientação da visão do mundo e do quotidiano), quer como perspectiva de intervenção política e activista. No entanto, o número cada vez maior de mulheres (e homens) que afirmam o seu feminismo na ciência, na literatura, na arte, no trabalho, na política, na intervenção, mostram que já não temos vergonha nem medo de nos denominarmos feministas. Para mais, com uma grande consciência e humildade que o feminismo é plural.

A realização deste Congresso vem também num momento em que é necessário colocar na ordem do dia que as mulheres ainda não atingiram os patamares da igualdade, apesar dos avanços que a sociedade já realizou. O patriarcado continua fortemente enraizado nas estruturas sociais (económicas, políticas, jurídicas, culturais, familiares, sexuais), assim como nas representações e nas estruturas e disposições simbólicas e mentais que proporcionam as condições para a sua continuada reprodução.

Os eixos estruturais de discriminação situam-se:
  • no acesso ao emprego por parte das jovens que são preteridas face aos jovens mesmo com melhores médias e mais formação;
  • na persistência das discriminações salarais e mesmo incumprimento do preceito legal de ‘trabalho igual, salário igual’;
  • no agravamento das condições de vida das mulheres dos sectores em maior desvantagem social, sensivelmente a partir de 2002, com um maior desemprego e maior pobreza;
  • no acesso a cargos de chefia, ainda que com maior curriculum;
  • no acesso aos lugares de topo na política;
  • na enorme sobrecarga de trabalho que sobre elas ainda recai, sobretudo nas tarefas domesticas e do cuidar;
  • na aplicação dos direitos de maternidade, sobretudo no caso das profissões das classes trabalhadoras e nas de carreiras das classes mais eruditas, como as académicas, gestoras empresariais;
  • na desigualdade de acesso aos direitos gerais por parte das lésbicas e da subordinação em termos da orientação sexual;
  • em termos da socialização, devido aos estereótipos.

A UMAR sente ser seu dever histórico vir a dinamizar uma grande realização que contribua para a afirmação dos feminismos na sociedade portuguesa, convocando para tal amplos sectores sociais, culturais, associativos e políticos. Surgiu, assim, a ideia da realização de um Congresso Feminista, a 26, 27 e 28 de Junho de 2008.

A principal finalidade consiste em:
Dar mais visibilidade aos contributos e simultaneamente incentivar as mulheres na sociedade, na ciência, na arte, na literatura, na política, nos negócios, no trabalho, na vida privada, na família.
Nessa medida, os objectivos do Congresso são:

  • dar visibilidade aos feminismos como uma corrente plural de pensamento e de acção na sociedade portuguesa, onde a investigação e o activismo feminista encontrem espaços de interacção;
  • envolver diversos sectores sociais, culturais, associativos e políticos de forma a que os feminismos se projectem para além das universidades como uma forma de reconfigurar a própria democracia e a participação cidadã;
  • possibilitar o debate e a expressão de diversas formas de intervenção artísticas e comunicacionais, em torno de novas áreas que envolvam o debate e o diálogo intermulticultural entre uma multiplicidade de actoras/es sociais.
Desde já, uma vasta Comissão Promotora, das mais variadas áreas da sociedade portuguesa, aderiu a esta iniciativa, mostrando como poderemos, todas e todos juntas/os, lutar por uma sociedade mais equilibrada em termos das relações de género em Portugal.

