Reflexões de um Caracol à Beira da Estrada
Será a experiência estética a experiência do mundo.... o devir é um devir estético... ou será que devo atravessar a estrada?
domingo, abril 30, 2006
Para o momento actual LOOL
posted by Mikasmokas @ 4/30/2006   2 comments
sábado, abril 29, 2006
cucu... ulah ;)
posted by Mikasmokas @ 4/29/2006   1 comments
segunda-feira, abril 24, 2006
mais uma frase de um perfil na net... :p
"O coração tem 2 quartos: ali moram sem se ver, n1 a dor, noutro o prazer. Qd o prazer no seu quarto acorda cheio de ardor, no seu adormece a dor. Cuidado prazer, cautela!! Folga e ri mais devagar, n va a dor acordar!!" Antero de Quental
posted by Mikasmokas @ 4/24/2006   0 comments
domingo, abril 23, 2006
Hoje a gataria abriu os olhos
Todos... um já tinha aberto há 2 dias atrás. Hoje acordaram todos com os olhos abertos... lol
posted by Mikasmokas @ 4/23/2006   3 comments
sábado, abril 22, 2006
Mário Soares
posted by Mikasmokas @ 4/22/2006   0 comments
quarta-feira, abril 19, 2006
Sonecas

no comments
posted by Mikasmokas @ 4/19/2006   2 comments
terça-feira, abril 18, 2006
Quotidiano
Bem.. ontem a minha filha chegou a casa com a cara meio esmurrada... e porquê?! resolveu levar um boneco horroroso daqules tipo nenuco para o infantário. Até aí tudo bem. O problema foi que TODOS as crianças da sala dela queriam o dito boneco horroroso mas ela resolveu não partilhar. Acho que foi uma luta o dia todo até ao ponto de andarem à porrada.
Claro que isto levanta-me logo a questão do espirito de competição do Capitalismo que é transmitido às crianças desde a mais tenra idade não só através dos pais, mas dos brinquedos, dos amigos dos pais, dos filhos dos amigos dos pais, nos desejos animados, nos brinquedos, etc etc.


Vejamos este texto sobre o Movimento da Escola Moderna:
Movimento da Escola Moderna (MEM) é uma associação de professores e outros profissionais da educação já com algumas décadas de tradição em Portugal. Reconhecido pela Federação Internacional dos Movimentos da Escola Moderna em 1966, a Associação formalizou-se em 1976, começando a publicar o seu Boletim Escola Moderna em 1978.O MEM tem por base a pedagogia de Célestin Freinet, um professor francês, que desenvolveu um método natural de aprendizagem, no decurso do seu trabalho como docente do 1.º ciclo, iniciado em 1920. Algumas das técnicas que mais se destacam na sua pedagogia são: a "aula-passeio", dada fora da sala de aula, como motivação para os alunos e pondo-os em contacto com a realidade; a produção de textos livres, quando e como a criança quer, a partir dos quais se faz a aprendizagem da leitura e da escrita, segundo o método natural; a imprensa escolar, com entrevistas, pesquisas, vivências, relatos de aulas-passeios e textos livres; a correspondência interescolar; o livro da vida, funcionando como um diário da turma; auto-avaliação; e plano de trabalho. Actualmente estas técnicas contam com o apoio das novas tecnologias, como, por exemplo, o vídeo, o computador ou a Internet.O MEM, na esteira de Freinet, pratica uma pedagogia de cooperação educativa, em que alunos e professores negoceiam actividades e projectos a desenvolver em torno dos conteúdos programáticos, tendo por base os interesses e saberes dos estudantes e o contexto cultural das comunidades. Esta organização cooperativa promove o desenvolvimento moral e cívico, a capacidade de iniciativa, a co-responsabilização dos alunos pela sua aprendizagem e a aprendizagem da democracia.
posted by Mikasmokas @ 4/18/2006   0 comments
segunda-feira, abril 17, 2006
Mais um dia na vida dos gatinhos
Aqui está o gatinho que faltava a fotografia... era o gatinho mais magrinho dos que nasceu mas foi o que mais engordou dia para dia e agora já não o é. Chamamos-lhe o vaquinha ;)













Cá estão os mamões a dormir... :D
posted by Mikasmokas @ 4/17/2006   1 comments
domingo, abril 16, 2006
PRODUÇÃO DE MÚSICA COM AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
A Comunicação, a Cultura e a Arte sofrem profunda mudança com a emergência das novas tecnologias digitais.
As máquinas e os suportes eletrônicos de produção, armazenamento e difusão de informações induzem a profundas transformações na forma de produzir e no que se produz. A música na era na Internet vive grande reorganização dos seus modos de produção. Há mudanças no uso e no registro das linguagens musicais. As novas tecnologias digitais possibilitam novas formas de gravação e armazenamento de sons musicais. Esta oferta de recursos viabiliza o acesso de mais pessoas aos processos inovadores de criação e gravação. As formações subjetivas do processo de produção musical mudaram: criar e gravar músicas usando recursos digitais poderosos tornou-se relativamente simples e comum. As novas tecnologias permitem softwares que constroem e reconstroem músicas e sons. O músico na era da Internet manuseia dispositivos físicos, como o monitor e placa de som. Neles são registradas as informações (em áudio), e pode-se produzir e reproduzir arquivos, definindo parâmetros de resolução sonora. O registro digital permite ao músico experimentar com facilidade a composição e o arranjo sonoros. As novas tecnologias alteram o modo de fazer e experimentar a arte musical. Tornam possível a conversão dos sons em linguagem binária. Qualquer obra musical é passível de produção e compactação, à maneira de um arquivo de texto ou imagem digital. A digitalização do som torna seu conteúdo totalmente plástico, que pode ser integralmente reprocessado e transmitido através da Internet em tempo real.

