segunda-feira, março 24, 2008 |
"Muitas moçambicanas olham homem branco como salvação" |
"Muitas moçambicanas olham homem branco como salvação" ISABEL LUCAS Paulina Chiziane, ESCRITORA O romance que publicou agora em Portugal e será editado em Moçambique questiona o envolvimento dos indígenas na colonização. Polémica garantida?
É um livro polémico. Tenho consciência, mas era preciso começar a discutir o problema. Olhávamos para o invasor como a causa dos problemas. A Zambézia é das províncias mais ricas, um lugar onde a exploração portuguesa foi muito forte. Se os portugueses eram tão poucos ali, como dominaram a província e o país? Qual a participação dos indígenas? Se parar para uma reflexão interna, a mão dos indígenas foi muito forte. A Zambézia foi a parcela do território com maior miscigenação. Como aconteceu? Será que as mulheres foram violadas? Será que se entregaram? Como é que a Zambézia tem tantos mulatos?
Este livro, O Alegre Canto da Perdiz, parte de uma teoria.
Segundo a tradição oral eram as mulheres negras que procuravam o homem branco para ter um filho mulato para que este não fosse depois deportado. Ainda há essa busca do homem branco. Muitas raparigas de 15 e 16 anos olham o homem branco como uma salvação. Sou observadora social e fui coleccionando estas questões.
Como explica, 30 anos após a independência, que essa busca do homem branco continue?
Estamos a assistir a qualquer coisa que não consigo interpretar. Os mulatos parecem estar de novo a assumir o controlo da situação. Com a economia de mercado aparecem os antigos portugueses a assumir o comando das infra-estruturas e o filho mulato ressurge no poder. Ainda não sei muito bem o que estou a fazer. Abro uma polémica para reflectir sobre o futuro do país. A reflexão sobre o que é ser moçambicano parou. Como nos vamos relacionar, que país estamos a construir? De forma suave tento levantar questões.
E o que é ser moçambicano?
Temos uma consciência nacional que não é comum aos outros países africanos. Moçambique está muito mais próximo da unidade nacional do que a maior parte das nações africanas. Aqui não há divisões tribais. Estamos todos misturados. Essa é das maiores relíquias de Moçambique.
Teme as reacções ao livro?
Tenho medo. Nem quero ser heroína nem mártir. Quero ser uma cidadã comum, mas não me sentiria bem se não escrevesse o que sei. Há gente que não vai gostar. Pode haver quem se zangue comigo. Acima de tudo quero contribuir para a reflexão da moçambicanidade.
O escritor Francisco José Viegas chama-lhe "a escritora mais divertida de África"...
Isso tem um pouco a ver com a estética da tradição oral. Quando os assuntos são muito profundos é preciso aligeirar. Já fiz isso com o livro anterior, em que o tema era a poligamia. De vez em quando tenho de fazer paragens para suavizar e dar um equilíbrio emocional ao leitor.| Etiquetas: africa, chiziane, colonização, livro, moçambique, mulatos, paulina |
posted by Mikasmokas @ 3/24/2008 |
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História de Roma tem paralelismos muito actuais |
direitos reservados | | Tom Holland diz que "Rubicão" é clássico e contemporâneo |
Ana Vitória
"Rubicão - o triunfo e a tragédia da República Romana", de Tom Holland, traça um retrato da República no clímax da sua grandeza - a mesma que levaria à catástrofe da sua queda. Só que, desde que o livro saiu , muitos viram nele paralelismos entre o Império Romano e os Estados Unidos da América.
Tom Holland acha interessante esta leitura e admite mesmo que, de algum modo, é possível de facto estabelecer comparações.
" Com efeito desde sempre Roma foi interpretada e reinterpretada à luz das convulsões mundiais. E para o bem e para o mal também somos os herdeiros da republica romana", adianta
O autor começou a escrever o livro em 2000. "Na altura estava interessado em mostrar as semelhanças entre o actual mundo globalizado e a Roma Antiga. Queria falar da experiência do encontro de culturas. As conquistas romanas de então aproximaram gregos e egípcios forçando-os a absorver a cultura romana, influenciando-os. Só que ,enquanto escrevia o livro, deu-se o tentado do 11 de Setembro, em 2001. E então apercebi-me de que, de alguma maneira, algumas destas situações pareciam estar a repetir-se. Se se pensar no conflito actual com os árabes, por exemplo, é perceptível que há um paralelismo com o que se passou no Império Romano e com o que se está a passar com os Estados Unidos".