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terça-feira, dezembro 11, 2007
RELATÓRIO DA COMISSÃO AO CONSELHO, AO PARLAMENTO EUROPEU AO CESE E AO COMITÉ DAS REGIÕES sobre a Igualdade entre Homens e Mulheres – 2007
Equilibrar melhor a partilha de responsabilidades privadas e familiares entre homens e mulheres

Muitos condicionalismos restringem a liberdade de escolha dos indivíduos na conciliação do trabalho com a vida privada, designadamente a falta de serviços de acolhimento de crianças,
os aspectos financeiros, a penalização da carreira, o risco de perda de competências, as dificuldades de regressar ao emprego ou a pressão dos estereótipos. Os regimes de licenças deveriam ser revistos de forma a facilitar uma repartição mais equitativa das responsabilidades privadas e familiares entre homens e mulheres e favorecer assim a qualidade de vida e o bem-estar das crianças.
• É importante garantir que as licenças parentais se dirigem tanto aos homens como às mulheres e que são individuais (não transmissíveis), interessantes em termos financeiros e que a sua duração não constitui um travão para o regresso ao emprego.
• Dado o envelhecimento da população da UE, é fundamental continuar a desenvolver serviços de cuidados a dependentes acessíveis e a preços razoáveis. Poderia ser oportuno neste contexto estudar a oportunidade de criação de um regime de licença para assistência
a progenitores idosos que seja aliciante tanto para homens como para mulheres;
• É oportuno promover licenças de paternidade que possam associar os pais às responsabilidades domésticas e familiares desde o nascimento do filho;
• O combate aos estereótipos deve ser intensificado a todos os níveis por todas as partes interessadas e deve visar sobretudo os homens e as empresas;
• É importante preservar a empregabilidade dos trabalhadores que se encontram em licença
parental através de medidas de acompanhamento durante a licença e no momento do regresso à actividade profissional. Entre estas medidas incluem-se acções para que o trabalhador mantenha as suas competências, não perca o acesso à formação e veja garantido o prosseguimento da sua carreira profissional;
• As empresas, designadamente as PME, devem ser acompanhadas na implementação de medidas de conciliação do trabalho com a vida profissional e familiar.

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Mulheres e Homens - trabalho, Emprego e Vida Familiar
Actividade, Emprego e Desemprego


Taxa de Actividade, 1998-2006



Taxa de Emprego, 1998-2006



Taxa de Desemprego, 1998-2006


Taxa de Actividade em Portugal e na UE25, 2006

Taxa de Emprego em Portugal e na UE25, 2006

Taxa de Desemprego em Portugal e na UE25, 2006

Salários, Remunerações e Ganhos


Remuneração Média Mensal de Base, 1995-2005 (euros)

Ganho Médio Mensal, 1995-2005 (euros)


Desigualdade Salarial por Nível de Qualificação, 2005 (euros)




Actividades, Níveis de Qualificação e Profissões


Trabalhadores/as por Conta de Outrem, por Nível de Qualificação, 2005


População Empregada, com Contrato de Trabalho Não Permanente, 1998-2006

População Empregada, por Profissão, 2006

População Empregada, por Sectores de Actividade, 2006


Trabalho Não Pago – Tarefas Domésticas e Prestação de Cuidados

Duração Média das Diferentes Formas de Trabalho

Quem Assegura as Tarefas Domésticas?

Quem Assegura os Cuidados à Familia?



FONTE: CITE

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Alguns dados para reflexão...
As pesquisas e os estudos científicos indicam que 85 % das crianças com distúrbios emocionais e do comportamento são provenientes de lares sem Pai, e as estatísticas revelam que as Crianças de lares sem Pai são 5 vezes mais propensas a cometer suicídio, 32 vezes mais propensas a fugirem de casa, 20 vezes mais propensas a terem distúrbios do comportamento, 9 vezes mais propensas a abandonarem os estudos, 10 vezes mais propensas a se tornarem toxicodependentes, 20 vezes mais propensas a terminarem na prisão.

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sexta-feira, dezembro 07, 2007
Consciência dos actos presentes no futuro dos Outros
Hoje acordei com a noticia de que o filho da minha prima, com 16 anos, se suicidou com um tiro na cabeça. Até aqui nada de extraordinário (infelizmente), além do drama individual e familiar. A questão que se levanta aqui tem a ver com o facto de os pais se terem separado há uns 5/ 6 anos atrás, terem andado a usar o miúdo como arma de arremesso um contra o outro (onde é que já vimos isto) e sem falar do comportamento a que ele presenciou quanto à conjugalidade dos pais.