(...)


A partir da década de 60 a lógica da música produzida no mundo ocidental passa a
corresponder a um critério de rentabilidade, que se baseia em critério extremamente variável: o “gosto” do público. A instabilidade do gosto do público é conseqüência da sensibilidade às mais diversas influências: a herança cultural, os hábitos e reflexos de classe, o esnobismo estético como afirmação social, as ideologias dominantes (mito da “boa música”), o maginário coletivo, a subjetividade e fantasias individuais – entretanto, “o gosto passou a ser manipulado principalmente pelos poderosos meios de promoção da música”, diz Candé (2001). A tendência musical da população nesta época é escolher uma música uniforme: uniformidade do timbre (alto-falantes), uniformidade das nuanças, uniformidade da expressão, uniformidade dos ritmos, e até da duração da obra.
A música é uma linguagem feita de sons e algumas vezes também de palavras. Uma obra de arte nunca sai do nada, pois é sempre um elo de uma cadeia. Num plano imediato, uma música pode nascer de uma reação a uma outra música e dar, assim, a aparência de uma ruptura da cadeia. Mas isso é apenas aparência. A música evolui não apenas a partir de suas formas, de sua técnica, do seu estilo e dos seus modos de expressão, mas principalmente a partir das tecnologias e dos novos modos de experimentação, que modificam sua linguagem.
A história da música é mais uma criação contínua do que uma evolução. Os maiores criadores na arte não são forçosamente os mais inovadores. Quando uma linguagem chega ao estado de ruptura em que se encontra a música de nossa época, quer-se compreender as diversas mutações daí resultantes. É aos inovadores que se deve recorrer, mais do que aos criadores puros que permaneceram acima da multidão. O advento das novas tecnologias e novas formas de criação musical faz o mundo sonoro do sistema tonal, que se afirmou com a música moderna, encontrar-se em estado de mutação e convergência.
As tecnologias digitais possibilitam novas formas de gravação, armazenamento e distribuição dos sons musicais. Esta oferta de recursos viabiliza o acesso de mais pessoas aos modos inovadores de produção, criação e gravação de música. A subjetividade do processo de produção musical mudou: criar e gravar músicas usando recursos digitais sofisticados tornouse relativamente simples e comum.
A partir dessas técnicas muitos softwares foram criados para possibilitar a construção
e reconstrução de músicas. O músico na era digital manipula dispositivos físicos, como o
monitor e placa de som por onde são registradas as informações de áudio, e pode produzir e
reproduzir arquivos, definindo parâmetros de resolução do som. O registro digital permite a
músico experimentar com maior facilidade a composição e o arranjo sonoro.
O computador surge para suprir as insuficiências mentais, ganhar tempo e simplificar
o trabalho do compositor; mas não o substitui. É como a máquina ou o instrumento – eles não criam nada. O compositor interage com a máquina para resolver um problema que ultrapassa as faculdades cerebrais do ser humano: que é dar às idéias abstratas um correspondente sonoro. Trata-se de dar uma estrutura abstrata de fórmulas e de raciocínios concebidas pelo autor, fornecidas à máquina, após um processo de codificação num feixe cerrado e preciso, uma roupagem musical que seja uma representação sensível.
A partir do uso do computador a música atual percorre uma evolução que alcança seu
ponto crítico ao assegurar através da máquina o descanso do homem cansado. Por meio dela
torna-se possível, em proporções imprevisíveis, uma extensão do corpo, do domínio e dos
meios da música. Assim surge a música eletrônica. O compositor eletrônico usa sua técnica
como método científico de notação direta com meios ilimitados, suprimindo totalmente o
fator de inércia que representa a notação gráfica (partitura) e sua leitura por um intérprete
vivo.


(...)


A atualidade é caracterizada como um momento de crise das formas culturais modernas, onde, como em todo momento de crise, abrem-se perspectivas de mudança para a emersão de um novo paradigma estético. Este é o novo paradigma que está presente e se anuncia nas diversas áreas do saber, do pensar, nos costumes e hábitos da sociedade, nas artes (assim como na música) nos indivíduos, nas psiques que nela se formam, se modelam: é o paradigma científico do sujeito contemporâneo, novo paradigma comunicacional, metodológico, social, econômico, político e estético.
Na música o novo paradigma parece impor um tema: as novas tecnologias. Quando se
pensa no imenso campo que a nova música coloca à investigação, poder-se-ia ser tentado a
esperar dela desenvolvimentos fabulosos, pois parece não haver limites à descoberta e à
diferenciação dos timbres novos que podem contribuir para construções sonoras, de uma
riqueza nunca antes atingida pela música.
Quem usa a denominação “música contemporânea” supõe o acesso a novas técnicas
instrumentais, a novas notações, a uma aptidão, para se adaptar às novas situações de
interpretação. Podemos continuar essa enumeração e assim mostrar as dificuldades a serem
superadas para passar de um domínio para outro: dificuldades de organização, de inserção
pessoal, sem falar de tal ou tal tipo de execução. Assim, existe uma tendência de perceber os
fenômenos se formar um grupo maior ou menor correspondente a cada categoria de música, a se estabelecer um circuito perigosamente fechado entre esses grupos, sua música, seus
intérpretes. (FOUCAULT. 2001).
