Reflexões de um Caracol à Beira da Estrada
Será a experiência estética a experiência do mundo.... o devir é um devir estético... ou será que devo atravessar a estrada?
segunda-feira, novembro 19, 2007
O preço de um afecto...
Ainda que para alguns o pai devia ser eliminado da equação dos afectos aquando das separações, aqui este pai quer fazer valer o direito da sua filha (que ainda não tem idade para os reinvidicar) a conviver com o seu pai, ter acesso aos afectos dele e com isso tornar-se uma melhor e mais sã pessoa. Quem achar o contrário não percebe absolutamente nada de Psicologia, Pedagogia, Sociologia e acima de tudo, de afectos.
Mas voltemos a razão do meu post. Como alguns sabem, estou impedido de conviver com a minha filha diariamente, conforme o Acordo de Regulação de Poder Paternal vigente. Resta-me a triste boa vontade da outra parte em cumprir o fim de semana (como se eu como pai moralmente tenha que mendigar o quer que seja). Ora, cumprindo o fim-de-semana e tendo mudado de residência sem qualquer acordo voluntário ou sem qualquer decisão judicial faz com que eu para poder estar com a minha filha, visto que a sua mãe recusa-se a realizar qualquer viagem, tenha que fazer 600 km (pelo menos, pois não fiz 4 viagens desta vez) para poder garantir o convívio da minha filha comigo. Depois de 6 horas de formação, + 2 ou 3 para a minha empresa e + 3 horas de viagem estou ao fim do dia com a minha filha. Um esforço fisico negligenciável concerteza para muitos. Junta-se a isso o facto de ser obrigado a cumprir o pagamento da pensão de alimentos independentemente se tenha estes custos adicionais de deslocação pela mudança ilegal de residência (cerca de 180 €).
Findo o fim-de-semana tive que fazer o caminho de volta, sendo que o mesmo fim-de-semana exigiu um esforço redobrado da minha parte, pois a minha filha não me largou 1 minuto, continuando a demonstrar (felizmente) a excelente relação afectiva que tem comigo.

Ora, um pai que queira estar 1 dia e meio com a sua filha (já que a lei nem lhe permite à partida a guarda partilhada) tem que fazer um esforço fisico non stop de 72h, sendo que na 2ªf junta-se um dia excepcional na minha vida profissional, onde dou nada mais nada menos do que 12horas de formação seguídas. Coisa pouca...

Dirão alguns: mas compensa tudo com os afectos, com o convívio com a minha filha. Direi eu, claro! isso nem se põe em causa. O que ponho em causa é que um dos progenitores tenha que mudar toda a sua vida em função da arbitrariedade da outra parte, sem qualquer tentativa de diálogo, sem qualquer compreensão do outro, bom senso na tomada das decisões e o mínimo de espírito humanista na sua vida.

O irónico disto tudo é que sempre assumir as minhas responsabilidades, o meu espírito de sacrificio pela minha filha (e ai de quem diga o contrário). Não houve um único dia em que não a fosse buscar de manhã e tomar o pequeno almoço com ela e leva-la à escola. Excepciona-se os períodos que por motivos profissionais não me encontrava na residência. Quantas mulheres encontram um homem que queira assumir tantas responsabilidades em relação aos filhos? parece-me que qualquer condenação do meu comportamento significa perpetuar os valores e comportamentos machistas, que mais não são do que uma distribuição desigual dos papeis dos géneros nas sociedades, em especial na ocidental, e uma forma de repressão sobre as mulheres.

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posted by Mikasmokas @ 11/19/2007  
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