Os tribunais portugueses e outras pessoas que falam nos direitos das mulheres deviam pensar de facto que as consequências dos actos negativos de uma separação e de que o comportamento inadequado de qualquer uma das partes só é visível, muita das vezes, muitos anos depois. Mas disto também não falamos, porque falar em criança é mais sensível. Mas devemos também questionarmos como são e porque são os adultos de pais separados. A responsabilização dos progenitores por estas situações não me parece que seja de descartar, pois obrigaria a uma preocupação com as diferentes dimensões da criança (afectiva, psicológica, social, etc) por parte dos mesmos, desde o inicio da separação. Mas além dos progenitores todo o sistema judicial não pode ficar impune. Não pode continuar a haver decisões tomadas por juízes que apenas têm em conta a sua experiência pessoal e os seus valores culturais sem que as consequências das suas decisões passados anos (porque nestes casos só se pode aferir nesta situação) não sejam avaliadas e responsabilizados.

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quarta-feira, dezembro 05, 2007
Tribunais de menores com 40 mil «pendentes»

04 | 12 | 2007 08.51H

Os últimos dias têm sido pródigos em «casos de justiça». O Ministério Público pediu à Relação de Coimbra que reconsiderasse os prazos de "entrega" de Esmeralda ao pai biológico; em Vila Real uma criança de seis anos, entregue aos 20 dias a uma família de acolhimento, foi retirada pelo tribunal e «condenada» a uma quarentena numa instituição, para em seguida ser entregue à mãe, que a abandonou à nascença. Face a tudo isto, o Instituto de Apoio à Criança fez a única coisa que parece lógica: pediu ao procurador-geral da República que defina o que é, afinal, o "superior interesse da criança", esse conceito pelos vistos tão vago que permite uma dualidade de critério, que não deixa entender as regras do jogo.

Por seu lado, o Fórum TSF veio lançar, e bem, mais umas achas para a fogueira, dando eco ao relatório da Ordem dos Advogados sobre a situa-ção dos tribunais de Menores e Família. Os números falam por si: 40 mil processos pendentes. Calma, não é no País inteiro, mas apenas em sete comarcas de Lisboa! Diz o estudo, citado por aquela estação de rádio, que uma acção de regulação do poder paternal - basicamente decidir se o poder fica com o pai, a mãe ou com quem o apanhar! - demora entre 4 e 6 anos a ser resolvido. Se imaginarmos, sem esforço, que estes são os processos litigiosos, percebemos que há milhares de crianças que andam em bolandas porque ninguém grita um "basta!".

O estudo da OA diz, ainda, que há inúmeros processos de divórcio parados desde 2000, que no tribunal de Sintra pode levar um ano a apensar um documento a um processo, e que por um relatório solicitado ao Instituto de Reinserção Social, um juiz pode esperar um ano, e se o documento for pedido o Instituto de Medicina Legal é natural que demore um ano e meio. Enquanto isto, continuam a extinguir-se Tribunais de Menores e Família e retiram-se meios às equipas que trabalham nesta área.

No site da OA, pode ler-se um artigo de imensa sabedoria do advogado Luís Silva, que coloca o dedo na ferida: «O Direito dos menores é um direito ainda "menor" e jovem, faltando formação e sensibilidade para esta área também ao nível curricular do Direito e da própria formação contínua na advocacia.» Por pudor não deve ter alargado o comentário a juízes e ao MP. Mas já explica muito.

Isabel Stilwell | editorial@destak.pt

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terça-feira, dezembro 04, 2007
Feminist Waves, Feminist Generations

Life Stories from the Academy

Hokulani K. Aikau, Karla A. Erickson, and Jennifer L. Pierce, editorsJustificar completamente


Finding the “2.5 generation”—an alternative to binary feminist categories.