Na passagem da cultura material para a virtual, própria da arte com as novas
tecnologias, os artistas substituem artefatos e ferramentas por dispositivos em múltiplas
conexões de sistemas que envolvem modens, telefones, computadores, satélites, redes e outros inventos que auxiliam na produção e na comunicação. A circulação e recepção dessa arte, no caso do objeto desse trabalho a música, colocam em xeque figuras e estruturas como o papel do artista e sua genialidade, o espaço privilegiado das prateleiras varejistas do mercado formal e a mídia de massa como instância que homologa a música dita qualificada.
A música partilhada com as máquinas está entrando nas casas das pessoas via Internet
através de satélites ou telefones, oferecendo-se para ser recebida, modificada e reenviada.
Arquivos de áudio, como o MP3, altamente disponíveis em catálogos e endereços eletrônicos,
torna acessíveis as trocas de música via rede, e o artista pode assumir a curadoria de seu
próprio trabalho. Comunidades virtuais on-line reúnem também indivíduos por afinidade, em
que a arte também afirma sua liberdade de criar.
Esta é a música da cibercultura: o ciberespaço e a arte interativa são novidades trazidas
pelas tecnologias digitais do final do século XX, onde o espaço ultrapassa o bidimensional, o
tridimensional e se transforma em ciberespaço, o espaço dos computadores, o espaço
planetário de ambientes digitais. A arte contemporânea inclui colagens eletrônicas. Nas
criações musicais computadorizadas, surge a síntese numérica e o tratamento eletrônico
digital. Na numeração dos sons, através das tecnologias digitais, sons analógicos são
organizados em infinitos pontos na tela do computador e traduzidos em combinações binárias de 0/1, para serem manipulados. Após a digitalização, são processados por vários recursos
oferecidos pelos menus dos softwares (LÉVY. 1999).
Com a digitalização inúmeras obras são recuperadas e disponibilizadas para uso:
músicas inacabadas de artistas mortos são transformadas e finalizadas pelos computadores;
músicas nunca gravadas em estúdio viram obras acabadas e produzidas - álbuns que esses
artistas nunca conceberam são lançados e distribuídos no mercado. O gesto próprio e pessoal do artista pode ser substituído por escolhas em diálogo de seu pensamento com a máquina. Os sons, como as imagens e textos, entram para os espaços dos bancos de dados e se tornam
estruturas permutáveis em permanente contaminação.
E agora, o que é o autor? O artista não é mais o autor solitário de suas músicas. O
músico atual produz canções com artefatos e ferramentas, utiliza circuitos eletrônicos, dialoga com a memória das máquinas e pensa a construção de interfaces. A autoria das músicas não é mais unicamente do artista, mas de informáticos, engenheiros, matemáticos, técnicos, e também das máquinas, que trabalham em fértil colaboração:
“Novas espécies de imagens, de sons, de formas geradas por tecnologias eletrônicas interativas e seus dispositivos de acesso permitem um contato direto com a obra, modificando a maneiras de fruir imagens e sons. As interfaces possibilitam a circulação das informações que podem ser trocadas, negociadas, fazendo que a arte deixe de ser um produto de mera expressão do artista para se constituir num evento comunicacional”.
(DOMINGUES. 1997, p. 20)
Os coletivos virtuais não pressupõem autoralidade específica, hierarquia de funções,
centralidade administrativa ou metas únicas em suas atividades artísticas. As tecnologias de
rede digitais mudam o conceito de produção coletiva. Os coletivos virtuais se diferenciam dos
grupos convencionais por se articularem com limites poucos definidos e muito receptivos a
novas adesões. Assim, a entrada e a saída dos participantes é um procedimento extremamente simples e de baixo custo.
Cada participante tem a possibilidade de preservar suas singularidades: não é preciso
abrir mão da identidade e do gosto pessoal para participar da produção. Os integrantes
produzem obras em parcerias que podem ser virtualmente realizadas. As contribuições são
individuais: os músicos podem produzir coletivamente, preservando suas características
pessoais.
A Internet modifica certos conceitos de propriedade intelectual - atingindo conceitos
éticos e morais tradicionais e dando origem a uma nova cultura baseada na “liberdade de
informação”. Isto faz com que muitos especialistas discutam a sobrevivência do copyright. O
professor da Universidade de Standford, Lawrence Lessig (1999), afirma que “a nova
arquitetura da Internet está sendo traçada por empresas norte-americanas com a ajuda
silenciosa e protecionista do governo dos Estados Unidos” - em prejuízo do usuário comum e
de outros países, como o Brasil.
Lessig (1999) defende que a arquitetura da Internet era bastante livre no seu começo,
ou pelo menos preservava a liberdade muito bem. Porém, essa liberdade original está
mudando e o ciberespaço está se tornando um espaço muito menos livre do que no passado: o autor argumenta que liberdade de expressão e a privacidade estão sendo seriamente
ameaçadas por interesses comerciais e defende que são falsas e perigosas as idéias de que o
ciberespaço é um “lugar de liberdade” – para o autor os governos devem interferir na
regulação da Internet.
