Reflexões de um Caracol à Beira da Estrada
Será a experiência estética a experiência do mundo.... o devir é um devir estético... ou será que devo atravessar a estrada?
sexta-feira, fevereiro 09, 2007
Afectos

Sinto um afecto incondicional pela minha filha.. a ausência dela no meu quotidiano é das coisas que mais fundo me afecta, a impossibilidade de poder ver e ouvir todos os seus pequenos progressos de aprendizagem neste mundo. Pior, o constrangimento de não poder ter um comportamento livre para com a minha filha e consequentemente ela para comigo.
Perguntar-se-á então que caracter e valores terá uma mãe que deliberadamente afasta o pai da convivência da filha, que tenta subverter a hierarquia dos afectos, menosprezando os sentimentos e assência da paternidade em favor de outros que pouco têm de ligação, até agora, com a filha. Horários, visitas de 20 minutos à porta de casa, horários controlados, procura de chantagem emocional, má fé, etc etc. Pergunta-se que valores são estes que norteiam uma mãe que provêm de uma familia que arrogantemente fala no conceito de familia, como se tivesse algum exemplo a mostrar ao mundo. O cristianismo no seu conceito de familia como base da sociedade criou ordes de núcleos familiares em perfeita contradição entre a sua prática, realidade, e o seu discurso. Enormes traumas psicológicos são inflingidos a crianças que crescem nestas contradições e acabam por induzir a reprodução de comportamentos semelhantes nos seus filhos.
Os meus valores são os da liberdade, da partilha dos afectos, a democracia, do diálogo, do conhecimento, do respeito e do esclarecimento. Em algumas circunstâncias nem sempre conseguimos conciliar todos os valores ideais, as condicionantes sociais continuam a ser muito fortes. No entanto, a tolerância e a compreensão de que o Outro existe e tem uma dimensão afectiva e cognitiva própria é fundamental para o relacionamento liberal e fraterno.

É isto que é praticado em relação à minha filha?! não! quem perde: todos!
posted by Mikasmokas @ 2/09/2007  
2 Comments:
  • At 23 fevereiro, 2007 11:57, Anonymous Anónimo said…

    Se a relação falha a culpa é dos dois. Pelo teu texto, atribuis á tua ex-mulher toda a culpa pelo relacionamento precário que pensas ter com a tua filha e ainda aos seus valores. Será que é o teu conceito de liberdade que impõem a falta dela no relacionamento da tua filha? Dizes que um dos teus valores é o respeito, não acho que te refiras á mãe da tua filha com respeito. Temos sempre de começar por nós antes de chegarmos aos outros.

     
  • At 13 março, 2007 11:23, Blogger Mikasmokas said…

    quando é a outra parte que me priva dos meus direitos em que parte é que se refere o respeito? E para mim não há culpa, eu não sou cristão e como tal não concebo qualquer tipo de redenção, há apenas comportamentos que geram sentimentos...

     
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