Feminist Waves, Feminist Generations challenges the static figuring of feminist generations that positions the second wave of feminist scholars against a homogeneous third wave. Based on life stories from contemporary feminist scholars, this volume emphasizes how feminism develops unevenly over time and across institutions and, ultimately, offers a new paradigm for theorizing the intersections between generations and feminist waves of thought.

Contributors: Sam Bullington, Susan Cahn, Dawn Rae Davis, Lisa J. Disch, Sara Evans, Elizabeth Faue, Roderick A. Ferguson, Peter Hennen, Wendy Leo Moore, Toni McNaron, Jean M. O’Brien, Felicity Schaeffer-Grabiel, Anne Firor Scott, Janet D. Spector, Amanda Lock Swarr, Miglena Todorova.

"This collection will no doubt find its place on the shelves, and in the hands, or young feminist scholars." —Curve

Hokulani K. Aikau is assistant professor of indigenous politics in the department of political science at the University of Hawai‘i at Manoa. Karla A. Erickson is assistant professor of sociology at Grinnell College. Jennifer L. Pierce is associate professor of American studies at the University of Minnesota.

384 pages | 5 7⁄8 x 9 | 2007

TABLE OF CONTENTS

Acknowledgments

Introduction: Feminist Waves, Feminist Generations
Hokulani K. Aikau, Karla A. Erickson, and Jennifer L. Pierce

1. Feminist Archaeology: What This All Means (After All These Years)
Janet D. Spector

2. Poisoned Ivy: Lesbian and Gay Academics from the 1960s through the 1990s
Toni McNaron

3. Women’s History in the New Millennium: A Conversation across Three “Generations”
Anne Firor Scott, Sara Evans, Susan Cahn, and Elizabeth Faue

4. Traveling from Feminism to Mainstream Sociology and Back: One Woman’s Tale of Tenure and the Politics of Backlash
Jennifer L. Pierce

5. Innovation Is Overtime: An Ethical Analysis of “Politically Committed” Academic Labor
Lisa J. Disch and Jean M. O’Brien

6. Getting My Story Straight: Masculinity through a Feminist Lens
Peter Hennen

7. Sissies at the Picnic: The Subjugated Knowledges of a Black Rural Queer
Roderick A. Ferguson

8. I May Not Know My “Color,” But I Do Know My Politics: “East”/”West” Feminist Encounters
Miglena Todorova

9. Mixed Race and Third Wave Feminism
Felicity Schaeffer-Grabiel

10. Between Wind and Water: Thinking about the Third Wave as Metaphor and Materiality
Hokulani K. Aikau

11. “I Thought She Was One of Us!” A Narrative Examination of Power and Exclusion in the Academy
Wendy Leo Moore

12. A New Wave, Shifting Ground: Women’s Studies PhD’s and the Feminist Academy, from the Perspective of 1998
Dawn Rae Davis

13. Negotiating Feminist Futures: Transgender Challenges and Contradictions of a PhD in Feminist Studies
Sam Bullington and Amanda Lock Swarr

14. On Taking Feminism for Granted: Reflections of a Third Generation Feminist
Karla A. Erickson

Contributors
Index

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segunda-feira, dezembro 03, 2007
Poder Paternal: movimento quer ouvir crianças

O movimento de Vila Real «Juntos pela Iara - As Crianças têm Voz» está a promover uma recolha de assinaturas por todo o país para que as crianças tenham o direito de ser ouvidas em casos judiciais para atribuição do poder paternal.

Délio Carquejo é o porta-voz deste movimento e tio afectivo da Iara, a criança de seis anos que, de acordo com a decisão do Tribunal Judicial de Vila Real, terá que deixar os pais afectivos com quem está desde os 25 dias para ir viver para a mãe biológica.

Foi esta decisão da justiça que levou um grupo de cidadãos de Vila Real a lançar o movimento de apoio aos pais afectivos Américo e Graça Carquejo e que defende o «direito das crianças poderem expressar as suas vontades e os seus desejos».