Lessig (2004) inventou uma espécie de passaporte virtual para o usuário em uma rede
paralela: com o objetivo de criar uma alternativa para o meio termo legal entre “todos os
direitos reservados” dos contratos de direito autorais tradicionais e o domínio público, ele
lançou a licença Creative Commons, onde os artistas e autores podem escolher como e quanto deseja autorizar a utilização de sua obra para o público ao disponibilizar sua obra na Rede da entidade.
Lessig exemplifica que se um artista quiser oferecer sua música para uso nãocomercial,
o sistema da Creative Commons expressará essa intenção de uma maneira "legível
a computadores": "Os equipamentos serão então capazes de identificar e entender os termos
do licenciamento do autor, facilitando a busca e o compartilhamento de trabalhos entre os
internautas". (LESSIG. In: www.creativecommons.org. Acesso: 12/10/2003). A iniciativa é
aberta a qualquer produtor cultural interessado. O Creative Commons licencia o “pode tudo”
até o “pode fazer alguma coisa” - se o artista preferir, não serão todos, mas “alguns direitos
reservados”.
“No momento, dou a ele (artista) a chance de experimentar. Ver se ajuda a
divulgar e vender sua música e encorajar outras inovações criativas em
torno da obra. Se a experiência for ruim, vá tentar alguma outra coisa. Não
deve haver uma ideologia que pregue um único modo de produzir e
distribuir música e que quem se desviar disso passe a ser um
criminoso”.(LESSIG. FOLHA S. PAULO, 03/06/2004, p.E1)
A idéia é criar uma nova rede onde os artistas e autores, além de outros criadores de
conteúdo, poderão compartilhar seus trabalhos pela Internet sem violar leis de direitos
autorais. Segundo a organização, isto é possível graças a um software baseado na web no qual os criadores podem especificar como suas obras estarão disponibilizadas on-line: uso
ilimitado ou limitado, e quais condições: "A intenção é não somente aumentar a quantia de
fontes de materiais on-line como oferecer o acesso a custo zero ou muito baixo. O conteúdo
será guardado eletronicamente e incluirá graus de permissão garantidos pelos seus donos”, diz o site da entidade.
Em 04 de junho de 2004, no 5º Fórum Internacional de Software Livre em Porto
Alegre, o governo brasileiro lançou oficialmente seu apoio ao projeto na presença do cofundador
Lawrence Lessig que esteve no Brasil para discutir a implementação do Creative
Commons no país. (FOLHA S. PAULO, 03/06/2004). O primeiro brasileiro a tornar-se
publicamente adepto à licença foi o cantor, compositor e ministro da Cultura Gilberto Gil -
sua adesão licencia suas obras para serem copiadas, remixadas, sampleadas, gravadas e
compartilhadas digitalmente na rede. Gilberto Gil afirma:
“A flexibilidade da propriedade intelectual deixou de ser algo alternativo,
que corre por fora dos marcos legais. Há uma aliança com o pensamento
jurídico internacional. O que estamos precisando é de uma certa reforma
agrária no campo da propriedade intelectual” (FOLHA S. PAULO,
03/06/2004, p.E1)
Barlow (1994) argumenta que o modelo jurídico norte-americano, que protege a
propriedade intelectual, baseado no copyright e em patentes, é focado não nas idéias mas na
expressão destas. As idéias são consideradas pelo autor propriedade coletiva da humanidade.
Para ele, este modelo está sendo abalado pelo surgimento de novas tecnologias que permitem a reprodução e distribuição quase instantânea e a custo zero para todo o planeta de bens de
natureza intelectual e as leis atuais não são suficientes para comportar esta nova realidade:
“Assim, as idéias contidas em um livro não são protegidas pelo copyright.
O que se protege é o invólucro que as contêm: é o livro que não pode ser
livremente reproduzido. A patente, por sua vez, até recentemente era uma
descrição de como materiais devem ser utilizados para servir a algum
propósito. O ponto central da patente é o resultado material. Se não se
tinha um objeto utilizável então a patente era rejeitada. Em outras
palavras, protege-se a garrafa e não o vinho”. (BARLOW, Disponível em:
. Acesso: 08/06/2004).
Alguns autores argumentam que a informação ainda irá requerer alguma forma de
registro físico, como sua existência magnética em discos rígidos. Outros argumentam que a
humanidade tem lidado com esta forma de expressão sem invólucros desde o advento do
rádio. Barlow afirma que estes invólucros não possuem uma representação macroscópica
discreta ou pessoal:
“Desde seu surgimento (do rádio) não há uma forma conveniente de
capturar os bens que são distribuídos desta forma e reproduzí-los com
qualidade comparável aos pacotes comerciais. O pagamento por parte do
consumidor destes bens sempre foi irrelevante. Os próprios consumidores
eram o produto: o rádio e a TV são mantidos por vender a atenção de seus
espectadores a anunciantes”. (BARLOW. Disponível em:
. Acesso: 08/06/2004).
