Reflexões de um Caracol à Beira da Estrada
Será a experiência estética a experiência do mundo.... o devir é um devir estético... ou será que devo atravessar a estrada?
sábado, janeiro 31, 2009
Relações: A química do amor
Relações: A química do amor
Há quem diga que o amor é uma droga: sob a sua acção, o organismo é inundado por uma descarga química que produz efeitos semelhantes aos de um opiáceo.
Nelson Marques
11:00 Sábado, 31 de Jan de 2009


O que é o amor? Será, como escreveu Stendhal, o "milagre da civilização"? Será mais arte que sentimento, como defendeu Paul Morand? Ou será, afinal, "algo que não se define", antes se sente (Séneca, pensador romano)?

O debate é provavelmente tão antigo quanto as inquietações sobre as origens do Homem. Ao longo da História, vários têm sido os poetas, escritores e artistas que, cantando as virtudes do amor, têm contribuído para a compreensão deste fenómeno transcendente e antagónico: tanto é capaz de iluminar-nos a alma e encher-nos de vida como, num ápice, rasgar-nos o coração e apagar qualquer centelha de esperança. "Nascemos para amar", escreveu o político e autor britânico Benjamin Disraeli. "O amor é o princípio da existência e o seu único fim".

Mas, afinal, o que define o amor? A antropóloga norte-americana Helen Fisher, autora de "Porque Amamos - A Natureza Química do Amor Romântico" (Relógio D'Água, 2008), tem vindo a dedicar a sua carreira a decifrar esse enigma. A resposta, defende na obra, é menos romântica e mais previsível do que se esperava. O amor é... química, sentencia friamente. Uma alquimia complexa que envolve duas hormonas sexuais, a testosterona e o estrogénio, e dois neurotransmissores, a dopamina e a serotonina. A ciência, afinal, apenas confirma o senso comum. Quantos de nós já não nos escudamos na "química" para explicar aquele magnetismo incontrolável, o desejo irrefreável, a vertigem sentimental que nos liga a alguém? Química portanto, não simbólica mas literal.

A visão fica a dever muito ao romantismo, mas Fisher vai mais longe. A professora de Antropologia da Universidade de Rutgers socorre-se de Darwin para explicar que o amor, mais do que um sentimento nobre e transcendental, tem um papel evolutivo: existe para permitir a reprodução da espécie. E ainda que, como animais sexuais que somos, não precisemos de amar para nos envolvermos sexualmente, todos procuramos a pessoa ideal para assentar e constituir família. Mais do que máquinas sexuais, somos máquinas reprodutoras, diz-nos Fisher. O amor é apenas um meio para um fim muito mais nobre: a sobrevivência da raça humana. Esqueça, pois, os chocolates Godiva, as trufas, os diamantes e o champanhe caro.

A poção do amor não pode ser comprada nem mesmo na melhor loja. A primeira boa notícia é que existe dentro de cada um de nós. Basta encontrar a pessoa certa para a activar. A segunda é que a ciência pode ajudar-nos a consegui-lo mais eficazmente. Na sua última obra, "Why Him? Why Her?" (Porquê Ele? Porquê Ela?, numa tradução literal), acabada de publicar nos Estados Unidos, Fisher recorre ao seu conhecimento sobre a acção da testosterona, do estrogénio, da dopamina e da serotonina para traçar quatro tipos de personalidade distintas e explicar a sua influência nas relações românticas. Porque se as relações duradouras dependem mais do estatuto e da história de vida em comum, é a compatibilidade entre personalidades que soltará as faíscas no primeiro encontro.

Associados a elevados níveis de estrogénio, os Negociadores são introspectivos e analíticos, revelando grande habilidade para lidar com as pessoas. Cheios de testosterona, os Directores são bastante competitivos, ambicionando desempenhar papéis de liderança. Sob a influência da serotonina, os Construtores são os pais de família dos subúrbios, populares entre colegas e amigos, e pilares das suas comunidades. Por fim, os Exploradores, afectados por uma elevada acção da dopamina, são criativos e energéticos, não dispensando uma boa aventura.

As características de cada um dos tipos de personalidade ajudam a explicar a sua compatibilidade. Construtores e Exploradores tendem a procurar parceiros com o mesmo tipo de personalidade. Os primeiros porque sendo tão tradicionais - "são os casamentos de 50 anos, com cinco filhos", ilustra a autora - dificilmente conseguem tolerar outro tipo. Mais curiosa, sobretudo de um ponto de visto evolutivo, é a atracção entre Exploradores. Quem vai tomar conta das crianças quando ambos estiverem a subir ao Evereste ou no bar a tomar drogas?, interroga-se Fisher. Já Negociadores e Directores completam-se: precisam das características uns dos outros.