«As crianças não têm tido voz, não tem sido ouvidas aquando da tomada de decisão por parte dos tribunais, na qual acaba sempre por prevalecer a família biológica», afirmou à Agência Lusa.

Acrescentou que as decisões são tomadas sem serem tidas em consideração os «principais intervenientes nestes processos», que são as crianças.

Délio Carquejo referiu ainda que as decisões são tomadas numa fase em que a criança se encontra numa idade em que a sua construção de identidade está em plena afirmação pessoal e social.

«Isto não afecta apenas as crianças vítimas desta situação, mas toda a sociedade que assiste, revoltada e estupefacta, perante as decisões arbitrárias do sistema judicial português, como aquela que nos leva a solicitar esta petição», salientou.

O tio afectivo diz que a Iara é uma criança que «cresceu rápido de mais».

A agravar a situação está também, segundo Délio Carquejo, a decisão judicial que diz que a Iara será «recuperada» da instituição escolar que frequenta «cortando radicalmente» com a família com quem viveu durante toda a sua vida.

Também Acácio Valente, especialista em bioética, refere que a decisão judicial de retirar a Iara aos seus pais de afecto vai ter «repercussões gravíssimas» para a criança que «está numa se estruturação da sua personalidade».

Considerou ainda que a institucionalização da menina vai «agravar o problema».

É que, de acordo com a decisão do tribunal de Vila Real, a menina, antes de ser entregue à mãe biológica, terá de passar 30 dias numa instituição designada pela Segurança Social para que seja promovida a reaproximação entre a Iara e a mãe biológica.

«O juíz recolhe-se na jurisprudência e não teve o cuidado de conciliar as suas partes intervenientes, os pais afectivos e a mãe biológica», frisou.

Segundo Délio Carquejo, para além da petição, que será posteriormente entregue ao Presidente da República e na Assembleia da República, estão a ser organizadas outras iniciativas, tais como espalhar autocolantes para serem colocados nas viaturas com o slogan «todos por mim».

Um grupo de empresários vai também espalhar pela cidade outdoors de apoio à família Carquejo.

No final de Novembro, o Instituto de Apoio à Criança (IAC) entregou ao Procurador-Geral da República um documento que apela à clarificação do «superior interesse da criança» em casos judiciais, que deverá ser difundido pelo Ministério Público.

A presidente do IAC, Manuela Eanes, referiu, na altura, que o documento centra-se também nas «relações psicológicas profundas» da criança e do seu direito a ser ouvida.

Manuela Eanes salientou que «vários casos e decisões recentes» dos tribunais em caos envolvendo crianças «tiveram influência na elaboração mais rápida do documento».

O advogado da família afectiva, Fernando Miranda, disse que vai interpor recurso ao Tribunal da Relação do Porto no decorrer desta semana.

O causídico afirma que o despacho do tribunal exige »um corte radical« com a família, não prevendo qualquer tipo de visita ou proximidade com a criança.

Fernando Miranda explicou que o recurso não terá qualquer tipo de efeito suspensivo, tendo de ser cumprida a ordem do tribunal.

«Nunca antes do Natal haverá uma decisão por parte do tribunal, o que vai obrigar a que a menina passe o Natal numa instituição», salientou.

O advogado da mãe biológica, Paulo Souto, disse à Lusa que o Tribunal de Vila Real tomou a decisão de retirar a menina aos pais afectivos em «último recurso» e devido aos «obstáculos» levantados pelo casal que «impediam a aproximação» da menina à progenitora.

«A mãe é uma jovem que há vários anos luta para recuperar a sua filha», afirmou Paulo Souto.

O advogado assegurou que a progenitora tem «todas as condições emocionais e financeiras» para receber a criança e frisou que estão em causa «apenas os interesses da menor».

Diário Digital / Lusa

03-12-2007 12:50:00

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posted by Mikasmokas @ 12/03/2007   0 comments
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