Barlow (1994) levanta diversas questões que devem ser discutidas pela sociedade: os
bits devem ser protegidos pelo direito autoral ou não?; como podemos protege-los?; se os bits não forem protegidos, é possível proteger os interesses econômicos dos diversos agentes
(autores, financiadores, produtores, distribuidores)?; se não for possível proteger estes
interesses econômicos, então como vamos assegurar a contínua criação destes bens? O autor considera que, para respondermos estas questões com clareza, e para que possamos legislar
sobre o assunto, é necessário analisar o que é informação, conhecermos suas características
básicas e que ações e que papéis a informação desempenha na sociedade. (Disponível em:
. Acesso: 08/06/2004)
Barlow (1994) afirma que as propriedades da informação que devem ser analisadas
nesse contexto são: a informação é um verbo e não um substantivo (livre de seus invólucros a
informação obviamente não é uma coisa material); a informação é experimentada e não
possuída; a informação necessita estar em movimento (uma informação que não se
movimenta passa a não existir, a não ser como potencial até que venha a ser permitido sua
movimentação novamente); uma distinção econômica central entre a informação e os bens
físicos está na habilidade da informação em ser transferida sem que o dono original perca a
sua posse.
O autor defende que quanto mais universalmente ressonante for uma idéia, imagem ou
som, em mais mentes ela penetrará: “Pode-se esperar que a informação modifique-se
constantemente em formas que melhor se adaptem àqueles que a cercam” (BARLOW. 1994).
Para ele, a informação é perecível e os vários tipos de informação têm sua qualidade
degradada com o tempo:
“O momento no qual uma transmissão é recebida possui muitas características que dependem da relação entre o transmissor e o receptor e da sua interatividade. Este relacionamento é único. O valor do que é enviado depende de cada receptor individualmente: da terminologia
compartilhada, atenção, interesse, linguagem, paradigma, etc. Na verdade, a informação consiste em dados (...) que encontraram um significado útil
no contexto mental”. (BARLOW, Disponível em:
wired.com/wired/archive/2.03/economy.idea. Acesso: 08/06/2004).
As tecnologias da comunicação resultam do investimento de cada sociedade em dispor
de meios para se expressar, registrar, fazer fluir e recuperar informação. As tecnologias são
elas mesma parte das formações culturais. O tempo do espírito é conceito usado por Lévy
para falar das principais tradições culturais: oral, escrita e informática. A formação cultural
atual pode ser descrita como “cibercultura”.
A cena musical moderna está profundamente vinculada às séries da industria cultural e
a cultura de massas. A música popular moderna tem a forma de canções, que são reproduzidas pelo fonógrafo e se difundem pelo rádio. Os discos de vinil registram as celebridades e as estrelas populares. Os toca-discos ocupam espaço na casa das famílias modernas. A cultura moderna vende milhões de discos.
A cena musical da sociedade da informação está profundamente vinculada as novas
tecnologias da comunicação. A música eletrônica tem a forma de obra aberta, compactadas
sob a forma de arquivo mp3 e fluindo no espaço virtual da Internet. Os cds são uma forma
transitória de armazenamento de música. Aparelhos que tocam mp3 (como o Ipod) são
objetos de desejos de milhões em todo o mundo, sendo item mais adquirido para presente nas
festas de natal de 2004. A música se dissemina na internet.
A plasticidade do arquivo digital sonoro está extremamente longe dos modos
modernos de gravação e de edição. As possibilidades de uso desta plasticidade são ilimitadas.
As novas tecnologias da comunicação criam uma convergência de meios, mas isto implica em conflito. As novas formas de produção cultural não estão vinculadas às séries industriais, e
podem ser impregnadas de suave sensibilidade e criatividade.
posted by Mikasmokas @ 4/16/2006   0 comments
sábado, abril 15, 2006
Amor e sociologia: da estranheza ao reencontro
A igualdade entre homens e mulheres e o amor
A ideia segundo a qual o amor é a religião secular das nossas
sociedades surge com Beck e Beck-Gernsheim, autores de um livro
significativamente intitulado O caos normal do Amor. Baseiam-se numa
análise muito extensa e bem fundamentada das relações familiares recentes
na Alemanha, que foca, entre outras realidades, o aumento do divórcio e da
famílias recompostas, a descida abrupta da taxa de natalidade, o aumento da
participação feminina na actividade. Assumindo depois, claramente, que se
debruçam sobre as tendências mais recentes – com manifestações muito
diferente nas diversas zonas geográficas e sociais da Alemanha –
observáveis fundamentalmente nas grandes cidades. Acentuam, assim, a
crescente tendência global para a individualização e o maior protagonismo
dos indivíduos na construção do seu próprio destino no campo das relações
amorosas e sentimentais.
Para os autores, a fé no amor está ligada à sua falta de tradição.
Chega depois dos partidos, dos credos, das grandes narrativas e nasce
também depois da quebra dos tabus em relação às liberdades sexuais (Beck
e Beck-Gernsheim, 1990/1995:177). Trata-se de uma religião sem igrejas e
sem padres: “nós” somos o seu templo e os nossos desejos as suas orações.
Tal como Luhmann, os autores não deixam de focar os paradoxos envolvidos
nos comportamentos recentes, nomeadamente o contraste entre experiência
vivida e valores, orientações, expectativas.
Também Bourdieu, ao abordar a problemática da dominação
masculina, (1998) se interroga, em cerca de quatro páginas, sobre a
possibilidade de, no quadro da relação homem/mulher, o amor funcionar
como elemento de neutralização dessa dominação: será que o amor
“suspende a relação de dominação masculina e a sua violência simbólica ou
não deixa de a perpetuar com subtileza?” (Bourdieu, 1998:116).