"Tudo o que fazemos tem um componente químico", explica Fisher ao Expresso. Conhecer a receita não destrói, contudo, o romantismo, garante a antropóloga. "Podemos conhecer todos os ingredientes químicos de um bolo de chocolate ou de uma cerveja e ainda assim desfrutar do prazer de consumi-los." Nisto do amor, o melhor é deixar espaço para o acaso. É que o coração tem caminhos que a própria razão desconhece.




As três fases do amor

Desejo sexual
É a fase da luxúria, do impulso sexual indiscriminado desencadeado pelas nossas hormonas sexuais, a testosterona nos homens e o estrogénio nas mulheres.

Amor Romântico
É a fase da atracção sexual selectiva, do enamoramento e da paixão. É quando perdemos o apetite, a concentração, o sono e a razão. É quando o coração bate mais depressa, as mãos ficam suadas e a respiração parece falhar. A passagem da fase do desejo para a do amor é controlada pela feniletilamina, uma molécula natural semelhante às anfetaminas. Há uma descarga de dopamina e norepinefrina, duas substâncias associadas aos centros de prazer no cérebro. São, na prática, estimulantes naturais do cérebro.

Fase de ligação
É a fase do compromisso, do amor maduro, da estabilidade emocional. Aqui entram em acção sobretudo duas hormonas: a oxitocina, libertada durante o sexo e conhecida como a "hormona do carinho" ou "do abraço"; e a vasopressina, tida como a hormona da fidelidade.


Texto publicado na edição do Expresso de 31 de Janeiro de 2009

http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/495182

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terça-feira, janeiro 20, 2009
WILCO @ Portugal

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posted by Mikasmokas @ 1/20/2009   0 comments
Internet Romances: The Frequency and Nature of Romantic On-Line Relationships
Internet Romances: The Frequency and Nature of Romantic On-Line Relationships

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domingo, janeiro 11, 2009
Muito antes do Damásio....
O intelecto humano não é luz pura, pois recebe influência da vontade e dos afectos, donde se poder gerar a ciência que se quer. Pois o homem inclina-se a ter por verdade o que prefere. Em vista disso, rejeita as dificuldades, levado pela impaciência da investigação; a sobriedade, porque sofreia a esperança; os princípios supremos da natureza, em favor da superstição; a luz da experiência, em favor da arrogância e do orgulho, evitando parecer se ocupar de coisas vis e efémeras; paradoxos, por respeito à opinião do vulgo. Enfim, inúmeras são as fórmulas pelas quais o sentimento, quase sempre imperceptivelmente, se insinua e afecta o intelecto.

Francis Bacon, in 'Novum Organum'

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sábado, janeiro 10, 2009
Sexualidade e História
curso
Sexualidade e História
Jan a Mar: 18h-20h

O Centro de História da Universidade de Lisboa organiza o Curso Livre
de Sexualidade e História, com o objectivo de debater as diferentes
representações que a sexualidade assumiu ao longo dos diferentes
tempos históricos e espaços sócio-culturais. Coordenado por António
Ventura e Nuno Simões, o curso está dividido em dez sessões,
realizando-se todas as quartas-feiras, no Anfiteatro da Faculdade de
Letras de Lisboa, até Março. Em Janeiro são discutidas a Moral da
Violação em Roma, a Pré-história do Sexo (entre a Natureza e a
Cultura), a Sexualidade no Antigo Egipto e no Oriente (pré-clássico e
bíblico), com a presença de investigadores de diversas universidades
do país.

7 Jan
Roma e a sua moral da violação
Júlio Machado Vaz

14 Jan
Na Pré-História do sexo: entre a natureza e a cultura
João Pedro Ribeiro e Mariana Diniz

21 Jan
Assim na terra como no céu: a sexualidade no Antigo Egipto
Luís Manuel de Araújo

28 Jan
A sexualidade no Oriente pré-clássico e bíblico
José Augusto Ramos e Francisco Caramelo

4 Fev
Eurídice é morta - Parafilias e suas representações na mitologia grega
Nuno Simões Rodrigues

11 Fev
O corpo e a sexualidade: entre Mouros e Cristãos
Maria Filomena Lopes de Barros

18 Fev
Sexualidade na Idade Média: o fruto permitido e o fruto proibido
Ana Maria Rodrigues

25 Fev
Filhos da castidade e do pecado - Afectividade e enjeitamento na
antiga sociedade portuguesa
Maria de Fátima Reis

4 Mar
De Eva a Dánae: representações da sexualidade na arte
Vítor Serrão e Luís Urbano Afonso

11 Mar
Sexualidade na época contemporânea: literatura licenciosa portuguesa
dos sécs. XVIII e XIX
António Ventura


Informações Úteis: centro.historia@fl.ul.pt ou 217 920 000
Inscrições Abertas
Preço: Público em Geral: 100€ | Alunos Faculdade de Letras: 80€

