Reflexões de um Caracol à Beira da Estrada
Será a experiência estética a experiência do mundo.... o devir é um devir estético... ou será que devo atravessar a estrada?
segunda-feira, março 24, 2008
História de Roma tem paralelismos muito actuais

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Tom Holland diz que "Rubicão" é clássico e contemporâneo


Ana Vitória

"Rubicão - o triunfo e a tragédia da República Romana", de Tom Holland, traça um retrato da República no clímax da sua grandeza - a mesma que levaria à catástrofe da sua queda. Só que, desde que o livro saiu , muitos viram nele paralelismos entre o Império Romano e os Estados Unidos da América.

Tom Holland acha interessante esta leitura e admite mesmo que, de algum modo, é possível de facto estabelecer comparações.

" Com efeito desde sempre Roma foi interpretada e reinterpretada à luz das convulsões mundiais. E para o bem e para o mal também somos os herdeiros da republica romana", adianta

O autor começou a escrever o livro em 2000. "Na altura estava interessado em mostrar as semelhanças entre o actual mundo globalizado e a Roma Antiga. Queria falar da experiência do encontro de culturas. As conquistas romanas de então aproximaram gregos e egípcios forçando-os a absorver a cultura romana, influenciando-os. Só que ,enquanto escrevia o livro, deu-se o tentado do 11 de Setembro, em 2001. E então apercebi-me de que, de alguma maneira, algumas destas situações pareciam estar a repetir-se. Se se pensar no conflito actual com os árabes, por exemplo, é perceptível que há um paralelismo com o que se passou no Império Romano e com o que se está a passar com os Estados Unidos".

Salvaguardadas as devidas distâncias históricas, Tom Holland confessa que lhe interessou a ideia das semelhanças entre o povo romano na história antiga e a actualidade histórica. "A verdade é que se quisermos estabelecer algum paralelo com o que está a acontecer no século XXI e a História esse paralelo levar-nos-á a Roma. Claro que não devemos levar essa semelhança longe de mais, até porque há muitas diferenças entre nós e os romanos. Mas não é completamente descabido fazê-lo. Por exemplo, Miltríades foi um rei que levou o seu país a entrar em guerra com os romanos e, num único dia, comandou a execução de 80 mil romanos. Este foi um deliberado ataque ao prestígio e à economia romana. Em 2001 aconteceu algo como o 11 de Setembro.... Outro exemplo diz respeito ao facto de Octávio ter inventado provas para encorajar o Senado a entrar em guerra com Cleópatra. Os Estados Unidos, também fabricaram provas para justificar a guerra com o Iraque. Os romanos entraram em conflito com o império de Catargo e reduziram-no a um caco impotente. Mas sempre temeram que Cartago recuperasse. Então, sentiram-se plenamente justificados quando desferiram ataques de prevenção contra todos os adversários que parecessem tornar-se demasiado altivos".

Para Tom Holland "não faltam exemplos. O facto é que, no Novo Mundo, a cultura romana foi muito influente. Não é por coincidência que os revolucionários americanos, quando partiram para a constituição da sua nação tinham um senado e um capitólio, em Washington. Claro que os norte- americanos não dirigem um império no sentido do termo que é dado quando falamos do Império dos romanos. Mas a verdade é que, também a exemplo dos romanos os Estados Unidos têm um desejo de imporem a sua influencia".

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posted by Mikasmokas @ 3/24/2008  
1 Comments:
  • At 24 março, 2008 19:51, Blogger Dalaiama said…

    Aprecio as suas considerações e o seu interesse sobre o assunto.
    Desejamos um mundo sem as injustiças de uma guerra criminosa.
    Felicidades para si.

     
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