A resposta de Bourdieu parece clara. É possível que o amor tenha
esse poder de suspender a dominação masculina, mas há condições para
que ela possa de facto ocorrer. Por um lado, não se trata de uma aquisição
de uma vez por todas: “só através de um trabalho de todo os instantes,
recomeçado sem cessar, se pode arrancar às águas frias do cálculo, da
violência e do interesse, essa “ilha encantada” do amor, esse mundo fechado
e perfeitamente autárcico que é o lugar de uma série continuada de milagres:
o da não-violência, que torna possível a instauração de relações fundadas na
plena reciprocidade e autorizando o abandono e a entrega de si; o do
reconhecimento mútuo, que permite, como diz Sartre, o sentir-se “justificado
por existir” (...); o do desinteresse que torna possíveis as relações
desinstrumentalizadas (...)”(Bourdieu, 1998:117). A igualdade entre pares, no
contexto da relação amorosa, constitui assim peça fundamental para que o
milagre que suspende a dominação se concretize: “o sujeito amoroso só
pode obter o reconhecimento de um outro sujeito, mas que abdique, como
ele próprio, da intenção de dominar” (1998:119).
E Bourdieu continua, num texto que trai o sujeito que fala do que sabe
porque ama ou amou, falando da relação amorosa com um outro igual na
procura de comunhão e fusão, testemunhada na utilização sem cessar de
redundâncias, como os repetidos “amo-te, amas-me?” e na atribuição de
inúmeros nomes carinhosos e dos termos com que se “nomeia” o outro.
Termina, em sentido convergente com os autores que temos vindo a
referir, mostrando como o amor pode surgir como um lugar de
transcendência e de resistência às instituições. “Reconhecimento mútuo,
troca de justificações de existir e de razões de ser, testemunhos mútuos de
confiança, tantos sinais da reciprocidade perfeita que confere ao círculo no
ual se encerra a díade amorosa, unidade social elementar, inseparável, e
dotada de uma poderosa autarcia simbólica, o poder de rivalizar
vitoriosamente com todas as consagrações que se pedem habitualmente às
instituições e os rituais da “Sociedade”, esse substituto mundano de Deus”.
Uma perspectiva específica sobre as relações afectivas, o amor e
o casamento
Procurando fazer uma pequena síntese, pode concluir-se que, apesar
da diversidade das propostas analisadas, há dois temas que as atravessam e
aproximam. Trata-se, por um lado, do tema da relação entre modernidade e
amor romântico e, por outro, da questão dos efeitos da chamada questão
feminina na vivência do sentimento amoroso. Embora elas sejam temáticas
associadas entre si, vale a pena, num primeiro momento, distingui-las.
Quanto ao primeiro tema, o que parece mais interessante reter é a
ideia de que a crescente individualização, representando maior margem de
liberdade e de escolha no plano das relações conjugais e familiares, tem
igualmente consequências complexas, criadoras de novas dificuldades. Os
autores não são os primeiros a fazer a análise desta relação entre
modernidade e amor romântico 8, mas é nova a forma sistemática como
abordam o tema e o estatuto central que atribuem à articulação dos
chamados níveis macro e micro. A partir destas propostas passam a encararse,
de forma muito directa, as interinfluências que se estabelecem entre vida
pessoal, intimidade, e estruturas ou sistemas sociais, tornando-se mais difícil
pensar a vida quotidiana desenraízando-a dos seus contextos de ocorrência.
Por aí surge uma das vias que permite e facilita a operacionalização, a
transformação das propostas teóricas em questões específicas ao real, tal
como se procurou fazer na pesquisa a que temos feito referência.
O segundo tema, referido aos efeitos da tendência para a igualdade
entre homens e mulheres na forma como se vivem as relações familiares,
conjugais e amorosas, parece também atravessar as perspectivas focadas.
É, de resto, este o objecto de vários dos artigos que já nos anos noventa
procuram explorar a relação entre intimidade, emoções, amor e género.
Embora a emancipação feminina e os seus efeitos na relação amorosa já
tenham sido analisados por Simmel (1988) ou por Octavio Paz – “não há
amor sem liberdade feminina” (Paz, 1993/1995:54) – a verdade é que as
transformações dos últimos 40 anos tornaram ainda mais óbvia essa relação.
Associando os dois temas que atravessam as perspectivas dos
autores focados, é-se reconduzido novamente ao problema que desde o
início tem estado presente neste trabalho e que indaga sobre a relação entre
a chamada questão feminina e a conjugalidade nos sociedades
contemporâneas. Vejamos então como, a partir dos contributos dos autores e
das nossas próprias interrogações de pesquisa se procurou operacionalizar a
questão do sentimento amoroso.
A afectividade constitui uma das dimensões das relações sociais,
dimensão que contem a vertente amorosa mas, também, todas as outras
formas de afectividade: a maternal, a paternal, a parental, a erótica e sexual,
a amizade, o companheirismo. O afecto produz “obras”, pessoas, é uma
forma de criação por excelência da vida social em sentido metafórico e real.
Já desde os clássicos gregos até aos românticos se procurou sempre
identificar distinções nas diferentes formas de exprimir os sentimentos e
emoções. A associação entre amor e casamento é, em todo o caso, mais
recente. Quando era dominante o casamento por interesse, por exemplo, era
essencialmente fora da lógica conjugal que o amor encontrava os seus
protagonistas e as suas musas. Hoje, ele é claramente considerado como
único fundamento legítimo para o casamento. Chega mesmo a ganhar mais
espaço, subvertendo o imperativo heterosexual, tornando-se também
pretexto para uniões homosexuais.