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Alameda da Universidade
http://www.fl.ul.pt

in http://www.agendalx.pt/cgi-bin/iportal_agendalx/U0009480.html?area=&tabela=&genero=&datas=&dia=&mes=&ano=&numero_resultados=&id=GU76rzYf&mv_pc=33009

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posted by Mikasmokas @ 1/10/2009   0 comments
Psicólogo defende que a verdade traz felicidade

Psicólogo defende que a verdade traz felicidade

Um psicólogo americano defende que todos seríamos mais felizes se só disséssemos a verdade. Sobreviria o mundo sem a mentira?

Nelson Marques

Para ser absolutamente honesto, arrependi-me de ter proposto este artigo no momento em que me sentei ao computador para começar a escrevê-lo. Esta é a história de um movimento chamado Honestidade Radical. Segundo o seu fundador, o psicoterapeuta americano Brad Blanton, de 66 anos, "todos seríamos mais felizes se deixássemos de mentir". Como a personagem de Jim Carrey no filme "O Mentiroso Compulsivo" deveríamos contar sempre a verdade, não apenas durante um dia mas por toda a vida. Isso implicaria abandonar mesmo aquelas mentiras mais pequenas e insignificantes, incluindo as "piedosas", as meias verdades que adoptamos para não ferir os egos daqueles com quem nos relacionamos.

No mundo da Honestidade Radical, eu não poderia mais esboçar um sorriso amarelo e desviar o assunto sempre que uns pais babados me perguntassem se o filho acabado de nascer, ainda roxo e enrugado, não era a criança mais bonita que já vi. Segundo Blanton, mesmo essas verdades reprimidas devem ser expressadas. "Se o pensas, afirma-o." Só assim se poderá abrir o caminho à verdadeira comunicação.

Sociedade admite 'pequenas mentirinhas'

O psicólogo Rui Manuel Carreteiro admite que, do ponto de vista clínico, a teoria tem alguma razão de ser. "A saúde mental só pactua com a verdade. Muitas vezes, a mentira, o delírio ou a negação parecem o melhor caminho, mas os resultados nem sempre são positivos." Carreteiro sublinha, contudo, que a sociedade está instaurada de forma a admitir, e até encorajar, as "pequenas mentirinhas" e que, por isso, há limites e formas de expressar a nossa honestidade. "Muitas vezes, a mentira seria desnecessária se tivéssemos a coragem e o bom senso de expressar a verdade com as devidas maneiras. Entre 'Essa saia fica-te horrível' e 'Fica-te mesmo bem', há espaço para uma sinceridade que nos tornaria mais fiéis, amigos e verdadeiros."

Blanton, claro está, discorda. Se uma amiga mais rechonchuda pergunta como lhe assenta o novo vestido, devemos ser frios como o Dr. House: "Faz-te parecer mais gorda." Se temos fantasias sexuais com a cunhada, devemos não só dizê-lo a ela como confessá-lo à nossa companheira. Teorias como estas talvez expliquem o porquê de este profeta da verdade ir já no quinto casamento (com uma hospedeira sueca 26 anos mais nova que ele) e partilhar detalhes da sua vida sexual como quem fala do que comeu ao almoço: "Dormi com mais de 500 mulheres e meia dúzia de homens. Tive vários trios. Num deles, havia uma prostituta hermafrodita", admitiu à revista "Esquire". Afirmações como esta ajudarão certamente a vender muitos livros, mas imagino como seria o mundo se triunfasse a Honestidade Radical. Resistiriam os casamentos e as amizades? Sobreviveriam os nossos egos? Aumentaria o desemprego? Mudariam os políticos de profissão? "Um mundo onde só existisse honestidade seria um lugar pior e não melhor", conclui Núria Blanco, uma tradutora de 29 anos. "Podemos escolher não contar às pessoas coisas que só as vão magoar. Há coisas que elas não precisam que lhes digam."

David Smith, psicólogo e autor de "Por que Mentimos" (versão brasileira), concorda. "Se todos fossem completamente honestos, seria o fim da sociedade humana", afirmou ao "Expresso" (ver entrevista nestas páginas). Já o dizia o poeta e humanista alemão Sebastian Brant há mais de meio milénio: "O mundo deseja ser enganado." Se assim não fosse, viveríamos provavelmente em pequenas guerras civis circunscritas ao nosso círculo de relações. "A verdade", defendia o psicólogo austríaco Alfred Adler, "é, muitas vezes, uma terrível arma de agressão. Usando-a, é possível mentir e até matar".