Salvaguardadas as devidas distâncias históricas, Tom Holland confessa que lhe interessou a ideia das semelhanças entre o povo romano na história antiga e a actualidade histórica. "A verdade é que se quisermos estabelecer algum paralelo com o que está a acontecer no século XXI e a História esse paralelo levar-nos-á a Roma. Claro que não devemos levar essa semelhança longe de mais, até porque há muitas diferenças entre nós e os romanos. Mas não é completamente descabido fazê-lo. Por exemplo, Miltríades foi um rei que levou o seu país a entrar em guerra com os romanos e, num único dia, comandou a execução de 80 mil romanos. Este foi um deliberado ataque ao prestígio e à economia romana. Em 2001 aconteceu algo como o 11 de Setembro.... Outro exemplo diz respeito ao facto de Octávio ter inventado provas para encorajar o Senado a entrar em guerra com Cleópatra. Os Estados Unidos, também fabricaram provas para justificar a guerra com o Iraque. Os romanos entraram em conflito com o império de Catargo e reduziram-no a um caco impotente. Mas sempre temeram que Cartago recuperasse. Então, sentiram-se plenamente justificados quando desferiram ataques de prevenção contra todos os adversários que parecessem tornar-se demasiado altivos".
Para Tom Holland "não faltam exemplos. O facto é que, no Novo Mundo, a cultura romana foi muito influente. Não é por coincidência que os revolucionários americanos, quando partiram para a constituição da sua nação tinham um senado e um capitólio, em Washington. Claro que os norte- americanos não dirigem um império no sentido do termo que é dado quando falamos do Império dos romanos. Mas a verdade é que, também a exemplo dos romanos os Estados Unidos têm um desejo de imporem a sua influencia". |
Etiquetas: direitos reservados, EUA, história, roma, rubicão |
posted by Mikasmokas @ 3/24/2008 |
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domingo, março 23, 2008 |
Sexo, Orgias e História |
Histórias das Orgias de Vários | | Editor: Edições Século XXI ISBN: 9789728293253 Ano de Edição/ Reimpressão: 2003 N.º de Páginas: 208 Encadernação: Capa mole Dimensões: 16 x 23 x 2 cm
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Etiquetas: grécia, orgia, roma, sexo |
posted by Mikasmokas @ 3/23/2008 |
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domingo, março 16, 2008 |
E lá vai ele.. :) |
Etiquetas: dumb dog |
posted by Mikasmokas @ 3/16/2008 |
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sexta-feira, março 14, 2008 |
De que é feito um bom pai? |
ENTREVISTA De que é feito um bom pai? 14 03 2008 14.25H Um pai faz falta. A sua ausência deixa marcas para sempre, tanto nos rapazes como nas raparigas, como todas as mães deviam ter bem presente, sobretudo nos momentos de ruptura. São quase sempre eles que lhes ensinam o gosto da aventura, do desafio, e os ensinam a voar sozinhos. Mesmo num mundo em mudança, não se adivinha que alguma vez venha a expirar o seu prazo de validade.