O aumento do divórcio vem, por outro lado, revelar que a relação
conjugal e o amor estão particularmente sublinhados, assumem importância
central na vida dos indivíduos. Mesmo que à primeira vista os laços conjugais
pareçam frágeis, porque baseados no sentimento que é aparentemente mais
efémero, a verdade é que os indivíduos tendem para a relação dual, que
conserva todo o seu poder atractivo sobrevivendo mesmo a eventuais
decepções.
Defendeu-se em trabalhos anteriores a necessidade de investigar que
configurações assume o sentimento amoroso nos diferentes contextos
sociais, quais os sentidos atribuídos à comunicação amorosa, que distância
ou que proximidade se podem estabelecer entre amor e conjugalidade. Por
outras palavras, pretendia-se saber se, para além das emoções associadas
ao sentimento amoroso virtualmente vividas de forma semelhante, não se
encontrariam formas de experimentar e falar do amor que remetessem para
sentidos diferentes.
Pretendeu-se agora operacionalizar esta interrogação, procurando
captar como o amor é percebido nos diferentes momentos do ciclo de vida
conjugal, e se, através de palavras diferentes, se estão ou não recobrindo
emoções e sentidos idênticos. Partindo do princípio que se tende a assumir
explicitamente o amor como fundamento das relações conjugais
contemporâneas, seria interessante verificar se este sentimento perdura, se
desgasta, ou se reconstrói, assumindo outros sentidos; ou ainda, se se vive o
casamento mais como estatuto, mais como expressão do amor parental, ou
mais como relação dual fortemente investida do ponto de vista amoroso.
Estarão os parceiros conjugais mais próximos de Eros ou de Agapé? Que
influências tem o ciclo de vida conjugal nesta proximidade? Que diferenças
se podem encontrar entre homens e mulheres a este respeito? A procura de
respostas para estas interrogações traduziu-se na construção de um conjunto
de perguntas constantes do guião de entrevista da pesquisa sobre o
casamento.
Vejamos agora, para finalizar, as abordagens analisadas numa
perspectiva diacrónica e também à luz dos nos próprios resultados. Parece
constituir ideia convergente a um conjunto significativo de autores a
passagem de uma visão institucionalizada do casamento em que o amor está
secundarizado, para a perspectiva do casamento-romântico, através da qual
o sentimento amoroso ganha centralidade como pretexto legítimo e
fundamental para a relação. Acrescenta-se depois, nos anos mais recentes, a
transformação deste modelo de amor-romântico para um modelo de amorconfluente
ou, segunda a proposta que temos elaborado, de amorconstrução.
Cada mudança se associa a uma perspectiva diferenciada de
relação entre os sexos. Especifique-se um pouco mais.
A visão do casamento como instituição, dominante do século XIX aos
inícios do século XX, está associada também a uma concepção específica
sobre a vida amorosa e a liberdade dos dois sexos. O romance e o erotismo
localizavam-se fora do casamento e são para ser vividos no masculino e não
no feminino. Verificam-se assim assimetrias acentuadas entre homens e
mulheres, diferenciação total de papéis.
Para ambos o sexos, contudo, o casamento que se impõe aos
indivíduos como destino e que se deve manter, quer por questões de
alargamento ou manutenção do património, no caso dos sectores burgueses,
quer pela necessidade de sobrevivência económica e pela lógica das
responsabilidade contraídas, nos sectores socais mais desfavorecidos.
Embora com contornos já nuanceados, este modelo ainda persiste nas
representações e nas práticas dos nossos entrevistados sobretudo dos mais
velhos, do sexo masculino e dos sectores operários.
As dificuldades e disfuncionalidades do modelo devem-se ao facto de
os indivíduos se sentirem amarrados a uma instituição que os constrange e
lhes impõe comportamentos rígidos. Serão elas que, em articulação com
outras transformações sociais, a que não são estranhos também fenómenos
como o crescimento das chamadas classes médias e as mudanças de
valores, irão dar origem à passagem a outra “semântica”, como Luhmann nos
mostrou.
A ideia segundo a qual o pretexto legítimo para o casamento deve ser
o amor surge em luta contra a visão anterior. Assume-se então que se o
amor está no centro da escolha conjugal os problemas que existiam
anteriormente – desentendimentos conjugais devido à estranheza entre os
cônjuges, por exemplo - estariam automaticamente superados. Esta visão
está ainda associada a outras ideias, por vezes, contraditórias entre si.
Defende-se o amor como suspensão do tempo e do espaço, como “estado”
que vence todos os obstáculos e supera todas as dificuldades. Mas o
romance acaba quando a vida conjugal começa.
Neste modelo há sobreposição entre amor, paixão, atracção física,
impulso sexual, erotismo e assimetrias entre homens e mulheres. As
mulheres são mais responsáveis pelo “trabalho” do amor do que os homens,
na medida em que estariam especialmente vocacionadas para as emoções, a
domesticidade, as relações familiares. Assim, se as coisas correm mal,
também se lhes pode atribuir a elas a responsabilidade, por não terem tido a
“arte” de saber guardar o seu par. As entrevistas de algumas entrevistadas
mais velhas permitiram confirmar essa situação.
A visão romântica do casamento também surge frequentemente nos
discursos dos entrevistados. À medida que a idade e a duração do
casamento aumentam, as referências românticas ao sentimento amoroso
inicial tendem porém a dar prevalência às do companheirismo e da
solidariedade.
