A nossa geração não está a conseguir gerir os novos papeis dos géneros (masculino e feminino) na conjugalidade, sendo que a pressão exterior dos valores democráticos, de igualdade e liberais apresentam novos desafios na regulação dos conflitos. Na verdade, enquanto no passado os conflitos na conjugalidade eram reprimidos pelo homem, hoje, pelos valores da igualdade tendem a prolongar-se de forma visivel no quotidiano levando a ropturas frequentes, acabando no divorcio, separação ou simples dissolução da conjugalidade adoptada.
Se a minha geração é-lhe permitido viver todos esses valores no novo ambiente de conjugalidade (afectiva e sexual) tem demonstrado no entanto uma incapacidade de gerir as contradições de um conjunto de valores ainda herdados das gerações anteriores e as exigências de uma sociedade mais plural, democrática e com novas identidades assumidas pelos géneros. Várias razões podem apontar-se para isso, até mesmo as contradições surgidas com os próprios valores de uma sociedade capitalista democrática, como seja o individualismo e a competição, os contrangimentos económicos numa familia urbana, etc etc.
Se a minha geração tem estado a perder essa grande possibilidade de viver uma relação entre géneros de uma forma mais saudável e igualitária, perguntar-se-á se a incapacidade de gerir conflitos (e com eles a procura de referênciais de identidade estáveis) se prolongará para a próxima geração?! |