Mentira é usada para sobreviver

A verdade nua e crua é que todos mentimos, "todos os dias, a todas as horas, na alegria e na tristeza", como escreveu Mark Twain num ensaio sobre a arte de mentir. A maioria de nós não somos mentirosos compulsivos e patológicos como a personagem de Jim Carrey, mas todos soltamos aqui e ali pequenas mentiras para não ferir os sentimentos de alguém ou para fugir a uma situação que não desejamos. Afinal, a mentira e a dissimulação são tão naturais como a própria vida. Não se camuflam várias plantas e animais para conseguir alimento ou enganar os predadores? "Tal engano não se trata de um simples jogo: os animais cujos disfarces não funcionam, não sobrevivem", garante o psiquiatra Rui Coelho. Pois também o Homem, qual camaleão, usa a mentira para sobreviver em sociedade.

Já com o artigo pronto, recebi a resposta de Brad Blanton a duas perguntas que lhe havia colocado. Quis saber se a Honestidade Radical não poderia conduzir facilmente à crueldade radical e a um mundo com pequenas guerras civis a cada esquina. A sua resposta: "Faça a merda do seu trabalho de casa. Fez-me as mesmas perguntas superficiais e ignorantes de sempre. A resposta à pergunta um é Não e a resposta à pergunta 2 é Não. Faça o seu trabalho de casa com seriedade ou beije-me o cu." Que tal isto para Honestidade Radical?





Somos maus a detectar mentiras

David Smith, psiquiatra, autor de "Por que Mentimos" (ed. brasileira)

Por que mentimos?

Os mentirosos habilidosos são frequentemente mais bem sucedidos na vida do que aqueles que mentem menos ou com menos eficácia. Os que são capazes de mentir melhor são geralmente mais populares, têm os melhores empregos e mais sucesso com o sexo oposto. Isto acontece porque são capazes de manipular as percepções dos outros sobre si.

Há quem se queixe de que a honestidade não faz muitos amigos. Porquê?

A vida social assenta em grande parte na mentira e no engano. Uma pessoa honesta é, assim, mais facilmente marginalizada. Se as pessoas fossem completamente honestas, a sociedade humana acabaria. Imagine como seria o mundo se todos disséssemos o que estamos a pensar.

Como podemos detectar que uma pessoa está a mentir? Em geral, somos muito maus a detectar mentiras. A melhor forma de fazê-lo é ignorar o que a pessoa está a dizer e focarmo-nos nos sinais não verbais: o seu movimento e o tom da voz. Somos, contudo, melhores a detectar mentiras inconscientemente, do que quando tentamos fazê-lo com consciência. Devemos, por isso, confiar na nossa intuição.

Texto publicado na edição do Expresso de 3 de Janeiro de 2009

http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/490186


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posted by Mikasmokas @ 1/10/2009   0 comments
sexta-feira, janeiro 09, 2009
Imagem do dia....

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posted by Mikasmokas @ 1/09/2009   0 comments
segunda-feira, janeiro 05, 2009
a teoria dos ... 10%
ESTUDO
Amor pode durar mais de 20 anos
05 | 01 | 2009 11.54H

Um estudo realizado nos Estados Unidos indica que alguns casais conseguem se manter apaixonados mesmo depois décadas de união, diz o Globo.

Com a ajuda de exames de tomografia, cientistas da Universidade de Stony Brooks, em Nova Iorque, analisaram a actividade cerebral de casais que estão juntos há mais de 20 anos.

Eles descobriram que 10%, ao verem fotos dos seus parceiros, mostraram as mesmas reações químicas que os casais em início de romance.

Pesquisas anteriores sugeriam que a paixão e o desejo sexual de um casal começam a diminuir por volta dos 15 meses de relacionamento e chegam a desaparecer depois de dez anos.

«Cisnes»

"Os nossos resultados vão contra essa visão tradicional, mas temos a certeza de que o que conseguimos observar é real", disse o psicólogo Arthur Aron, um dos autores do estudo.

Segundo os pesquisadores, quando os casais de longa data viam fotos de seus parceiros, os seus cérebros indicavam um fluxo maior de dopamina, o neurotransmissor responsável pela sensação de prazer.

Para os cientistas, a descoberta indica que alguns elementos da paixão amadurecem, permitindo que casais de longa data desfrutem do que chamam de "companheirismo intenso e vivacidade sexual".

Os investigadores disseram que esses casais têm o mesmo "mapa amoroso" cerebral que os animais que mantêm os mesmos parceiros por toda a vida, como os cisnes, os arganazes e as raposas cinzentas.

http://www.destak.pt/artigos.php?art=18637

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posted by Mikasmokas @ 1/05/2009   0 comments
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