As contradições inerentes ao modelo parecem evidentes. Por um lado,
o amor é menos um estado que suspende o tempo e o espaço e assume
mais facilmente os contornos de um processo. Depois do casamento é que
tudo verdadeiramente começa. E sendo assim, se a escolha amorosa é
condição necessária ao casamento, ela não é suficiente. O que é
fundamental é que o amor persista ao longo da relação. Estas são algumas
das conclusões que se podem tirar do aumento dos divórcios depois dos
anos 60. A relação conjugal continua a revelar todo o seu poder atractivo,
reparador, regenerador, e até transcendente como promessa, mas é preciso
que o amor persista e que a relação tenha qualidade.
Chega-se assim ao modelo do amor construção. Frequente nos
discursos dos mais jovens, esta perspectiva caracteriza-se por se assumir
desde logo que, se o amor e a paixão foram o pretexto inicial para o
casamento, rapidamente ele se foi transformando num sentimento mais
estável, mais “construído”. Descobriram-se aspectos novos e até outros
sentimentos – a forma como ele se preocupa com a criança, a descoberta
dela no papel de mãe – ao mesmo tempo que se desidealiza o parceiro e ele
cai do pedestal para se tornar mais falível, menos entusiasmante, mais
previsível e, possivelmente, mais próximo. Ou, em alternativa, começam a
definir-se distâncias, cristalizam-se conflitos, aumentam as tensões em torno
de projectos individuais que se tornam incompatíveis. Embora menos
frequentemente também encontrámos em casais mais jovens sinais de
desconstrução em relação ao sentimento inicial, situações conflituais de
desfecho futuro incerto.
Este modelo de amor-construção implica maior paridade entre homens
e mulheres, mas conhece ainda as assimetrias que atrás foram focadas.
Nesta contradição entre interesses que são agora reconhecidos como
paritários ao nível das ideias e as práticas ainda assimétricas, residem
algumas das disfuncionalidades e contradições. Mas não só. Como mostra
Illouz (1998), se há muito de construído, de familiar e de rotina quotidiana,
pode haver a nostalgia da espontaneidade, do imprevisível, do extraordinário.
As forças centrípetas podem ser mais fracas do que as centrífugas. Perante a
energia que se parece desgastar ao “construir” a relação pode instalar-se a
nostalgia do amor incondicional. O que não traduz senão as contradições dos
valores contemporâneos. O direito à felicidade parece ser para hoje, estar
mais perto, e é também acrescida a liberdade individual. Mas também há
mais risco, mais incerteza, mais ameaças.
posted by Mikasmokas @ 4/15/2006   0 comments
sexta-feira, abril 14, 2006
Aqui estão os gatinhos com a Pepa

Estão todos bem e de boa saúde e a aumentar mais de 10 gr por dia cada um... a Pepa é que ficou mais magrinha e o Pipo sente-se marginalizado e passa a vida a chorar pelos cantos, em especial à noite.. lol
posted by Mikasmokas @ 4/14/2006   2 comments
terça-feira, abril 11, 2006
Gatinhos vão bem ;)
Parece que ao 2 dia a Pepa já se mentalizou que é mãe e está a ser muito mais maternal e fica muito mais tempo ao pé deles. Como o veterinário disse acho que foi por ter sido a 1ª vez e nas primeiras 48h podia andar meio desorientada.
Aqui ficam as fotos actualizadas deles (falta a de 1):


posted by Mikasmokas @ 4/11/2006   1 comments
domingo, abril 09, 2006
Já nasceram os gatinhos!!
Hoje foi um dia complicado. A Pepa lá teve 5 filhotes, acho que são 3 femeas e 2 machos.
Podem ler a minha saga em: http://www.forumsons.com/index.php?s=74de418376237babb24bdf94527e1ea7&act=ST&f=1&t=39497&st=0

Entretanto acho melhor começar a abrir o livro de pretendentes a futuros donos destes gatinhos. Quem quiser vá falando comigo.
Aqui ficam aqui algumas fotos desta sega ;) :

posted by Mikasmokas @ 4/09/2006   0 comments
quarta-feira, abril 05, 2006
Gatinhos para adoptar (podem falar comigo)





Encontram-se 3 gatinhos para adoptar (se calhar daqui a 1 mês após o desmame) nas Olaias, Rua Américo Durão, Nº18. Encontram-se protegidos pelas pessoas do prédio pelo que para os verem têm que falar com o Sr. Germano, das 14h às 19h, de 2ªf a 6ªf que se encontra na portaria.
posted by Mikasmokas @ 4/05/2006   0 comments
domingo, abril 02, 2006
Queria tanto.....
Queria tanto escrever tanta coisa e não consigo ou ter tempo livre para o fazer ou ter disponibilidade mental para tal...
queria escrever o meu manifesto sobre a liberdade sexual, queria escrever um artigo alternativo à defesa dos Direitos de Autor, queria começar a escrever o meu livro sobre 'as aventuras sexuais de um jovem lisboeta', queria escrever mais no meu blog, queria poder materializar todas as ideias que vou tendo em viagens de carro, em pensamentos nas aulas do mestrado, quando estou a dar aulas, quando estou simplesmente a olhar para alguma coisa... queria ter tempo para começar a redigir a minha proposta de tese de mestrado, queria ter tempo para escrever mais sobre o socialismo.... queria só....
posted by Mikasmokas @ 4/02/2006   1 comments
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