ISABEL STILWELL - editorial@destak.pt
Para que serve o pai, tirando a parte óbvia? Para dar estabilidade e segurança à família e à comunidade onde os fi-lhos são criados. Tal como a mãe, para permitir a vinculação e servir de modelo aos filhos, sobretudo se forem do mesmo sexo. Também tem, para estes, um papel normativo.Há pais que vivem a gravidez quase como se fosse um processo no seu próprio corpo, outros que são incapazes de «sentir» alguma coisa até a criança já não «escorregar entre os dedos» - qual é o tipo de pai mais «útil» ao desenvolvimento mental de uma criança?Tudo é possível. No campo dos sentimentos, é bom que não existam normas. As normas iriam retirar toda a espontaneidade dos sentimentos que, assim, deixariam de o ser. Os pais, que não geram a vida dentro de si, são surpreendidos e seduzidos por ela. Tanto pode acontecer na concepção como no nascimento ou em qualquer outra altura. Seja qual for o momento, têm sempre um papel importante. Às vezes, esse papel pode realizar-se na sua ausência, através da imagem do pai que as mães (ou outros cuidadores) transmitem aos filhos.O pai atira os filhos ao ar e leva-os à rua sem casaquinhos «por causa do frio» - ajudam a criança a distanciar-se da mãe e a crescer? É bom que lhes ensinem o gosto da aventura, a capacidade de adaptação, a autonomia, sobretudo quando as mães estão mais preocupadas com a segurança. Alguém terá de abrir as portas e ajudar a criança a sair. Às vezes, ombro a ombro.Sente que os mais novos podem estar a crescer sem «pai» por perto - no jardim de infância e na escola primárias são sobretudo professoras, e há mais famílias monoparentais…Para os rapazes criados sem pai nem figuras masculinas, a vida pode ser dramática. Vão ter dificuldades de adaptação na vida adulta, incluindo carreira, profissão e relacionamentos sociais. As raparigas suportam-no me-lhor, podem ter carreiras brilhantes, mas dificuldades nos relacionamentos íntimos com homens.A minha geração - 47 anos assumidos - cresceu a ouvir a mãe dizer «espera até ao teu pai chegar!», como uma ameaça. Será que se inverteram os papéis - muitos pais de hoje respondem «vai perguntar à tua mãe?».Hoje é, na verdade, um pouco assim. A razão está na resposta à pergunta anterior. O certo é que existem muitos divórcios e os filhos são quase sempre entregues aos cuidados das mães, que acabam por formar famílias monoparentais.Há uma grande diferença entre a forma como as fi-lhas e os filhos se relacionam com o pai? E essa diferença é importante para a criança? Não só filha e filho, mas duas filhas ou dois filhos podem ter relacionamentos diferentes com o pai e com a mãe. Se tudo estivesse dentro das normas "psi" (incluindo os complexos de Édipo e de Electra) o parente do sexo oposto daria o suporte afectivo e o do mesmo sexo daria o suporte normativo. Mas as famílias, incluindo, agora, as novas famílias de amigos, são bem mais complexas e variáveis. Felizmente que é assim, pois a diversidade ainda constitui uma grande riqueza da humanidade (apesar dos McDonald's, shoppings e de todos os produtos de consumo uniformizados).No seu último livro (Quem Nos Faz como Somos), diz que o homem é uma espécie em vias de extinção, num mundo progressivamente dominado por mulheres… Provocação à parte, como é que acha que vai ser um pai daqui a 50 anos?A provocação é uma redução ao absurdo. É muito difícil fazer projecções para daqui a 50 anos, não por causa das diferenças de género, mas por causa da mudança energética. Estamos a acabar a civilização do petróleo e ainda não se vislumbra a próxima. A diferença de sexos e, portanto, a existência de pais e mães, foi um recurso da vida, não só humana, mas dos animais evoluídos. Este recurso (que também nos trouxe a morte) permite que as espécies mais adaptadas se mantenham, e as menos adaptadas se possam diversificar. Não creio que, em tempo de crise, a vida dispense este recurso para voltar ao hermafroditismo ou à cissiparidade (uma espécie de clonagem de alguns animais primitivos). Portanto, existirão, sim, pais e mães. Quanto ao papel que cada um possa desempenhar, já não sei. Suponho que será definida como mãe quem gerar os filhos nas suas entranhas. Os pais estarão cá fora para os receber e ajudarem a crescer em segurança.Muitos homens queixam-se de que os tribunais, num caso de um divórcio, dão todo o «poder» às mães, e em muitos casos elas conseguem afastá-los da vida dos filhos. Com que consequências? As mães têm todo o poder sobre os filhos, a começar pelo poder de decidir a sua existência. Mas é falta de inteligência não partilharem esse poder com os pais. O que acontece é que muitas mulheres são incapazes de compreender os homens (parece-me a mim que os homens estão mais bem preparados para compreender as mulheres). Em consequência, põem-nos fora de casa ao mínimo contratempo e deixam crescer dentro delas um rancor que as cega. Não quero dizer que o mesmo não se possa passar com os homens. Mas estes não generalizam tanto o seu rancor e são menos radicais nas decisões de ruptura.Etiquetas: criança, mãe, pai, pais separados, poder paternal |
posted by Mikasmokas @ 3/14/2008 |
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segunda-feira, março 10, 2008 |
Piada/imagem do dia.. ou talvez não.. |
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posted by Mikasmokas @ 3/10/2008 |
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